quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

Caiem folhas



Sentado no meu carro, junto ao mar,
Vejo as gaivotas esvoaçarem
No seu grasnar rouco;
Observo as árvores semi despidas,
Figuras grotescas,
Tais humanos esfarrapados;
As folhas caiem, em desequilíbrio,
Num zig zag de agonia;
As que ficam nos ramos, oscilam
Trémulas, carentes, saudosas
Das folhas que caíram ao chão;
Céu cinzento, triste
De inverno,
Ciclo de vida...
Por analogia, recordo as pessoas
Esfomeadas, que caiem pelas ruas
Onde vegetam, porque não vivem.
E é Natal!
Interrogo-me ingenuamente
Se as árvores têm Natal
Acho que não!
Estes seres humanos também não!
Divergências entre
Árvores e humanos...
As árvores têm o calor da mãe terra,
Esta gente
Não têm nada
Nem ninguém.

J.C.Moutinho

2 comentários:

  1. José,
    Foi com muito gosto que andei a passear aqui no seu Blog
    Gostei muito dos seus poemas
    Obrigada
    FELIZ NATAL!!!
    Bjo
    Susana Custódio

    ResponderEliminar
  2. Olà meu kamba diami

    Gostei.
    Um dia destes sou amiga de um poeta de mão cheia.
    E quero ficar na fotografia,yá?
    Votos de Festas Felizes.
    Paz e Amor.
    A de sempre
    Clara

    P.S. Ah e não te esqueças que as árvores podem não ter Natal, mas morrem de pé.

    ResponderEliminar

Entrevista com Planeta Azul, editora de Calemas

Ver esta publicação no Instagram

Live Planeta Azul Editora

Uma publicação partilhada por Planeta Azul Editora (@planetazuleditora) a