quinta-feira, 29 de agosto de 2013

QUANDO FUI CHAMADO DE POETA






   Quando editei o meu primeiro livro, foi como um sonho nunca imaginado.
De repente, despertei desse sonho, que nunca existiu e que me lançou num mundo real, jamais pensado e estranho para mim.
No dia do lançamento, rodeado por umas boas dezenas de amigos reais e virtuais, vivi momentos de euforia, e porque não dizer, de muito orgulho e uma pontinha de vaidade.
Afinal editara um livro. EU TINHA UM LIVRO, COM O MEU NOME. Já me chamavam poeta.
Poeta, coisa bonita...Eu era poeta!
Pobre de mim, que embora tivesse começado muito jovem, a escrevinhar umas coisitas, às quais alguns amigos chamavam de poemas, mas que eu duvidava, pois, para mim, o que me diziam, era como elogio de amigos, para me entusiasmarem a não desistir. Sem que contudo, aqueles “poemas” tivessem na verdade, algum valor poético. Assim pensava eu!
Passaram-se dezenas de anos, e, para meu próprio espanto, recomecei a escrevinhar, por “carolice” e como resposta a uma amiga que gostava de fazer os seus versos em quadras rimadas, ao que eu respondia do mesmo modo.
Assim começou a minha aventura “literária”.
Audaz e ousado e a conselho de amigos, fui colocando os meus ”poemas”, no famoso Facebook, o maior veículo de comunicação virtual e interactivo que conheço.
Após algum tempo e já com vários “poemas” colocados no dito site, fui aconselhado a editar um livro.
Pensei, para mim, esta gente não está bem da cabeça. Eu, editar um livro?
Será que alguém me edita um livro, afinal quem sou eu, o que escrevo será meritório de um livro?   
Corajosamente, e admito que o fiz pela força que me foi dada por vários amigos, entre os quais destaco 4 pessoas, que obviamente não mencionarei os seus nomes, para evitar ferir sensibilidades, enviei um “monte” de poemas, para 4 editoras, que me responderam. Como para mim todas eram desconhecidas, optei pela primeira a responder-me anuindo à publicação, e, em boa hora o fiz, porque era (é) uma editora que prima pela qualidade do livro.
Isto foi em Fevereiro de 2011. O meu primeiro livro a que chamei de “Cais da Alma” vendeu mais de um milhar e meio. O sonho tornava-se uma realidade.
Após este primeiro livro e, porque o “bichinho” da escrita, tomara conta da minha inspiração, continuei a escrever. Passado o sonho, ficava a realidade do meu desejo em evoluir, melhorar a qualidade dos tais “poemas” (eu ainda resisto em assim chamá-los, dizem que por falsa modéstia, mas acreditem que não é) e editei mais 3 livros, totalizando agora, 4 livros, sendo 3 de poesia e 1 de prosa. Tudo isto, no espaço que mediou entre Fevereiro de 2011 a Março de 2013.
Confesso-me satisfeito, direi mesmo feliz, por entrar por um caminho que eu pensava só ser possível aos intelectuais, aos grandes literatos.
Admito que o caminho não é fácil, encontram-se muitos escombros, que nos tornam atletas a saltar obstáculos. Mas uma coisa muito simples, aprendi: Quando se entra numa competição, não ganha o mais arrogante, nem o mais presunçoso, mas sim o que tiver a humildade de competir, mesmo achando-se insignificante ou inferior.
Todavia, mesmo com esse pensamento positivo, muitas vezes me deixo levar pelo desânimo e interrogo-me se vale a pena continuar!
Neste mundo de preconceitos e desequilíbrios, os desconhecidos, como eu, ainda encontram imensas dificuldades.
Mas como, ao longo da minha vida, sempre tive como princípio, nunca desistir de uma competição, depressa expulso de mim, o desânimo e, certamente em breve, sairá mais um livro de prosa.
O meu grande obrigado a todos que me leem. Um Obrigado muito especial aos que têm os meus livros. Creio que a maior felicidade para quem escreve, é saber que os seus livros estão nas mãos dos leitores.
Bem Hajam, amigos e meus leitores. Sem vós, nem sequer poderia fazer este texto.

José Carlos Moutinho
8/2013

1 comentário:

  1. Parabéns José Carlos! eu fui ao teu primeiro lançamento CAIS DA ALMA, tive o grato prazer de estar presente! foi em Lisboa, o Hotel não me lembra o nome, Já tenho três dos teus livros;

    Continua...o mundo é dos determinados! Parabéns!
    Beso Célia

    ResponderEliminar

Entrevista com Planeta Azul, editora de Calemas

Ver esta publicação no Instagram

Live Planeta Azul Editora

Uma publicação partilhada por Planeta Azul Editora (@planetazuleditora) a