segunda-feira, 30 de junho de 2014

Na soleira do paraiso






Encostei-me na soleira da porta do paraiso,
escutei melodias de embalar, doce ilusão,
que chegavam nas asas da brisa, como aviso,
para que minha alma, sorrisse com emoção!

Expus o meu peito ao vento cálido dos anseios,
Aspirei fragrâncias do tempo do meu porvir,
Abracei-me aos sons de poéticos chilreios,
E aquietei-me na serenidade do meu sentir!

Nos campos que se estendiam a perder de vista,
Senti-me feliz pela visão que eu contemplava
Por poder absorver o colorido da natureza, artista 
Abracei toda aquela beleza que me fascinava!

Viajei por entre nuvens e brumas do pensamento,
Sentia em mim as suaves brisas da felicidade,
Era somente eu, sem ambições, com sentimento,
Que fazia das utopias, jardins da realidade
E ignorava as palavras cansadas de alguém,
Pois a vida deve ser vivida sem ansiedade!

Encostei-me na soleira da porta do paraíso…
E despertei com a alvorada do meu sorriso!

José Carlos Moutinho

sexta-feira, 27 de junho de 2014

Mundo doido





Pois este mundo está totalmente virado,
se alguém diz de sua justiça, o que pensa,
é porque é invejoso, ou quiçá  frustrado,
será olhado de viés com certa descrença.

Parece que o ideal é ser cínico e falso,
fingir que não sente o que a alma sente,
ouvir calado, como se estivesse no cadafalso
e sorrir a quem o confronta com tal mente.

Estou cansado de viver neste universo louco,
quero ir para a ilha do paraíso e lá descansar,
por muito que aqui se faça, é sempre pouco,
quero a paz, deixem-me por favor, sossegar.

Tantas vezes à critica, tento ser indiferente,
minha essência da verdade, não me permite,
acredito que falsidade não é coisa inteligente,
responderei sempre que a minha alma grite.

José Carlos Moutinho
27/6/14

segunda-feira, 23 de junho de 2014

Janelas do meu pensamento





Assomam às janelas do meu pensamento,
as recordações de um tempo,
em que os luares tinham especial fascínio
iluminados pelas estrelas da felicidade,
O sol aquecia-me a esperança no futuro
e os sorrisos das garotas
eram o deslumbramento das minhas ilusões!

Acomodado no parapeito da janela,
o meu pensamento deixa-se levar pelas praias
da minha adolescência,
na inocência e pureza do meu sentir,
e pelas imagens dos rostos
das minhas paixões,
que nunca se fizeram amores,
mas que encantavam a minha alma!

A saudade entra suavemente
no meu pensamento, que se inquieta
pela lonjura do passado
no desejo profundo de ser presente!

Ah…Este desvario
que me desassossega o coração
na saudade daquele outro meu tempo,
de ilusões e paixões
de inventados amores
ou talvez…
Amores verdadeiros
que eu negava pensá-los
porque se vestiam de desilusões!

Ah…saudade que me atormentas
nesta minha vida inquieta
pelas memorias
que eu recuso esquecer…
E em simbiose de alegria e tristeza
desejo viver eternamente.

José Carlos Moutinho

quinta-feira, 19 de junho de 2014

Se as palavras voassem



Ai se as minhas palavras voassem
como libélulas,
sobre as flores dos lagos,
e se fizessem asas orrnamentadas
por pétalas de belos versos,
quiçá eu almejasse fazer delas
um jardim de poesia
e as plantasse como um poema.

José Carlos Moutinho

terça-feira, 17 de junho de 2014

Rio Tejo, meu amigo





Deslizam suaves, em  ondulante navegar
As águas amigas deste rio, da minha vida,
Correm serenas ou rápidas para o mar,
Que de braços abertos aguarda sua corrida.

Tenho saudades de contemplar o Rio Tejo
Que me viu crescer, que se fez meu amigo
E me abraçou certo dia, num doce lampejo,
Recusou fazer da minha temeridade, castigo.

Tejo meu companheiro que me cantavas melodias,
Nas verdes margens da minha meninice junto de ti,
És agora, acalmia nas brumas das minhas nostalgias,
És companheiro perene da alegria que um  dia senti.

Ah…Tejo meu rio querido que de longe vens,
Nem sempre és amável, nem sempre és sereno,
Quantas vezes te revoltas e causas desavéns
Com tuas águas inventas sofrimento pleno..

Mas eu só te penso na tua doce acalmia,
Olhar-te com o carinho de quem te ama,
Receber o reflexo do sol que cintila nas tuas águas.

Não tenhas pressa na tua corrida
Em direcção ao mar
Que te fará nada
Na grandeza da sua imensidão…

Mas para mim, meu Rio Tejo
Jamais deixarás de ser o meu rio
O meu amigo, meu companheiro
De tantos e bons momentos,
Que na distância e no tempo
Me apertam o coração
Numa eterna saudade.

José Carlos Moutinho

segunda-feira, 9 de junho de 2014

Minhas mãos, meus tesouros





Na quietude da minha solidão,
deixo-me levar pelas divagações do meu pensar!

Olho fascinado, as minhas mãos,
vejo sulcos do tempo,
lavrados por instantes consumidos
pela voracidade das horas,
que fez das minhas mãos cansadas,
obras de uma arte sofrida!

Por entre os dedos,
pequeníssimos atalhos
como afluentes digitais
de sinais que definem as marcas 
do destino, da minha essência!
Admiro a geometria de cada mão,
penso na natureza que me gerou ser,
fez duas mãos distintas nos seus traços,
em cada mão, talvez,
um destino diverso,
parecem semelhantes,
mas fixando meu olhar atentamente,
descubro rios de criteriosos efeitos
como capilares sensitivos!

Com as minhas duas mãos abertas,
sorrio-me feliz
pela alegria de poder contemplar
as minhas armas de luta,
meus instrumentos na criação
da minha poesia,
minhas suaves pétalas de carícias
que perfumam o papel do jardim branco,
onde planto as flores da minha escrita!

As minhas mãos
são parte importante
da minha grandeza!

José Carlos Moutinho

Entrevista com Planeta Azul, editora de Calemas

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