quarta-feira, 15 de maio de 2013

ANGOLA



O calor abrasador das tardes tropicais
penetra e dilata os poros
acariciados pelo pó denso e vermelho
de sangue do chão profícuo
daquela terra de mistérios e encantos!

A brisa húmida acaricia os corpos
que se fazem riachos
nas gotas escorridas de suor
que se colam às roupas!

Florestas de árvores gigantescas
que refrescam com a acalmia da serenidade
o enorme, mítico e grotesco imbondeiro
de castiçais de múcuas!

Estradas de terra batida
chamadas de picadas,
onde o pó se transforma em nuvens diáfanas!

Chuvadas intempestivas e diluvianas
que inesperadamente desabam
e tornam os céus
acinzentados pela tenebrosa tempestade
que tão de repente surge,
como os céus de imediato, são contemplados
com as cores maravilhosas do arco íris!

É África na sua pujança e fascínio,
são os cheiros que nos cativam e penetram a alma,
cores mirabolantes inimagináveis...
É o pôr do sol único, de tons impossíveis!

É Angola, de chão duro agreste
da pobreza sofrida
e é o chão suave, fértil
da riqueza obtida!

É Angola da minha saudade,
da minha juventude e das minhas paixões
É esta Angola plantada no meu coração
aconchegada na minha alma, que eu canto.

José Carlos Moutinho
2013/5

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Entrevista com Planeta Azul, editora de Calemas

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