terça-feira, 28 de janeiro de 2014

Os meus silêncios



Envolvo-me nos meus silêncios
Que me abraçam na solidão
Dos momentos de nostalgia,
Imagens dominam-me os pensamentos,
Sombras da ausência,
Tentam sobrepor-se ao sol dos sorrisos!

O calor do seu abraço
Transporta-me por maresias perfumadas,
Que roçam as águas cálidas do meu sentir,
Salpicadas de espuma da paixão
Que me fazem navegar em doce ondular!

Os meus silêncios despertam-me,
No vibrar do meu coração exultante
Pelo deslizar nas dunas do seu corpo,
E pela carícia de suas mãos no meu peito
Que me extasiam no prazer do amplexo!

E estes silêncios que me tomam as horas,
Da letargia que domina a minha solidão,
Suavemente tornam-se melodias,
Na memória do amor ausente
Que ansiosamente se deseja presente.

 José Carlos Moutinho

domingo, 26 de janeiro de 2014

Recuso-me




Recuso-me...
Recuso-me a deixar entrar pelas frinchas da janela
A luz diáfana, que teima em se aconchegar em mim,
Quero ficar aqui na obscuridade deste meu silêncio
E divagar com os meus pensamentos pelas imagens
Que se abraçam na saudade dos meus entardeceres,
Não quero que a luz interrompa os meus devaneios,
Afagados por quimeras voadas no dorso de gaivotas,
Perfumados pelas maresias do mar da minha paixão!

Encantado com a viagem, guiado pela minha mente
Aporto ao meu mar de emoções, no farol da maresia,
Abro a janela da minha alegria, entra livremente a luz
Evitada, que agora timidamente, penetra pelas frestas
Que iluminam a minha alma com sensações pensadas!

Desperto nesta alvorada de raios cintilantes de vida,
Terna mistura sensorial de emoções, utopias e anseios,
Abraço-me aos suspiros extasiantes dos meus prazeres
E pela janela aberta, grito ao mundo a minha felicidade.

José Carlos Moutinho.

terça-feira, 21 de janeiro de 2014

Povo sofredor



E este povo que tanto sofre,
desgasta-se pela heresia política,
de mentes iluminadas da destruição,
que humilham e usurpam,
os nossos direitos essenciais
de simples sobrevivência!

Que nos tiram o pão que nos alimenta
e o trabalho que nos sustenta!

Esta vida que nos é imposta
e a que nós somos alheios...
Não somos responsáveis,
por esta calamidade económica,
de incapacidades latentes!

Penso-me como cidadão,
que compõe este povo,
que não passamos de nadas,
só temos obrigações,
os direitos são-nos cerceados,
é um estigma a condição de povo,
porque a elite da sabedoria e das regalias,
que nos olham do alto da sumptuosidade dos seus palácios,
no conforto dos seus grandes rendimentos,
ignoram as dificuldades de vivermos
com salários ínfimos,
e mesmo estes, a cada dia mais, vão rareando!

Mas é o que merecemos como povo,
por não “entendemos” o sacrifício dos políticos,
para “endireitarem” as contas...
As tais contas, do desfalque do país,
“Causadas” pelo pobre povo,
que sempre labutou no seu dia a dia,
para mal conseguir sustentar as famílias!

Ah...Agora entendi...
Foi o povo que esbanjou em carros, casas
aviões, belos iates e viajou por esse mundo!
Foi o povo que se fez banqueiro
e criou fraudes escandalosas!

Pobre povo, que é espezinhado
numa injustiça de doer a alma!

Enquanto o povo chora a dor da fome,
“eles” sorriem, com o maior descaramento,
Pois o que fazem é pelo bem da Nação,
Pobre Nação que até tu és gozada e humilhada!

José Carlos Moutinho.

domingo, 19 de janeiro de 2014

Murmúrios da mente



Enrosco-me nos meus pensamentos,
Abraço-me às melodias das minhas ilusões,
Respiro o ar puro dos meus sentimentos,
Aconchego-me no calor das minhas emoções.

O silêncio que me murmura ternas palavras,
Perfuma-me o coração com coloridas fantasias,
Recorda-me tuas carícias, quando me falavas,
A brisa que aquieta em mim, diz-me o que sentias.

São devaneios, quimeras ou simples utopias,
Pode ser tudo isso, muito mais, ou talvez nada,
Sei que me sinto feliz ao som destas melodias,
E que tudo nesta vida é finito, um dia acaba.

Enquanto essa hora de despedida não chegar,
Viverei em eterno sonhar, por oníricos caminhos,
Farei das pétalas, notas musicais soltas ao luar,
E da maresia farei perfume com meus carinhos.

Se puder, voarei por céus de fascínio e encanto,
Cantarei ao mundo que sou feliz porque sou amado,
Tornarei ausentes mágoas, tristeza e algum pranto,
Acreditem, serei alegremente um eterno apaixonado.

José Carlos Moutinho.

terça-feira, 14 de janeiro de 2014

Desnudo-me



Quero desnudar-me deste manto frio de desalento
E aconchegar-me no calor do seu corpo,
Sentir no meu peito o afago do seu carinho
E esquecer as mágoas do tempo!

Quero desnudar-me...
Dos agrestes tecidos da nostalgia
E abraçar-me à leveza do meu anseio,
Em amplexos de ternura e amor!

Quero desnudar-me...
Das vestes de falsas sedas
E agasalhar-me
Em tecidos quentes de volúpia!

Quisera eu engalanar-me
De diáfanas e doces filigranas,
Imbuídas da mais profunda paixão,
Navegadas em águas cálidas
Pelo meu rio de emoções
E aquietar esta corrente agitada
Na foz da minha felicidade.

 José Carlos Moutinho

segunda-feira, 13 de janeiro de 2014

Mágoa



Corre nas minhas veias
Sangue enregelado pela mágoa
Que desagua em cascata sofrida
Dentro do meu coração que se congela!

Quisera que o calor do sol
Me aquecesse a alma,
Mas ele esmoreceu-se na dor
Infligida num fim de tarde
De incertezas e contrariedades!

Agora, aqui sentado, moribundo
De um sentir exangue,
Carrego comigo esta tortura,
Que me levará pelos céus da amargura,
Numa ânsia atroz
Pelo encontro do oásis da minha eternidade.

José Carlos Moutinho.

domingo, 12 de janeiro de 2014

As minhas palavras



Eu gostaria de fazer soltar as palavras
Como mariposas coloridas,
E libertá-las nos ventos da esperança,
Impulsionadas por asas de confiança,
Chegassem aos quatro cantos do mundo,
Esta mensagem de fraternidade!

Que as minhas palavras,
Se fizessem canoas de papiro
E se aconchegassem nas maresias
Dos mares da fraternidade!

E...Que as minhas palavras,
Se soltassem nos céus da liberdade,
Se abraçassem a nuvens de sonhos,
E sob o luar se transformassem em realidade!

Ah...como eu gostaria
Que as minhas palavras
Brotadas do meu sentir
Se fizessem sol,
Que aquecesse os corpos frios
Dos despojados,
E que do ar, fizessem alimento
Que mitigasse a fome dos carentes
Deste triste mundo!

Mas as minhas palavras silenciosas,
Não têm a força
Do meu pensamento,
Esmorecem-se na inquietude do meu anseio
E metamorfoseiam-se em sonho finito.

José Carlos Moutinho.

quarta-feira, 8 de janeiro de 2014

Sons da memória



Nos sons que me murmuram palavras de amor
Trazidas pelas lembranças dos meus silêncios,
Revivo os momentos de ilusão e de sonhos
Que me embalaram pelas brisas do tempo,
Em simbiose de desilusões e alguma dor.

Mas os sons que agora me chegam
Na brandura dos anos passados,
Abraçam-me e suavemente me beijam,
Na poesia cantada de amores amados.

Serão melodias de beijos trocados,
Ou quiçá, simples desejos sonhados,
Que a rebeldia da juventude inventava
E que o luar ausente tanto enredava.

Mas a força da minha mente imperiosa
Teima em trazer na saudade que atormenta
Os abraços que se perderam em tarde fogosa,
E que agora deixam a minha alma sedenta.

Na quietude da minha desejosa solidão,
Aconchego-me nas minhas memórias,
Trago à minha mente com emoção,
As minhas velhas e doces histórias.

José Carlos Moutinho.

terça-feira, 7 de janeiro de 2014

Sonhar Metáforas




Desejaria vestir-me de metáforas,
Se a minha essência
Tivesse o dom de as inventar,
E eu pudesse engalanar-me
Nos dias em que a poesia
Me acordasse,
Pela caricia das quimeras,
E me fizesse soltar estrofes
De simples versos,
Ou me despertasse a alma,
Para quadras rimadas
De amores emparelhados,
Onde as paixões se cruzassem,
Nos sonetos das primaveras
Da minha vida apaixonada!

E...Na melodia das palavras
Que subitamente
Se fizessem poemas,
Exaltaria o amor
Vivido em tempos
Do outro meu tempo,
Extasiar-me-ia com as paixões
De amores porvir!

Acariciava as metáforas,
Com enlevo e força do meu sentir,
Deleitar-me-ia com o colorido
Da metamorfose dos meus anseios,
Faria com que todos, que me lessem,
Sonhassem na doçura das utopias.

José Carlos Moutinho

sábado, 4 de janeiro de 2014

Viver na esperança



Voam os dias, morrem as noites,
Nascem alvoradas, despontam sois,
Aguardam-se tardes do depois
Nesta vida de tantos açoites!

Esperança será última a morrer
Nesta correria pelo tempo,
Almejando esta batalha vencer,
Sorrindo e cantando sem lamento!

Porque viver é tão complicado,
Se fosse possível a rendição
De lutar com destino marcado...

Venceremos porém, com coragem,
Trazendo alegria no coração,
Ternura n’alma, como mensagem...

 José Carlos Moutinho

Utopias



Voa no tempo, por céus de sonhos,
Fecunda os desejos do amanhã,
Aconchega-se nas metáforas do querer
Com a coragem de um verdadeiro titã!

Seus pensamentos são pétalas delicadas
Que esvoaçam do florescer da sua paixão,
Deleita-se pela ânsia que o invade
No amplexo imaginado
Que o faz transbordar de emoção!

Sorri ao sorriso que o fascina,
Enleva-se no brilho dos olhos que o fitam
E emudece no êxtase que o domina!

Caminha afoito de coração alegre,
Por entre gotas de chuva
Que acariciam sua alma,
Da saudade que o persegue!

Por entre as brumas da inquietude,
Sopram brisas de alento e afecto
Que repudiam o pensamento da finitude!

O arco iris tece cores de encanto,
Que em harmonia com a luz do sol,
Afasta tristezas e ais de pranto!

Das nuvens que abraçam esta ilusão,
Despontam cintilantes, estrelas guias
Que o levam para porto de abrigo,
Onde coabitam a felicidade e a paixão.

José Carlos Moutinho.

sexta-feira, 3 de janeiro de 2014

Navego-me em emoções



Navego-me numa torrente de sensações,
Por rios de deslumbramento,
Acaricio as folhas de suspiros
Que margeiam o caudal das minhas emoções,
Deslizo voluptuosamente
Pelas águas cálidas da minha paixão,
E no ondular dos meus pensamentos,
Deixo-me afagar pela saudade
Que me leva à foz dos meus anseios,
Onde nas areias douradas
Espera o meu amor,
Com o seu belo sorriso
Cintilante como o sol,
Centelhas estelares
Soltam-se dos seus olhos,
Como guias do meu caminho,
E dos seus braços
Farei meu porto de abrigo
Aonde me aconchegarei
Para todo o sempre,
Na fusão de uma louca paixão
Com ardor de profundo amor.

José Carlos Moutinho.

quinta-feira, 2 de janeiro de 2014

Apocalipse



Uivam os ventos,
Choram os céus,
Afoga-se o chão
Nas lágrimas do mundo!

Tremem de frio as pedras solitárias,
Escurecidas pelo tempo implacável,
Soluçam, doridas, as flores
Ausentes de cores
Desfalecidas de perfumes!

Gritam as aves, num estertor aflitivo,
Gemem as árvores
A perda das suas folhas
Caducas e indiferentes à sua dor!

Escureceram-se os luares,
Apagou-se a lua,
O sol foi ofuscado pelo breu
Que tomou a terra!

Falésias agitam-se na violência das ondas
Do mar transtornado!

Ouvem-se soluços
Entre as fragas dos sentidos,
Corre gente sem rumo
Num atropelo perturbante...

Agito-me assustado, no meu leito,
Desperto...
Deste sonho apocalítico

 José Carlos Moutinho

Entrevista com Planeta Azul, editora de Calemas

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