Atravesso este deserto árido
de incertezas,
Perco-me nas miragens dos
meus anseios
Em delírio numa busca plena
de certezas,
Que me libertem destes estranhos
enleios.
No horizonte que julgo ver,
ou talvez ilusão
porque o sol inclemente me
faz adivinhar,
caminho sem descanso ao
ritmo do coração,
ávido de que algum oásis me
faça parar.
Sopra-me o vento em rajadas
de areia,
que áridas, me fustigam os
pensamentos,
cambaleio perdido no nada
que me rodeia,
sufoco no ar abrasador dos
meus tormentos.
Milagre penso eu, milagre
que desejo obter,
na visão que acaricia meus
olhos docemente,
longe, oscilam as folhas
verdes das palmeiras,
como verde é minha esperança,
assaz premente.
O tão ansiado oásis, aparece
na minha frente,
refrescante pelas sombras
das árvores caridosas,
no meio deste paraíso, o
lago, meu confidente
faz-me esquecer as passadas
horas impiedosas.
Acordo com o fragor das
persianas da janela,
Perco-me na inquietude do
sonho que tivera,
Coloco o vibrar do meu
coração de sentinela
E acalmo na serenidade da
florida Primavera.
José Carlos Moutinho
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