Que feitiço
é este que me controla
e obriga a
prender-me às palavras
com que vou
plantando sentires...
Que feitiço
é este que me faz inventar
sois e
mares, rios e campos
infinitos e
desertos, vales e montanhas,
viajar pelas
estrelas, como um astro
e descansar
nas nuvens os meus cansaços...
Feitiço tão
místico e desconhecido
que penetrou
e ancorou na minha alma
e me obriga
a ser marinheiro
pelos mares
agitados da escrita
e navegar em
simples canoas de prosa
com remos de
poesia
enfrentando
os perigos das desilusões
e das
incompreensões
dos eventuais
capitães
das supostas
grandes naves
que a todos
abalroam
mas que
tantas são as vezes
que sequer
são grandes marinheiros
Que feitiço
este…
que ainda me
faz sonhar
como adolescente
e me leva a pensar
voar nas asas
do livro que
me perpetuará…
ah, feitiço
que és tão feiticeiro!
José Carlos
Moutinho
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