segunda-feira, 7 de março de 2011

A sensação da paz




Escurece,
O luar vai surgindo
No esplendor da sua luz ténue;
Sentado, lá no final do cais,
Com os pés roçando a água do mar,
Vagueiam os meus olhos, pelo horizonte
Em busca de nada, ou de tudo.
A tranquilidade do momento,
Me seduz e transporta-me à felicidade
Ou a um estado de alma fascinante,
Que me faz ansiar não ter fim.
Olho o céu, vejo as estrelas como rosas,
Cujas pétalas multicolores caem,
Numa chuva de deslumbramento.
Todo o firmamento se tornou
Uma paleta de cores miríades, cintilantes.
Esqueço de mim e do tempo.
Ignoro tudo o que me rodeia,
Ouço o murmurar das ondas,
Que vêm beijar, docemente,
As estacas do cais, onde me sento.
É uma sensação indescritível,
De paz.

José Carlos Moutinho

sexta-feira, 4 de março de 2011

Folhas, pingentes de cristal



Deixo-me envolver pela sombra
No abraço da árvore,
Que me conforta do meu cansaço.
Os seus ramos, como braços estendidos
E as suas folhas, como pingentes de cristal
Reluzindo ao sol, são a minha acalmia.

Fico imaginando a tua imagem bela,
De mulher elegante e sorridente
E revivo belos momentos vividos.

Os raios de luz, que passam através da copa
Tornam o ambiente delicadamente
Sensual e deslumbrante.

Fecho os olhos…
E sinto-te sentada a meu lado;
Afagas as minhas mãos,
Numa ternura extasiante.
Encostas a tua cabeça no meu ombro,
Sussurras-me palavras cálidas, imperceptíveis,
Mas de um efeito afrodisíaco.

Deixo de ser eu,
Pois tornei-me o amor em ti
E tu a paixão em mim.

Continuamos abraçados pela árvore,
Nos seus ramos longos
E pingentes de cristal, como folhas,
Iluminando este amor.

José Carlos Moutinho


quarta-feira, 2 de março de 2011

Porque tu estás em mim



Sou o mar calmo que te aquieta o coração
E a onda branca, que acaricia a tua alma.
Sou o sol que acalenta os teus momentos
E o luar que ilumina as noites de fascínio.
Sou a nuvem branca que te abraça
E a brisa suave de um beijo,
Que sacia o teu perene desejo.
Sou o vento que te segreda o meu querer
E as estrelas que te guiarão,
Nos percursos da felicidade.
Sou o caminho que pisarás como rainha,
E a flor que te perfumará.
Sou o ar que respiras,
E a paixão de que te alimentas.
Serei tudo o que quiseres,
Porque tu estás em mim
E eu sou o amor em ti!

José Carlos Moutinho

terça-feira, 1 de março de 2011

Nada



Atravesso a porta do inimaginável
Encontro o nada.
Escuto o silêncio,
Envolvo-me no vazio
De indefinida cor, irreal e frio.
Acordo os meus sentidos,
Tento captar a brisa,
Recebo o nada.
Sôfrego, aspiro o ar,
Na busca de aromas
Sinto o nada.
Estendo as mãos, agarro o nada,
Abro as mãos, cheias de nada.
O nada incomoda por ser nada,
Não se sentir, nem cheirar, nem se ver.
Grito, esperando o retorno da voz
E chega-me o nada.
Olho o infinito e só vislumbro o nada.
Nada é desespero,
Que perturba por nada.
NADA!

José Carlos Moutinho

segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Sonho acordado



Faço das rochas o meu leito,
Sou acariciado pelas águas
Que o mar me oferece.
Meu corpo é beijado pelo sol
E a minha alma se aquieta,
Numa sedução pela vida.
O meu coração bate em ritmo
Calmo, como se relógio fosse.
Gaivotas esvoaçam sobre este paraíso
E tornam esta cena,
Um sonho inimaginável,
De fantástica quietude.
Olho o céu azul,
Tingido por nuvens brancas,
Como algodão
E voo nos meus pensamentos,
Levo-me a mundos desconhecidos,
Mas de total sedução e prazer.
Durmo e penso,
Ou sonho acordado?
Porém, nem tudo é tranquilo
E uma onda mais agitada,
Acorda-me desta letargia,
Desperta-me para a realidade
De que a vida é terrena e célere.
As rochas, o mar, as gaivotas e o sol
São elementos partilhados
E vividos a cada dia.

José Carlos Moutinho

sábado, 26 de fevereiro de 2011

Sou a felicidade


Dispo-me dos males que me rodeiam,
Liberto-me dos grilhões da vida,
Levo-me nas folhas que voam,
Beijadas pela brisa serena da paz.
Sorrio em mim as alegrias da amizade,
Esqueço os ais e suspiros da intranquilidade,
E vagueio por vales de prazer.
Subo as montanhas da felicidade,
Com dificuldade, mas tenazmente.
Cruzo com árvores de agitada vibração,
Ignoro-as porque sou a ilusão,
De um sol mais radioso.
O chilrear das aves em mim,
No trautear de uma canção sem fim.
Invento o futuro,
Abraçado na esperança,
Deste chão de cada dia.
Vivo o momento com avidez,
Quero ser a força positiva,
E esquecer a negativa de vez.
Sou a felicidade!

J.C.Moutinho



A paz do poeta


As palavras soltam-se,
Deslizam na ponta da pena
Definem as emoções e sentimentos,
Que se tornam acutilantes ou doces!
São as palavras que falam da alma do poeta
E deixam transparecer os seus momentos;
As palavras são agrestes e terríveis,
Na inquietude do poeta;
Tomam toda a beleza do ânimo e serenidade
Se este, está feliz.
É nesta conjugação de estados de alma,
Que amor e paixão tomam lugar de destaque.
A paz está com o poeta,
Se as palavras sorriem…
E ele voa nas asas da ilusão
E os seus sonhos se transferem para o papel,
Num frémito de prazer.
Aí sim, o poeta está em paz,
Porque a sua alma sensível está bem!

J.C.Moutinho


sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Beijo o Sol em ti











Beijo o sol em ti
Nesse teu radioso sorriso,
Que Ilumina tudo que te cerca.
Deslumbras a paisagem, com o teu olhar
Em que eu tento entrar
E desvendar os segredos teus.
Anseio penetrar nos teus pensamentos,
E descobrir os mistérios
Que a tua mente oculta. 
Tenho no teu abraço,
Todo o ardor do desejo.
A subtil brisa que passa,
Qual carícia da maciez da tua pele.
As tuas mãos, quando me envolvem,
Fazem-me perder a noção da razão,
Sou a lava incandescente
De um vulcão em ebulição.
A cada dia, vejo em ti a paixão
De primavera de mil cores
Utópica simbiose de amor e ilusão,
Num jardim repleto de flores.

J.C.Moutinho





quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Livro




Na vida momentos existem
De fascínio e felicidade
Se eles se insinuam e persistem,
Ao coração damos liberdade.

As palavras para o poeta,
Têm o dom do encantamento,
É a forma secreta,
Da alma ter atrevimento.

Para quem escreve com ardor
E tem um livro editado,
É como uma prova de amor,
A alguém apaixonado.

O livro é a criação do poeta,
Tal qual a mãe que dá à luz,
É uma acção que se completa
E o imenso amor traduz.

O livro é o fruto que há-porvir,
Resultado de um grande amor,
Como a mãe que irá parir,
Num misto de ternura e dor.

J.C.Moutinho

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Encantadora mulher



Olá mulher encantadora,
Queres que eu apanhe a lua para ti,
Ou preferes que eu agarre as estrelas
E te cubra com elas, como se fossem pérolas?
Por ti, farei o impossível,
Pararei a rotação da terra,
Só para ficares sempre junto de mim!
Posso oferecer-te o sol,
Para que a tua vida nunca seja escura,
Só tens que me dizer o que queres,
Encantadora mulher!
Farei só para ti, uma estrada
Para que ninguém mais te incomode,
Plantarei todas as flores do universo
No jardim da tua vida!
Do arco-íris, farei a auréola,
Que te acompanhará sempre
E te protegerá dos ventos da inveja!
Serei o mar,
Para navegares em mim,
Se preferires serei um lago,
E tu serás o meu cisne!
Olha, mulher encantadora,
Posso até ser a noite em ti
E tu o luar em mim,
Nomeio-te a minha rainha,
Eu serei o teu servo,
Encantadora mulher!

J.C.Moutinho

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Voa pomba branca



Voa, pomba branca, voa,
Que o teu voar seja a alegria.
Que a cada bater das tuas asas,
Reaviva a esperança entre os povos.
Que as penas do teu corpo,
Aqueçam o frio da alma dos infelizes.
Arma o teu bico com a oliveira da paz
E voa por esse mundo de guerras.
Leva o conforto ausente, aos renegados,
Partilha a tua riqueza, pelos carentes.
E voa pomba branca,
Nesse teu voar elegante.
Vai longe, onde existe a fome
E leva o grão de trigo que falta.
Acolhe sob as tuas asas os desabrigados,
E no teu cantar, fala-lhes no amanhã.
Diz-lhes que a desgraça, não será eterna
E que um dia eles serão felizes.
Na tua candura branca de pomba,
Mente-lhes…
Porque é uma mentira de esperança,
Mesmo que nunca se realize.
Ficarás orgulhosa da tua bondade,
Pomba branca!
E voa, sem parar por esse mundo.
Voa, pomba branca, voa…

J.C.Moutinho

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

Se me tocas


Quando passas por mim,
Sinto a vibração da tua presença,
Como se uma força estranha, sensitiva
Me impulsionasse para o teu abraço,
Está em mim o calor de ti,
És a chama que acende o meu coração,
E me catapulta para emoções,
Dispersas por confusas sensações,
Se me olhas…
Sinto-me perdido num bosque de desejos
E cheiros hipnotizantes,
Ai…se me tocas…
Estremeces-me a alma,
Levas-me por vales infinitos,
De profundo deslumbramento
E se me abraças…
Entro numa espécie de letargia onírica,
Mas se me beijas…
Serei o teu escravo,
Perco a noção da razão
E sou transportado nas asas da paixão,
Provarei dos prazeres do desejo
E serei teu, perdidamente.

J.C.Moutinho

domingo, 6 de fevereiro de 2011

Estado de alma



Chovem os meus olhos,
Inquietam-se os caminhos do coração,
Doem-me as células da minha alma,
Porque as cores tornaram-se opacas
E os cheiros desapareceram,
Penso, sem pensar,
Voo, sem voar,
E levo-me na busca do desconhecido,
Na ânsia do sossego,
Neste labirinto de inquietude,
A irracionalidade faz-se presente
E a vida em tormentos,
Metamorfose das vontades,
Desequilíbrio dos momentos,
Inconsciência das emoções,
Ventos sopram descontrolados,
O luar desencontra-se do sol,
Total anarquia dos elementos naturais,
Mentes em delírio numa parafernália,
Da perda da razão,
Caos da subconsciência.

J.C.Moutinho

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Sentidos despertos



Vestem-se os dias, dos raios de sol
Nas ensonadas tardes de verão,
Os segundos misturam-se com os minutos
E as horas perdem-se pela janela do tempo,
Voam os desejos, dos sentidos,
Vêm as vontades dos sentimentos,
Sonham-se as ilusões adormecidas,
Revivem-se momentos perdidos,
Alegram-se as lembranças dos vividos,
Amores amados, paixões encantadas,
Despem-se as sombras das desilusões,
Vivem-se as emoções dos encantamentos,
Entra-se pelas luas dos mares,
Na expectativa e esperança no futuro,
Passa-se pela alegria e desalento do presente,
Porque o passado é a nostalgia e a saudade,
As mentes divagam pelo infinito,
Num deslumbramento de fascínio,
Com o que a vida de bom nos contempla.

J.C.Moutinho







Entrevista com Planeta Azul, editora de Calemas

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