sexta-feira, 12 de agosto de 2011

Contraste nas ideias imaginadas




Começo a escrever, sem nada preconcebido.
Tento encontrar nas ideias,
Algo que me satisfaça e que seja razoável;
Penso em amor e logo me surge,
Paixão, ilusão e desilusão!
Se à mente surge a imagem do mar,
São as ondas que se vêm desfazer em espuma,
Na dourada areia da praia!
Se me lembro dos infelizes,
Vejo com mágoa as pessoas que por aí circulam,
Almas penadas, oscilantes nos esquálidos corpos
E recuso-me a pintar essa imagem!
Volto-me para a natureza, sempre bela,
De cores fascinantes,
Voam as aves multicolores,
Nos seus chilreios de belas melodias!
Ah…agora sim, vislumbro com clareza e acuidade,
O sorriso que baila nas bocas das pessoas,
Que passam, alegres, felizes…
Porque são indiferentes,
Aos esquálidos que tremem de frio,
Porque as suas roupas,
Simplesmente são trapos, esfarrapados;
Talvez um dia tenham sido roupas,
Jogadas ao chão sujo de qualquer rua!
E os que passam, sorriem…
Quiçá de vergonha;
Falta de partilha com quem deixou de sorrir,
Talvez até de chorar,
Porque se esvaíram na solidão do sofrimento,
Perderam as lágrimas
E o sorriso é esgar de dor,
Nos lábios ressequidos pelo desespero!
E as ruas enchem-se de gente que sorri,
Que se cruzam com aqueles que choram,
Esvaziados de tudo,
Quem sabe se da própria alma!

José Carlos Moutinho

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Entrevista com Planeta Azul, editora de Calemas

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