sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

Amar





Quando se ama tudo se transforma,
na mente do apaixonado(a) tudo é belo,
mesmo que julguem fora de norma,
o mais importante é o sentir singelo.

Por mim, eu penso e digo sem me cansar,
que viver e sentir um verdadeiro amor,
é como voar em emoções sem parar
pelas caricias da volúpia em doce torpor.

Aos que amor nunca sentiram, de verdade,
não sabem como é o encanto da vida,
amar é ser brisa, que abraça a felicidade,
é ser onda no mar da paixão incontida.

Falar de amor é sentir o fogo do vulcão,
que invade o mais profundo do nosso ser,
é ignorar o fútil e soltar a alma e o coração
sorrir sem razão, cantar, é o sublime viver.

José Carlos Moutinho

terça-feira, 15 de janeiro de 2013

A Flor que há em ti





Há em cada alvorada, uma luz cintilante
que me invade a alma,
beija o meu coração no meu mais profundo sentir
pela felicidade que acaricia o meu viver!
Com o caminhar do dia,
cresce em mim, mais uma flor,
no jardim criado pela minha paixão!
São pérolas de joia rara as suas pétalas,
de cores vibrantes pela alegria,
aconchegadas nos afagos das tuas mãos,
cujo néctar exalo dos carpelos
e me inebriam de prazer,
no olhar com que os teus olhos me beijam!
Perco a noção do tempo e do espaço
é o teu corpo que se faz jardim aos meus olhos,
vejo em cada flor o teu rosto,
em cada pétala o teu sorriso,
num fascínio que me enleva
em pensamentos de incontroláveis desejos,
contidos nesta paixão
transbordante de amor.

José Carlos Moutinho

segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

Calçada da minha rua





A alvorada serena,
desperta as pedras da calçada
da minha rua,
pedras gastas, doridas, silenciosas,
pelos invernos da desesperança
no arrastar de pés descalços,
na calada da noite cansada,
em busca de um abrigo,
escondido em vão de escada,
ou sob aquela árvore da esquina!

Os seus colchões e mantas,
são cartões de caixas desfeitas,
que antes agasalharam televisores, frigoríficos
e quejandas mais, em contraste aviltante de quem nada tem!

Sofrem no corpo as agruras do tempo,
que lhes dilacera a alma, pelos outonos sem futuro,
em fria dor de resignação!

Arrastam-se, andrajosos,
remexem caixotes de despojos, como bichos
em busca de um pão, ainda que seco
e sirva para iludir o estômago!

Outros felizes, passam indiferentes a tão pungente sofrer,
sorrindo porque o sol lhes brilha,
e a fome não os tortura!

Ignoram a escuridão dos corações dessa gente,
sem sorte ou desatinados, de alma empedernida,
culpados por viverem,
filhos de um destino padrasto!

E as pedras da calçada da minha rua,
no seu silêncio solidário e sofrido
escondem a dor de alguma alma nua
que se afogou nas mágoas
das lágrimas não vertidas!

José Carlos Moutinho

sábado, 12 de janeiro de 2013

História de vida





Bem pequeno, quase menino, um dia parti,
para longe, terra distante de sol tropical,
deixei para trás o berço onde eu nasci,
ausentei-me do doce aconchego maternal!

Era uma tarde cinzenta de triste inverno,
as lágrimas deslizavam caladas
pelo lindo rosto de minha mãe,
colavam-se nas rugas sulcadas pelo arado da vida!
Recordo ainda o seu olhar esmorecido,
reflexo do choro gritado pela sua alma,
que me tornava angustiado,
e deixava o meu pequeno coração em sobressalto,
pela inquietude do advir desconhecido!

No cais daquele enorme porto, a mole humana
aglomerava-se na despedida dos seus parentes,
no meio de tanta gente lá estava a velha Ana,
pelo seu filho, tinha o coração e a alma pendentes!

O enorme navio ancorado naquele longo cais,
pintava ainda mais o ambiente triste e escurecido,
nele, partia eu, para Africa misteriosa de muitos ais,
em busca de um futuro melhor, mais garantido,
que este Portugal jamais conseguiu oferecer
a tão nobre povo, cujo destino é nada ter e sofrer!

O que parecia uma aventura afoita e obrigatória,
tornou-se em satisfação vivida com alegria,
aquela terra tinha o dom do encanto e da glória,
onde se viva em perfeita paz e total sintonia!

Esta minha história poderia ser a de muitas vidas,
sentida em Angola de sol fascinante e clima quente,
fiz família e fui homem de honra e paixões incontidas,
demonstro neste sorriso de saudade, sempre presente!

José Carlos Moutinho

quarta-feira, 9 de janeiro de 2013

Vem, meu amor





Ainda recordo com nostalgia,
a tua partida no sopro do vento norte,
envolta em nuvens de desânimo,
na inconsciência da razão,
que te perturbou os sentidos!
Ignoraste os meus apelos sinceros,
contidos em palavras de carinho,
preferiste seguir o teu orgulho desvairado
e embrenhares-te nas noites de breu irrefletido!

Sei que te arrependeste,
imbuída em pensamentos de tristeza,
ofuscados por tempestades de suspiros,
nas tardes de choros prementes de saudade!

Embora triste, magoado pela tua partida
em turbilhão de sensações,
não consigo esquecer os nossos momentos,
...Aqueles em que te deixavas adormecer
nos meus braços,
numa entrega de total devaneio!
Jamais consegui evitar o recordar
do néctar dos teus beijos,
da carícia das tuas mãos
e do calor do teu corpo!

Volta, amor, eu perdoo-te...

A vida é tão célere na sua corrida,
que são inadmissíveis
todos os instantes perdidos
que jamais voltarão!
Vem, aos meus braços,
porque sei que me amas,
somente te deixaste enfeitiçar
por utopias fantasiosas
mas sei que em teu coração
eu estou presente!

Vem, meu amor, espero-te
sem recalques, nem amarguras,
só desejo que sejamos felizes.

José Carlos Moutinho

Entrevista com Planeta Azul, editora de Calemas

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