Fazem-se tardias as palavras
ausentes,
caladas nas gargantas da
revolta
que teimam em se escusarem
no grito da liberdade do
sentir!
As prepotências controlam
as fraquezas humanas,
dominam as vontades
entristecidas
pelo tempo que as subjuga!
Caminha-se por estradas
poeirentas,
esburacadas pelos ventos da
tirania,
Folhas secas de esperança
finita
colam-se nos rostos suados,
As estrelas perderam a luz
na escuridão da lua
escondida pela arrogancia do
poder!
Respira-se ar saturado pela
indiferença
no pantanal insalubre das
injustiças,
que intoxicam vilmente a
dignidade
e ignoram a pureza da humildade!
Sobrevive-se nos dias
moribundos,
porque as alvoradas
escurecidas pela apatia
tingem de cinzento
as tardes perdidas nas
nuvens da incerteza!
Correm as horas, esvaem-se
os anos
e as palavras continuam a
escusarem-se
nas gargantas caladas
pelo medo que penetra
o peito atrofiado e dorido!
As palavras calam-se
assustadas
na coragem esmorecida da
cobardia
de se enfrentar a gentalha.
José Carlos Moutinho
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