Juro que tentei, prometi-me,
Desistir de pensar em ser poeta.
Mas porque insistem em dizer que o sou?
Será por ironia ou só eu que não vejo.
Eu até sei sentir a brisa que me afaga o rosto,
Numa ternura da natureza
E me apraz olhar os lírios, as gardénias
E as rosas, como eu adoro as rosas,
De diversas cores….perfumadas,
De pétalas que se soltam ao vento,
Acenando ao mundo a sua beleza.
Adoro olhar o firmamento,
Nas longas noites de luar
E tentar contar as estrelas, que me piscam,
Como a quererem namorar-me.
Será então que tenho sentimento de poeta?
-Ah, não…sou uma fraude,
Que se ilude a si próprio.
Mas, espera:
- As pessoas não dizem que gostam do que escreves?
Então deves ter algo, bem lá no teu âmago
Que te sussurra poemas.
Talvez tenhas alguma coisa de poeta.
José Carlos Moutinho