Chão duro, frio e vermelho
Como sangue, mesclado de
suores cansados,
Do dia-a-dia de agruras
vividas;
De sois escurecidos por
nuvens negras
De mínguas!
E a cada passo, esbarram na
baça
Realidade trôpega em que
vivem;
Foge-lhes o chão dos seus
pés descalços,
Na tremura da fome que os
sufoca;
Deambulam perdidos, em desorientação
mental;
Os olhos desorbitados,
Pelo contraste com as faces
esquálidas;
São figuras fantasmagóricas,
Perderam a sua humanidade!
Têm como companheiros,
insetos
Que os acossam e lhes
infligem maior sofrimento;
São almas penadas, neste
mundo desvairado
De simbiótico contraste,
Entre a abundância e a
carência,
Entre o rosto que sorri
E o sorriso sem rosto.
José Carlos Moutinho
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