quarta-feira, 31 de outubro de 2018

Sinto

Sinto o sopro da brisa
como se fosse o seu doce murmurar,
e no oscilar das árvores o seu abraço...

sou mar navegante nas ondas do seu corpo
sou maresia que lhe perfuma a emoção
e sol cintilante e escaldante
do vulcão incendiado pelo prazer...

sou o tempo passageiro
viajado no sentimento da paixão

José Carlos Moutinho
31/10/18

terça-feira, 30 de outubro de 2018

Pergunto-te ó poesia




Pergunto-te eu ó poesia

porque te escrevo eu

se te mostras indiferente

e te escondes entre a brisa

que o tempo esconde de mim?


Um dia zangar-me-ei contigo

e calarei bem fundo as palavras

que tinha para te enaltecer,

não gosto do teu jeito displicente,

talvez fiques até feliz,

se um dia eu mergulhar

nas águas profundas da tristeza

e sucumbir à irritante desilusão! 
 
Assim, ficarás livre de mim,
poderás dedicar-te
aos outros poetas que te adulam
e te fazem vaidosa e por vezes arrogante!


José Carlos Moutinho

30/10/18



Decreto-Lei, nº 63/85

dos direitos do autor

sexta-feira, 26 de outubro de 2018

ALDEIA DO PARAÍSO Angola

Talvez viesses



Escurecia...
enquanto a tua ausência
entardecia em mim...

silenciosa, a noite chegava
vinda pelos becos da solidão
esgueirando-se pelas sombras
da cidade ainda barulhenta
e deslizava até mim...
sem a tua voz
sem o teu sorriso
sem ti...

e a noite displicente calava
o que tu me disseras
no entardecer desse dia...
mas inexorável vinha ao meu encontro
e cobria-me com seu manto negro,
talvez, querendo agasalhar a minha saudade...

ansioso eu esperava silenciosamente,
quando a brisa que me afagava o pensamento
serenamente murmurou-me dizendo
que talvez viesses pela alvorada

José Carlos Moutinho
25/10/18

Decreto-Lei, nº 63/85
dos direitos do autor

quinta-feira, 25 de outubro de 2018

Carinhos e beijinhos



Tanto eu já vi neste mundo
que não devia ficar admirado,
com a mentira me confundo
ao ver abraços por todo o lado

São carinhos e mais beijinhos
o que se vê por aí, aqui e ali,
como festival de pergaminhos
que entender, eu não consegui

Parece que todos se conhecem
há meses ou até imensos anos,
sei também que todos merecem
pois são assim, seres humanos

Também são queridos e queridas
como se há muito, juntos vivessem,
belo este mundo de cores garridas
que com ilusão aqui permanecem

Tudo é tão lindo gente simpática,
em nome da amizade se mente,
a sinceridade não é matemática
mas sim sentimento que consente

José Carlos Moutinho
25/10/18

Entrevista com Planeta Azul, editora de Calemas

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