terça-feira, 26 de outubro de 2010

ANGOLA

Estradas esburacadas pelas chuvas,
Picadas de terra vermelha,
cor de sangue...
Pó, denso, como nuvem,
Que penetra nos poros.


Caminhos ladeados por gigantescas árvores,
De frondosas copas,
Que nos abrigam, do calor tórrido,
Desta África, quente, tropical, bela...


Rios atravessados em jangadas,
Pontes de dois troncos de madeira,
Precariamente colocados,
Em equilíbrio, desafiador da física.


Animais que corriam, livres,
Pelas savanas...
Todo um mistério de cor,
Fauna, flora..tudo encantava.


Povo de pele negra
Com um permanente sorriso,
Embora difíceis, suas vidas .
Belas mulheres, de seios ao vento.


Terra que um dia me acolheu,
Em seus longos braços,
De fraternidade e paz.


Agora só me restam as saudades,
Da beleza das acácias em flor,
Dos exóticos imbondeiros,
Como figuras dantescas.


Esta terra que me conheceu,
Em percursos de minha vida...


Saudades do Kwanza,
Das cubatas, de colmo e barro.
Recordações perdidas no tempo,
Mas envoltas numa auréola de amor,
Que jamais se perderá.


Luanda, cidade amada,
Que guardas em ti,meu segredos.
Lobito, Benguela,Huíla, Namibe,
Ah..bela Huambo, de flores coloridas
E tantas mais, que eu um dia
Tive a felicidade de conhecer.


O sol...ah o sol, único,
De uma beleza ímpar,
Numa simbiose de tons ...
Vermelhos,amarelos,laranja
Que aqueciam nossa alma,
Com a sua luz de poesia.


Ilha de Luanda, querida ilha
Cujas praias,de águas cálidas,
Nos banharam,por tantos e tantos anos...


Esta é, e será sempre a minha Angola,
De meus pensamentos,
De minhas memórias,
De minha saudade...
Nostalgia e...melancolia.


5 comentários:

  1. Soberbo, Zé, meus aplausos e reverencias a vc...

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  2. MIGO HOJE VIM LER TEUS POEMAS E ESTOU MARAVILHADA ESTÁS DE PARABÉNS.
    NÃO PODIA DEIXAR DE COMENTAR ESTE POEMA LINDISSIMO SOBRE NOSSA ANGOLA. TUDO O QUE AQUI DESCREVES É SEM DÚVIDA AQUELA MARAVILHOSA TERRA.
    PARABÉNS AMIGO LINDO E POETA.
    JINHOS

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  3. Anonimo..quem és tu?
    Com um comentário tão carinhoso...e ser incógnito..não vale.

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  4. Adorei os seus poemas mas o ANGOLA fez-me recordar tudo quanto de bom e belo lá havia. Por breves momentos senti o cheiro da chuva na terra queimada, ouvi o chilrear dos pássaros, vi o luar na anhara, ouvi os batuques, senti o sabor dos loengos, maboques, longonguilas etc etc... Só quem ama esta terra pode escrever assim. Parabens e bem haja.

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Entrevista com Planeta Azul, editora de Calemas

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