Doem-me os minutos vazios de ti,
Nas longas horas da tua ausência;
Porque teima o tic-tac do relógio,
Causar-me tanto sofrimento?
Quisera voltar a ter-te,
Mesmo nos curtos momentos,
Em que a tua presença,
Fora o sustento para o meu amor
E a nossa entrega,
De total desprendimento,
Fazia-nos revigorar a cada segundo,
Do nosso tempo célere,
Mas voraz de paixão!
Sei que o teu orgulho te faz sofrer,
Por te negares a ceder ao teu desejo,
De vires a mim!
Volta, sem ressentimentos,
Perde essa vaidade fútil,
Vive este amor ausente
Junto de mim, no presente.
Vivamos cada minuto com carinho
E que as longas horas, antes vazias,
Sejam preenchidas de constante paixão.
José Carlos Moutinho
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