quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Desumanizados




O vento sopra as folhas secas de outono.
Desperta a alvorada das emoções,
Voadas na timidez da luz,
Abraçadas a vontades por inventar!
Tristezas e sorrisos moribundos
Nos rostos sem expressão;
Sentidas e doridas vicissitudes,
Pensamentos vagos, sem memória,
Esvoaçam como borboletas perdidas,
No vazio do espaço,
Deambulantes, de asas caídas,
Buscando um lugar de acolhimento!
É a vida sem razão de ser vivida,
Na visão do nada;
É o escurecer do crepúsculo,
Que irá morrer no breu da noite;
É o agasalho que não cobre do frio;
O estômago que se cola nas costas;
Pés descalços
Torturados pelas pedras da calçada;
É o leito do chão duro sob o viaduto;
O aconchego da manta de cartão,
Que os esconde da vergonha
De serem humanos,
Desumanizados.

José Carlos Moutinho

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Entrevista com Planeta Azul, editora de Calemas

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