Nas entrelinhas escritas
pelas folhas secas
que caiam no chão do meu
desejo,
senti o respirar ofegante
do outono cansado pela
espera,
descolava-se a tinta das
palavras
castigadas pelo estio
ausente,
encharcadas pelas águas
de um tempo transtornado;
Fecho os olhos,
recuso continuar a ler o
verão alterado,
e fecho o livro do tempo
que o tempo escreveu errado.
José Carlos Moutinho
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