domingo, 19 de junho de 2011

As ideias não surgiam




Sentei-me de frente do computador,
Abri o Word, tentei escrever algo
Mas nada de ideias!
Por mais que tentasse, nada surgia
Pensei em coisas dantescas;
Tenebrosas até e comecei a escrita;
Não gostei, apaguei e recomecei
Mas na verdade nada fluía do pensamento!
Insisti, porque não sou de desistir
Assim logo à primeira
E fui jogando palavras, para que o meu cérebro
As passasse para os meus dedos
E estes por sua vez, batendo no teclado
Enviava-as docemente para o computador,
Que se alegrava, com o que ia nascendo;
Afinal, já acreditávamos que alguma coisa viria,
Acreditávamos, eu e o computador
Porque ele também estava descrente;
E ficámos imaginando o amor, vagueando
Por aí, sem rumo, mas sempre em paixão;
Inventámos brisas que acariciassem os desprotegidos;
Criámos sóis, para que aquecessem os esfarrapados;
Moldámos luares, para que iluminassem
Os namorados, que pelos parques se escondiam
E que se deixavam extasiar em seus beijos
Até nos lembrámos de criar um novo Universo,
Em que todos fossem iguais e felizes.
Conseguimos escrever, não foi difícil!

José Carlos Moutinho

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Entrevista com Planeta Azul, editora de Calemas

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