quarta-feira, 18 de julho de 2012

Coração sonhador




Ah...
Coração meu, tantas vezes desabrido,
Outras, tão doce e sonhador,
Levas-me em devaneios,
Por caminhos de quimeras...
E fazes de mim,
Um guardador de sonhos,
Inventados e jamais sonhados,
Transmutados em memórias utópicas,
Na minha mente pendente de ti,
Coração desassossegado!
Acalma-te desse teu vaguear sem rumo,
Não permitas que a minha alma,
Seja abalada pelas tuas aventuras!
Ah...
Coração inquietado,
Neste meu sentir desolado,
Vamos unir-nos,
Voando nas asas da felicidade
E esquecer os momentos de melancolia,
Que o tempo nos obrigou a viver

José Carlos Moutinho

terça-feira, 17 de julho de 2012

Quando te vi




Quando os meus olhos acariciaram o teu rosto,
na primeira vez que te vi,
quedei-me fascinado...
O brilho do teu sorriso,
era como o cristal puro do sol
da alvorada...
Os teus olhos, sorriam-me meigamente!

Tinhas em ti a ternura,
que os teus gestos, delicadamente afagavam,
com a leveza da polpa,
dos teus dedos em mim!

Estremeci no enlevo do prazer,
que invadiu o meu sentir,
entravas em mim docemente,
tomavas-me o coração,
beijavas-me a alma!

Repentinamente, senti um desejo
de te tomar em meus braços
beijar-te...
Sorver todo o néctar da tua boca,
queria sentir o teu respirar em mim!

Perdia a noção do que me rodeava,
extasiado pelo desejo que me invadia
de estar em ti...
Fundir os nossos corpos
e deleitarmo-nos na volúpia da paixão
que nos tomava...
Deixar que os nossos corpos em fogo,
Se tornassem vulcão
E se fizessem magma, da explosão
do amor em desvario.

José Carlos Moutinho

domingo, 15 de julho de 2012

Desalentos




Anseios que se perdem nas vontades opostas,
Estrangulados por vaidades amorfas!

Egos que se oprimem pela maldade dos arrogantes!


Sol que se escurece pelo desencanto da fraqueza,

Luar sem a luz da alegria,
Que as estrelas apagaram,
Entre paredes da solidão imposta
Por ruas de desilusão,
Onde as flores esmoreceram,
Nas cores da tristeza, sem brilho!

Árvores ressequidas, de folhas caídas,

Estendidas no chão, escurecidas!

Sorrisos mortiços em bocas fechadas,

Palavras sufocadas em gargantas
De desalentados!

Imagens na opacidade de espelhos sem reflexo!


Essência do ser, desfocada pelo não ter,

Almas em sofrimento intemporal.

Consciências metamorfoseadas,

Que se rastejam neste mundo fantoche,
Pela carência de afectos
E pela indignidade da injustiça!

José Carlos Moutinho

sexta-feira, 13 de julho de 2012

Que a razão se desfaleça




Ouço sussurrar as pedras da calçada
pelo toque suave dos teus pés,
quando passas saltitante sobre elas,
qual mariposa sobre folhas de camélias!

O teu sorriso flutua no reflexo do sol,
e a tua voz entoa um cântico,
de suaves acordes celestiais!

O ondular do teu corpo,
no ritmo sensual dos contornos das tuas ancas,
é como duna que se move pela caricia da brisa!

O oscilar dos teus braços,
são asas de andorinhas,
que esvoaçam felizes,
na alegria da Primavera!

E eu vejo-te nesse caminhar,
qual deusa que me flutua a alma
e me enche o coração de um sentir indizível
de paixão que me toma
os sentidos exaltados!

Entras no abraço que te ofereço,
E deixo que a razão que se desfaleça.

José Carlos Moutinho

terça-feira, 10 de julho de 2012

Ilusão do desejo



Perguntei ao céu azul da cor dos teus olhos,
Porque estás ausente de mim!

Ele olha-me, sorri-me sem resposta;
Passados uns segundos, diz-me:
Olha bem no fundo do meu azul
E conta-me o que vês...
Deixo-me levar na ânsia da descoberta
E vejo bem escondidas, pelo sol,
Duas pequenas estrelinhas que me piscam
E que o Céu diz serem os teus olhos que me chamam!
Será sonho ou estarei perdido na inconsciência da paixão,
Porque parece-me ver o teu sorriso, na forma da lua,
Que se prepara para tomar o lugar do sol,
Que vai desfalecendo no fim de tarde!

Concentro-me em absoluta entrega
E consigo distinguir-te, agora por inteiro!

Ah...que maravilha...
És como um anjo, que me voa no meu sentir!
Vens a mim e abraças-me,
Dizes-me ser só minha,
Que só eu fui o teu amor!
Estranhei tal afirmação...
Afinal, fui...
Ou sou o teu amor?

Meu Deus...Será que deliro
E tu não és mais que a ilusão de um desejo?

José Carlos Moutinho

segunda-feira, 9 de julho de 2012

Crise que não inventámos




Confesso-me inexoravelmente cansado,
Trocam-se os caminhos, sem que eu entenda,
Admito que seja um momento, não perpetuado,
Se tivesse força, aos culpados daria uma reprimenda.

Instantes da vida que se complicam,
Sorrisos que se tornam esgares de tristeza,
Antes alegria, agora bocas que suplicam,
Neste mundo cruel, onde falta a franqueza.

Dizem que é a crise, que temos de poupar,
Mas se toda a vida vivemos sem abundância,
Para se ter algo, sempre se teve que trabalhar,
Poucos seriam os que viviam em abastança.

A minha certeza, é que somos espoliados,
Como já o fomos em tantas outras ocasiões,
Agora foi por esperteza de banqueiros safados
E os políticos que nos apertam por outras razões.

E aqui estamos nós, pobre povinho, sem chiar,
Parecemos ratos encurralados no nosso cantinho,
Já em outro tempo alguém dizia, sem se expiar,
Pobrezinhos, mas honestos mas em total desalinho.

José Carlos Moutinho
9/7/12

domingo, 8 de julho de 2012

Saudade reavivada




Quando as horas se tornam ociosas do meu tempo
e me levam em devaneios por aí...

A tua imagem surge-me em ausência,
dos instantes loucos, acobertados pelos luares
nas noites cúmplices...
Quando o meu corpo deslizava pelo teu
no escaldante atrito,
das resfolegantes escaladas,
como por montanha em ebulição,
de desejos extravasados nos suspiros!
O meu respirar que te bebia,
da tua boca sôfrega e húmida pela paixão,
através dos teus lábios
que se ressequiam na minha avidez!

Canso-me neste pensamento que me transcende
na saudade daquelas horas, jamais ociosas,
pela fogosidade da nossa juventude!

A sensação de perda,
Da pujança de um outro tempo,
ofusca-me agora,
neste meu tempo que célere me ultrapassou,
mas que a saudade reavivou.

José Carlos Moutinho

Entrevista com Planeta Azul, editora de Calemas

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