quarta-feira, 2 de maio de 2012

Ausência sentida




As tuas palavras emudecem
na fronteira da estrada que te ausenta de mim!
O perfume doce do teu corpo dissipa-se nas nuvens
que respiram o pó dessa estrada!
Os teus olhos têm o brilho das tardes cansadas
e os teus abraços são pétalas ressequidas,
de rosas esmorecidas,
pelos ventos do deserto,
Onde os oásis se fizeram rochedos!
O mar onde me espelho desassossega-se,
na intranquilidade do meu olhar,
que se alonga na saudade de ti!
Tento sorrir, mas a minha boca contrai-se
num esgar de dor,
que me estremece!
Pensamentos que me tomam,
em bandos de pássaros tresmalhados
chegam-me em soluços de angústia,
por tantos sois de luz fria e apagada
e luas escurecidas pelas nuvens do desalento,
em vendavais de desencontros
e tempestades de areias de orgulho escondido.

José Carlos Moutinho

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Entrevista com Planeta Azul, editora de Calemas

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