quinta-feira, 31 de dezembro de 2015

Despedida ao 2015



Para o ano que vai, digo em jeito de despedida
vai-te 2015, depressa, nem sequer olhes pra trás,
chega de tanto castigo e austeridade cometida,
que venha 2016 com alegria, saúde e muita paz.

Que governantes prevaricadores tenham o castigo
que merecem, pelo mal que fazem ao pobre povo
e que o Novo Ano seja o juiz e verdadeiro amigo,
nos traga tudo de bom, nos façam felizes de novo.

Vai 2015 desgraçado e terrível, leva toda a maldade,
contamos contigo 2016, de alma aberta e ansiosos,
temos esperança,de que nos tragas mais humildade,
afinal queremos tão pouco, paz, amor e dias ditosos.

José Carlos Moutinho
31/12/15

terça-feira, 22 de dezembro de 2015

Desabafo de um vagabundo





Tu que por mim passas todo engalanado
vestido de displicência e enojado,
olha para mim, sou filho da fatalidade
mas ambos somos parte da humanidade.

Não tive sorte, a vida me desamparou,
mas sou gente como tu, com diferenças,
tens dinheiro, casa e gente que te amou
eu sei sou nada, sem vida e sem crenças.

O Natal seria lindo se sua essência existisse,
perderam-se os valores e os sentimentos,
solidariedade com vagabundos é uma chatice,
uns com tanto e outros, vivendo sofrimentos.

Viva o Natal, de paz, alegria e muito amor
e eu gostaria de saber onde os encontrar,
se toda a minha vida tem sido feita de dor
peço somente alguém, para me abraçar.

Natal de tanta luz e futilidade consumista,
que mundo é este, negro de desigualdade,
a humanidade veste-se de vaidade egoísta
abraçada à arrogância, morreu a caridade.

José Carlos Moutinho
22/12/15

segunda-feira, 21 de dezembro de 2015

Diz-me irmão o que é o Natal





Será esta folia carnavalesca que se vive
ou a humildade de outros tempos,
em que a escassez de dinheiros
cedia espaço à harmonia...
e fazia das amizades,
o sentir a essência da data,
sim...a verdadeira essência do Natal,
quando se respirava simplicidade
e deixávamos os olhos brilharem...
sim, irmão lembras-te como brilhavam
nossos olhos nas luzes da árvore simbólica
e ficávamos emocionados ao contemplarmos
a singeleza do presépio
e nos lembrávamos daquele menino
representante de Deus na terra
que trouxera a esperança aos homens,
os tais de boa vontade
Lembras-te desse tempo, irmão?

Agora, não sei o que é o Natal,
perdeu-se entre vaidades e consumismos
esmoreceu o sol da solidariedade,
esquecem-se os desgraçados
que se congelam na tristeza da sua sorte
e adormecem na escuridão da sua miséria!

Bem sei que ninguém tem que ser samaritano
mas por Deus, acabe-se com a demagogia
e viva-se o espírito de Natal
como ele deve ser vivido, tão simples
como Jesus o viveu, nu, em palhas,
quando podia ter sido rei da sumptuosidade!

Diz-me irmão, por que razão
tudo se transformou e se perderam os valores
que aquele homem de nome Jesus,
apregoou ao mundo?

Diz-me irmão, se fores capaz,
por que eu recuso-me a entender
e a ser levado nesta avalanche material,
de onde se ausentaram os sentimentos!

José Carlos Moutinho​
20/12/15

quinta-feira, 17 de dezembro de 2015

Nas asas de uma gaivota





Já fui nuvem solitária
e voei em muitas latitudes,
fui arco-íris do pensamento
e sol escaldante de ansiedade
fui quietude trazida pelas mãos da brisa
e já me agasalhei com o manto do luar,
respirei fragrâncias de maresia
suspirei saudades reprimidas,
abracei ventos intempestivos
amei perfumes de doces rosas
e sofri mordidas de seus espinhos,
já fui seara de ideias coloridas
e estiagem de sonhos esmorecidos…

Sou a vontade que se solta de mim,
vencedor do obstáculo encontrado,
sou a força com que me invento
e o remanso da incompreensão adversa,
sou o mar que me leva pra lá do horizonte
e a bravura das ondas do meu retorno,
e ainda sou a acalmia da alva espuma
que me vem beijar nas horas de nostalgia…

E nas asas de uma gaivota,
levo-me pelo infinito,
cruzo a via Láctea serenamente,
penso-me um ser metafisico,
despojo-me da matéria que carrego
e sorrio à luz que me desperta do sonho

José Carlos Moutinho

segunda-feira, 14 de dezembro de 2015

Este tempo que me inquieta






Ai…este tempo que me inquieta
e rouba as minhas emoções…
Qual a razão deste desassossego
se eu aqui à beira mar, descanso?

Ao olhar o brilho das águas
vêm à minha lembrança
outros tempos menos inquietos,
onde as minhas emoções eram livres
e eu na pujança da vida, sorria,
sorria à vida que me sorria…

Será que este tempo de agora
é também inquieto
e por isso se inquieta comigo,
ou serei eu, que nesta minha inquietude,
inquieto o próprio tempo?

Não sei responder,
nem sei se consigo pensar
vestido deste meu pensamento
em desassossego…

Sinto-me folha seca
perdida no meio dos ventos
voando aleatoriamente
em total desatino!

Gostaria de saber a razão
deste tempo que agora me envolve,
tanto desequilibra o meu sentir
e me deixa atónito e perdido
na profundeza das minhas emoções…

Talvez em algum outro tempo
eu vá encontrar as respostas
que agora faço, inquietamente…

José Carlos Moutinho

Entrevista com Planeta Azul, editora de Calemas

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