segunda-feira, 22 de setembro de 2014

Deserto de um sonho





Atravesso este deserto árido de incertezas,
Perco-me nas miragens dos meus anseios
Em delírio numa busca plena de certezas,
Que me libertem destes estranhos enleios.

No horizonte que julgo ver, ou talvez ilusão
porque o sol inclemente me faz adivinhar,
caminho sem descanso ao ritmo do coração,
ávido de que algum oásis me faça parar.

Sopra-me o vento em rajadas de areia,
que áridas, me fustigam os pensamentos,
cambaleio perdido no nada que me rodeia,
sufoco no ar abrasador dos meus tormentos.

Milagre penso eu, milagre que desejo obter,
na visão que acaricia meus olhos docemente,
longe, oscilam as folhas verdes das palmeiras,
como verde é minha esperança, assaz  premente.

O tão ansiado oásis, aparece na minha frente,
refrescante pelas sombras das árvores caridosas,
no meio deste paraíso, o lago, meu confidente
faz-me esquecer as passadas horas impiedosas.

Acordo com o fragor das persianas da janela,
Perco-me na inquietude do sonho que tivera,
Coloco o vibrar do meu coração de sentinela
E acalmo na serenidade da florida Primavera.

José Carlos Moutinho

Sem comentários:

Enviar um comentário

Entrevista com Planeta Azul, editora de Calemas

Ver esta publicação no Instagram

Live Planeta Azul Editora

Uma publicação partilhada por Planeta Azul Editora (@planetazuleditora) a