Queria ter-te agarrado ó vento
naqueles imensos momentos
em que tu sopravas quietude…
não te segurei, por displicência
agora de nada adianta eu prender-te,
porque tu próprio mudaste,
andas agitado,
sopras para todos os lados
como se estivesses tu, também,
inquieto
do mesmo jeito que eu,
desassossegado e descontente
com o voar das emoções
transformadas em aluviões
que tudo inundam e destroem
José Carlos Moutinho
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