sexta-feira, 29 de junho de 2018

Tempo mediado

Já não sei

Passa longe, brisa

Ai, esta brisa que vem de longe
e me inquieta...
traz com ela recordações,
traz o perfume daquele mar
que eu não quero lembrar...
porque cada carícia dessa brisa
faz renascer dentro do meu peito
um mundo colorido e fenecido,
que jamais retornará, mas
que me provoca esta inquietude
que dói em cada imagem...
por isso, brisa, passa longe de mim
porque o longe que eu vivi
pereceu no tempo que se foi
 
José Carlos Moutinho

quinta-feira, 28 de junho de 2018

Caminheiro

Sou caminheiro de ilusões
artífice de sentimentos,
conquistador de corações
com alegria, sem fingimentos

Digam o que disserem
sou o que acima vos disse,
mas se acaso não quiserem
perguntem à minha prima Alice

Sou e sempre fui desta maneira,
por vezes até exageradamente,
sou virado para a brincadeira
tento, porém, ser muito prudente
 
José Carlos Moutinho

domingo, 24 de junho de 2018

Talvez porque hoje é domingo

Só porque é domingo
e porque dizem que é dia especial,
só por isso e nada mais que isso,
olho as folhas secas,
que, como pardais, saltitam
de pedra em pedra da calçada
onde no banco pintado de verde
estou neste momento sentado,

só porque é verde, talvez de esperança
e porque é domingo que faz sorrir,
contemplo as folhas que saltitam
os pássaros que chilreiam
as árvores cujas ramadas oscilam
com o beijo
do vento, que por mim passa e sinto,
mas não vejo
talvez porque hoje é domingo...

José Carlos Moutinho
24/6/18

sábado, 23 de junho de 2018

ALDEIA DO PARAÍSO Lançamento

Aperto no peito

Ai, este aperto no peito
que não me deixa respirar,
será do calor, será do tempo
nada sei a não ser que sufoco,
quero soltar o grito estrangulado
mas o som silenciou
e o meu desespero aumentou...

Preciso de fazer saber ao mundo
que as lágrimas que ela chorou
não fui eu que as causou
foi o amor que findou e calou
o sentimento que havia em mim,
ficou-me uma culpa sem fim
que ela disse ter eu de pagar...
mas como pago o que não tenho para dar

Ai, este aperto no peito
que ancorou no mar do meu sentir
e naufragou no dia do esquecimento
sem que alguém o salvasse

José Carlos Moutinho


sexta-feira, 22 de junho de 2018

Aforismos


Os belos elogios e simpáticos comentários não te fazem poeta. Pensa nisso!


A idade, essa escada da vida, que a tantos assusta pela vertiginosa subida, oferece entre muitas coisas a capacidade da reflexão e, alegremente, permitir-se rir de coisas tão supérfluas a que muitos dão imenso valor.


terça-feira, 19 de junho de 2018

Quem me socorre

Ai, meu Deus quem me socorre
este mundo está totalmente louco,
um, que se queixa que a vida não corre
outro, que lhe dizem que escreve pouco

Francamente está tudo muito complicado
nunca vi tanta queixa como aqui no Face,
em vez de ficarem a malhar ide ao mercado
comprem fruta, verduras e também alface

Verão que vossos corações irão acalmar
de tanto desgosto e acusação que há aqui,
se o que aconselhei por acaso não resultar
tentem fugir da más línguas, indo por ali

Por favor tenham calma que o tempo urge,
tentem, em vez de ódios criar mais amizades,
assim, quem não muge, certamente não tuge
deste modo escusam-se algumas verdades

José Carlos Moutinho

segunda-feira, 18 de junho de 2018

Sufoco, que calor

Fui aos correios depois do almoço
o calor derretia o asfalto e os miolos
desejei tanto ter por perto um poço
e evitar que o tempo causasse dolos

Mas o tempo ignorou-me, por isso fugi
andei o mais depressa que pude
já nem sei descrever o que eu senti
só me apetecia encontrar um açude

Ai, este calor louco que não aguento
prefiro o fresco, sem ser muito frio
talvez esta noite eu durma ao relento
ou irei deitar-me no leito de algum rio

José Carlos Moutinho
18/6/18

Porque recuso

Recuso serenamente
que palavras vazias cheguem a mim
não porque eu seja inconveniente
mas tão somente porque penso assim,
Aceito de alma serena e suspensa
toda a mensagem que a prosa contenha,
da verdadeira essência que não se dispensa
no poema, para que o sentimento se retenha,
Não é preciso rimar, nem metáforas usar
para se apreciar o conteúdo de um poema
desde que os versos saibam cantar
o que as palavras vestiram de alfazema

José Carlos Moutinho

domingo, 17 de junho de 2018

Pedras ao vento

Tu, que pensas as palavras
como pedras atiradas ao vento
e as usas sem a menor consideração,
pensa muito bem e se tiveres tento
verás que a semântica não faz lavras
onde plantas palavras sem emoção,
se a concordância em ti não faz sentido
e do verbo fazes uma enorme confusão,
deverás então sair desse caminho perdido
deixares de fazer das veredas parvas
e do léxico um tormentoso castigo

José Carlos Moutinho

Porque é Domingo

..
A vida é uma Caixa de Pandora.
Para alguns, as coisas são demasiadamente fáceis, que os leva a deixarem-se viver, confortavelmente.
Para outros, porém, o que lhes é mostrado, possui um provocante desafio, que não lhes permite acomodarem-se, fazendo com que a luta seja, por um lado sonhadora, por outro, que consiga levá-los à felicidade da concretização.
Vencer estes desafios, com abnegação e resiliência torna esse viver numa vitória heróica.
O prazer está na resolução das coisas difíceis, não naquelas que se colocam à nossa frente facilmente resolúveis.
A vida é realmente uma guerra que devemos vencer batalha a batalha. Dificilmente venceremos todas, mas se conseguirmos vencer com dignidade, uma grande parte, conseguiremos ser heróis, nesta passagem terrena.

José Carlos Moutinho
17/6/18

sábado, 16 de junho de 2018

Escuto

Escuto o silêncio
que silenciosamente me chega,
fecho os olhos
levo-me nas ondas do pensamento,
imagino o chilrear do tempo
sinto o perfume dos dias,
e de suspiro em suspiro
consigo perceber os suaves murmúrios
que do meu peito
escrevem este poema singelo
que, como sonho irei colorir no papel
depois que o silêncio partir
deixando a quietude perecer
nas veredas da vida
 
José Carlos Moutinho

quarta-feira, 13 de junho de 2018

Voo estouvado

Voam pelo meu peito
suspiros de ansiedade
como gaivotas em desalinho
em busca de um recanto de acalmia,
sinto as suas asas baterem
numa tentativa de se libertarem
da aflição que as oprime,
e voam de um lado para o outro
e nada encontram,
além da sua própria ânsia
que as obriga ao voo estouvado
sobre o meu peito, já cansado

José Carlos Moutinho

terça-feira, 12 de junho de 2018

Bem Hajam, amigos

 
 
   Nunca fui muito extrovertido e sempre tive alguma dificuldade em demonstrar as minhas emoções. Alguns chamam a isso arrogância, outros, presunção, alguns dizem que é vaidade e convencimento. Eu digo simplesmente que não sou nada disso. Serei isso sim, tímido, que me torna, por vezes aparentemente antipático . Não o sou, realmente!
Isto vem a propósito de que, nas dezenas de eventos, entre lançamentos, apresentações e simples encontros tertulianos, eu não consiga mostrar a minha ENORME gratidão a quem comparece a esses encontros.
Quero aqui e agora dizer-vos o seguinte:
(Haverá aqueles que dizem que é por demagogia)
Sem vós, amigos, conhecidos ou ocasionalmente presentes nos eventos a que vos convido, esses seriam, fatalmente, um fracasso.
Assim, quero dizer-vos que se eu tenho algum sucesso e tenho tido muito, felizmente, é a vós que o devo. O Sucesso é afinal vosso, eu sou simples intermediário entre o que escrevi e a vossa vontade de me ler. OBRIGADO. BEM HAJAM!
Este é o meu recente livro, que tenho a certeza me dará muitas alegrias, porque foi escrito com paixão.
 
José Carlos Moutinho

segunda-feira, 11 de junho de 2018

ALDEIA DO PARAÍSO-Angola



Amigos reais ou virtuais que não tenham possibilidade de estar presentes em futuros eventos de apresentação e estejam interessados em adquirir o romance ALDEIA DO PARAÍSO-Angola, por favor contactem-me aqui nesta página, ou pelo mail: zemoutinho@hotmail.com que o farei chegar a vós. Obrigado!

Entrevista com Planeta Azul, editora de Calemas

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