quarta-feira, 25 de novembro de 2015

Escuridão da vida





As pedras da calçada são espinhos



nascidos das flores secas da miséria,



plantadas em jardim de infelicidade!



Neste chão duro, onde dormem os sonhos,



empedernidos pelo vento da tristeza



e onde se encolhem petrificados pelo frio



os corpos de vivos mortos,



perdidos pelos caminhos do nada!







São companheiros desta desgraça,



cães esquálidos como eles próprios,



que se aquecem mutuamente



empastados pela sujidade que os enegrece!







Quantos desses seres, vagabundos da sorte,



tiveram um dia um lar reconfortante 



e o afecto da família e amigos…



E hoje, abandonados pelo destino,



ou talvez tenha sido o destino escolhido,



são seres vivos sem vida,



são zombies deambulantes sem presente



por caminhos sem futuro!







E as pedras da calçada, são o leito



o leito de um rio de sangue,



lar de desgraçados,



ninho de gente devorada por parasitas



e de pele enrugada pela imundice…







Pobre gente que se deixou cair



por infelicidade ou vontade própria



na escuridão da vida.







José Carlos Moutinho

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Entrevista com Planeta Azul, editora de Calemas

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