terça-feira, 5 de março de 2013

Minha triste Pátria





Quero ser solidário com todos os meus irmãos
deste Portugal triste e envergonhado!
Quero fazer chegar bem alto a minha indignação,
soltar o meu grito de raiva,
por tanta humilhação infligida ao nosso povo!
Gritarei como o Zeca
Grândola, vila da fraternidade,
terra Morena da tristeza
que escurece as nossas almas!
Gritarei a minha revolta,
até que minha voz se canse
e se faça justiça sobre as cabeças,
de gente sem alma, sem escrúpulos!

Ah... minha Pátria querida,
tu que também és vítima impiedosa,
de tanta maldade e arrogância!

Portugal de povo ordeiro, que sofre impunemente,
que luta com a sua voz, com aroma de cravos,
armas do coração e da carência,
Mas Ignorados por ouvidos surdos,
De presunção e falta de inteligência!

Talvez a nossa voz seja insuficiente, Pátria,
e tenhamos de usar outras armas
para extirpar tanta maldade e frieza!
Só queremos pão, paz e cultura
e tudo nos é cerceado!

Acode-nos Pátria das nossas glórias,
desperta dessa letargia, em que te deixaste envolver,
expulsa as ervas malignas,
desta plantação do nosso anseio
queremos a liberdade de Abril
com dignidade, um lar, e sem fome.

José Carlos Moutinho

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

A tua ausência



Tardes que se alongam no cansaço da tua ausência,
e se escusam em trazer novas da tua caminhada,
pelos becos de estranhos contornos,
onde perdes o discernimento em conturbadas emoções!

Levas-te em marés vivas, por agitados mares,
sem sentires a beleza e o calor do sol,
que te afaga o corpo,
em provocante carícia de sensual despertar!

E vagueias nessas ondas descontroladas,
sem rumo, perdidas na agitação dos ventos!

E, as tardes alongam-se nas horas infinitas,
que tardam em se fazerem noites, por teimosia,
talvez para prolongarem a minha tortura
e não permitirem que me sossegue,
no sono da fadiga dos meus pensamentos!

E teimas nessa continuada ausência!
A tua imagem enfatiza-se na saudade
obstinada que me transtorna
provoca-me esta nostalgia insistente
na minha alma
e faz o meu coração perder a razão!

José Carlos Moutinho.

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

Portugal do nosso desalento







O meu pais está agoniado, confuso, talvez louco,
dizem que é um jardim à beira mar plantado,
que por este povo sereno, submisso, faz tão pouco,
aceitamos a injustiça, como um destino malfadado.

Deste jardim, brotam flores negras de sem-abrigo,
produz proficuamente o desemprego e infelicidade,
que fado é este, para merecermos tão grande castigo,
pobre pais que cria com injustiça tanta indignidade.

Sempre foi assim ao longo dos séculos infelizmente,
vivemos momentos fugazes de alegria e abundancia,
mais são, os de sofrimento e dificuldade premente,
somos vitimas e cobaias de políticos com ganância.

Meu Portugal, que vida tu nos dás diariamente,
mais uma vez obrigas-nos a perder a esperança,
talvez tenhamos de nos unirmos e gritar novamente,
por Grândola Vila morena, e recuperarmos confiança.

A dor deste povo é silenciosa e dolorosamente pungente,
fazem-se desabrigados, os que tinham vida confortável,
esmolam hoje os que antes era gente de vida expoente,
acordemos deste torpor, acabemos com o viver miserável.

Não nos esqueças, país de História, Honra e Glórias,
faz despertar este povo do abandono a que foi votado,
queremos que sejas sempre, a Pátria das nossas vitórias,
acaba com este desalento, queremos que voltes a ser cantado!

José Carlos Moutinho


terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

Pensar em quem sofre!





Esta vida que se esvai por entre dedos,
como fumaça de ilusões,
onde não se quer ver a beleza que nos cerca
e se deixam envolver em nulidades!
Há que agarrar os dias que correm loucos,
abraçar os segundos da nossa existência,
sorrir à felicidade de se ser saudável!
Há que se atentar na infelicidade
dos que sofrem dores atrozes,
no corpo ou na mente,
partilharmos com eles a nossa força,
e a fé num Deus qualquer,
porque Deus é um só,
Deus Todo Poderoso, Alma superior,
a Quem nos agarramos nos momentos dolorosos!

Apelemos a Ele que nos salve,
que nos liberte destes castigos,
infligidos por bactérias e vírus terríveis,
que este mundo de loucos vai criando
em laboratórios,
ou pela destruição da natureza,
nossa protetora!

Salvemos a alma se os corpos se decompõem,
mas lutemos sempre, pela sobrevivência,
pelos direitos de vivermos e sermos felizes,
condição primeira,
para se viver como humano!

José Carlos Moutinho

Entrevista com Planeta Azul, editora de Calemas

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