Enrosco-me desiludo
nas pétalas moribundas
dos cravos de abril,
com o peito comprimido pela
desesperança!
A noite da liberdade,
foi devassada por ausência de
patriotismo
de gente, que na vida,
não conheceu as amarguras
e dores dos poros
de onde brotou o suor
do rosto e do corpo dorido
na árdua luta pela
subsistência!
Fazem-se ouvidos moucos
Ao Grandola, Vila morena,
Esquecem-se daquela
madrugada
Onde nasceram sorrisos
nos jardins da esperança!
São esquecidos os direitos
do povo,
dos mais básicos e
incontroláveis
labor, pão e lar;
Arrastam o povo pelo chão
duro da fome,
Afogam-nos na lama,
De indigna miséria,
expulsam-nos da nossa pátria,
fazem-nos emigrantes à força,
afundam as empresas,
mandam milhares para o
desemprego
em nome do hipotético
desenvolvimento!
Triste povo que se submete a
tudo,
De boca fechada às palavras
e ao pão;
Este pobre povo que dizem
ser sereno,
Tão sereno que morre
docemente,
À mingua e ao relento!
Viva a Liberdade!
Viva Portugal!
Viva o 25 Abril agora e
sempre!
Viva este povo sofredor de
brandos costumes,
Que tem de acordar
pela sua sobrevivência!
Abaixo a tirania e a
incompetência.
José Carlos Moutinho
25 de Abril sempre!
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