Inundam-se as margens do meu
coração
Pelo caudal deste rio de
tristeza,
Vindo da nascente dos meus
olhos
Em lágrimas frias,
Brotadas com a dor da tua
ausência!
Chora-me a alma
A dor silenciosa, sofrida,
Que invadiu a minha essência,
Escureceu o sorriso da
esperança,
Emudeceu o cantar da minha
felicidade!
Diluem-se os sonhos
irrealizados,
Como gotas em mar de
frustrações,
As alegrias das Ilusões
imaginadas
Caem como folhas secas
fustigadas
Por ventos de
contrariedades!
Sinto-me aturdido pelo amor
perdido,
Amordaçado por conveniências,
Combalido por valores,
quiçá, morais
Que me atrofiam
No mais profundo do meu
sentir,
E me deixam numa letargia
De precoce fenecer.
José Carlos Moutinho