domingo, 17 de maio de 2015

Minhas mãos são duas flores



As minhas mãos são duas flores
pétalas são os meus dedos
coloridos com o vigor da vida
e pela carícia e ternura do sentimento…
As rugas das minhas mãos
são canteiros do meu jardim,
onde eu planto diariamente
mágoas, ternuras, paixões e tristezas
e também cultivo nelas muito amor
ternura e amizades
para que a colheita de afectos
e  partilhas seja profícua…
Nas minhas mãos sulcadas pela vida,
não crescem ervas daninhas
por que o meu carácter
faz nascer das minhas mãos/flores
perfumadas e multicoloridas
pétalas francas, nobres e solidarias!

Quando as flores das minhas mãos
murcharem pela secura do tempo,
peço que as pousem suavemente
sobre o meu corpo inerte,
para que elas renasçam na eternidade,
com a mesma singeleza e sinceridade
com que floriram neste meu tempo!

As minhas mãos sofridas e carinhosas
apertaram outras mãos
algumas negras, outras brancas…
Acariciaram a alegria da vida,
foram sempre fraternas e amigas
jamais violentas ou agressivas…
Pois o jardim de onde elas brotaram
foi uma criação fantástica
dos melhores jardineiros:
Os meus pais.

José Carlos Moutinho

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Entrevista com Planeta Azul, editora de Calemas

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