quarta-feira, 12 de fevereiro de 2014

Se eu um dia



Se um dia, eu tardar
Em chegar às tardes esmorecidas
Do meu cansaço,
Não me procurem...
Talvez eu não esteja mais a sonhar
Ao olhar as estrelas das noites perdidas
Nem a ser afagado pelo luar da vida!

Todavia, olhem em vosso redor,
Quiçá, alguma luz vos indique
O caminho da minha eternidade,
E se quiserem falar de amor
Vão em busca do meu abraço,
Estarei lá no horizonte da serenidade
Para cantarmos, como sempre faço
Em coro as alegrias das nossas almas,
E gritarmos ao mundo terreno,
Que de pouco vale a presunção,
Tampouco a ridícula arrogância,
Pois são valores menores
De gente com escassa inteligência,
Que navegam em mares sem brilho
Enfunados de vaidade
E acabarão por naufragar
Na sua própria ostentação.

José Carlos Moutinho

quarta-feira, 5 de fevereiro de 2014

Poesia



POESIA...É o vibrar de um sentir inconsciente
É amar platonicamente
É escrever desatinado na emoção dos sentidos   

POESIA...É o desassossego da alma,
Na serenidade do poema
É deixar deslizar os sentimentos pelas linhas da tinta
Que se fazem palavras.

POESIA...É sentir o respirar do amor, no oscilar das árvores
É inebriar-se com o perfume das flores nos cabelos da amada.

POESIA...É suspirar na ansiedade do abraço e na imaginação do beijo,
E deixar-se inebriar pelas imagens na saudade da amada.

POESIA...É o cantar de melodias desafinadas, que lembram odes de paixão, em noites de luar.

POESIA...É simplesmente o amar desassossegado de corações, que suspiram amor e paixão e que se colam na escrita do papel que voa de encontro ao futuro.

POESIA...É olhar as nuvens negras e achá-las maravilhosas
Porque detrás delas esconde-se o sol.

POESIA...É sonhar acordado, inventar utopias
Abraçar quimeras
E levar-se em devaneios.

José Carlos Moutinho

terça-feira, 28 de janeiro de 2014

Os meus silêncios



Envolvo-me nos meus silêncios
Que me abraçam na solidão
Dos momentos de nostalgia,
Imagens dominam-me os pensamentos,
Sombras da ausência,
Tentam sobrepor-se ao sol dos sorrisos!

O calor do seu abraço
Transporta-me por maresias perfumadas,
Que roçam as águas cálidas do meu sentir,
Salpicadas de espuma da paixão
Que me fazem navegar em doce ondular!

Os meus silêncios despertam-me,
No vibrar do meu coração exultante
Pelo deslizar nas dunas do seu corpo,
E pela carícia de suas mãos no meu peito
Que me extasiam no prazer do amplexo!

E estes silêncios que me tomam as horas,
Da letargia que domina a minha solidão,
Suavemente tornam-se melodias,
Na memória do amor ausente
Que ansiosamente se deseja presente.

 José Carlos Moutinho

domingo, 26 de janeiro de 2014

Recuso-me




Recuso-me...
Recuso-me a deixar entrar pelas frinchas da janela
A luz diáfana, que teima em se aconchegar em mim,
Quero ficar aqui na obscuridade deste meu silêncio
E divagar com os meus pensamentos pelas imagens
Que se abraçam na saudade dos meus entardeceres,
Não quero que a luz interrompa os meus devaneios,
Afagados por quimeras voadas no dorso de gaivotas,
Perfumados pelas maresias do mar da minha paixão!

Encantado com a viagem, guiado pela minha mente
Aporto ao meu mar de emoções, no farol da maresia,
Abro a janela da minha alegria, entra livremente a luz
Evitada, que agora timidamente, penetra pelas frestas
Que iluminam a minha alma com sensações pensadas!

Desperto nesta alvorada de raios cintilantes de vida,
Terna mistura sensorial de emoções, utopias e anseios,
Abraço-me aos suspiros extasiantes dos meus prazeres
E pela janela aberta, grito ao mundo a minha felicidade.

José Carlos Moutinho.

terça-feira, 21 de janeiro de 2014

Povo sofredor



E este povo que tanto sofre,
desgasta-se pela heresia política,
de mentes iluminadas da destruição,
que humilham e usurpam,
os nossos direitos essenciais
de simples sobrevivência!

Que nos tiram o pão que nos alimenta
e o trabalho que nos sustenta!

Esta vida que nos é imposta
e a que nós somos alheios...
Não somos responsáveis,
por esta calamidade económica,
de incapacidades latentes!

Penso-me como cidadão,
que compõe este povo,
que não passamos de nadas,
só temos obrigações,
os direitos são-nos cerceados,
é um estigma a condição de povo,
porque a elite da sabedoria e das regalias,
que nos olham do alto da sumptuosidade dos seus palácios,
no conforto dos seus grandes rendimentos,
ignoram as dificuldades de vivermos
com salários ínfimos,
e mesmo estes, a cada dia mais, vão rareando!

Mas é o que merecemos como povo,
por não “entendemos” o sacrifício dos políticos,
para “endireitarem” as contas...
As tais contas, do desfalque do país,
“Causadas” pelo pobre povo,
que sempre labutou no seu dia a dia,
para mal conseguir sustentar as famílias!

Ah...Agora entendi...
Foi o povo que esbanjou em carros, casas
aviões, belos iates e viajou por esse mundo!
Foi o povo que se fez banqueiro
e criou fraudes escandalosas!

Pobre povo, que é espezinhado
numa injustiça de doer a alma!

Enquanto o povo chora a dor da fome,
“eles” sorriem, com o maior descaramento,
Pois o que fazem é pelo bem da Nação,
Pobre Nação que até tu és gozada e humilhada!

José Carlos Moutinho.

domingo, 19 de janeiro de 2014

Murmúrios da mente



Enrosco-me nos meus pensamentos,
Abraço-me às melodias das minhas ilusões,
Respiro o ar puro dos meus sentimentos,
Aconchego-me no calor das minhas emoções.

O silêncio que me murmura ternas palavras,
Perfuma-me o coração com coloridas fantasias,
Recorda-me tuas carícias, quando me falavas,
A brisa que aquieta em mim, diz-me o que sentias.

São devaneios, quimeras ou simples utopias,
Pode ser tudo isso, muito mais, ou talvez nada,
Sei que me sinto feliz ao som destas melodias,
E que tudo nesta vida é finito, um dia acaba.

Enquanto essa hora de despedida não chegar,
Viverei em eterno sonhar, por oníricos caminhos,
Farei das pétalas, notas musicais soltas ao luar,
E da maresia farei perfume com meus carinhos.

Se puder, voarei por céus de fascínio e encanto,
Cantarei ao mundo que sou feliz porque sou amado,
Tornarei ausentes mágoas, tristeza e algum pranto,
Acreditem, serei alegremente um eterno apaixonado.

José Carlos Moutinho.

terça-feira, 14 de janeiro de 2014

Desnudo-me



Quero desnudar-me deste manto frio de desalento
E aconchegar-me no calor do seu corpo,
Sentir no meu peito o afago do seu carinho
E esquecer as mágoas do tempo!

Quero desnudar-me...
Dos agrestes tecidos da nostalgia
E abraçar-me à leveza do meu anseio,
Em amplexos de ternura e amor!

Quero desnudar-me...
Das vestes de falsas sedas
E agasalhar-me
Em tecidos quentes de volúpia!

Quisera eu engalanar-me
De diáfanas e doces filigranas,
Imbuídas da mais profunda paixão,
Navegadas em águas cálidas
Pelo meu rio de emoções
E aquietar esta corrente agitada
Na foz da minha felicidade.

 José Carlos Moutinho

segunda-feira, 13 de janeiro de 2014

Mágoa



Corre nas minhas veias
Sangue enregelado pela mágoa
Que desagua em cascata sofrida
Dentro do meu coração que se congela!

Quisera que o calor do sol
Me aquecesse a alma,
Mas ele esmoreceu-se na dor
Infligida num fim de tarde
De incertezas e contrariedades!

Agora, aqui sentado, moribundo
De um sentir exangue,
Carrego comigo esta tortura,
Que me levará pelos céus da amargura,
Numa ânsia atroz
Pelo encontro do oásis da minha eternidade.

José Carlos Moutinho.

domingo, 12 de janeiro de 2014

As minhas palavras



Eu gostaria de fazer soltar as palavras
Como mariposas coloridas,
E libertá-las nos ventos da esperança,
Impulsionadas por asas de confiança,
Chegassem aos quatro cantos do mundo,
Esta mensagem de fraternidade!

Que as minhas palavras,
Se fizessem canoas de papiro
E se aconchegassem nas maresias
Dos mares da fraternidade!

E...Que as minhas palavras,
Se soltassem nos céus da liberdade,
Se abraçassem a nuvens de sonhos,
E sob o luar se transformassem em realidade!

Ah...como eu gostaria
Que as minhas palavras
Brotadas do meu sentir
Se fizessem sol,
Que aquecesse os corpos frios
Dos despojados,
E que do ar, fizessem alimento
Que mitigasse a fome dos carentes
Deste triste mundo!

Mas as minhas palavras silenciosas,
Não têm a força
Do meu pensamento,
Esmorecem-se na inquietude do meu anseio
E metamorfoseiam-se em sonho finito.

José Carlos Moutinho.

quarta-feira, 8 de janeiro de 2014

Sons da memória



Nos sons que me murmuram palavras de amor
Trazidas pelas lembranças dos meus silêncios,
Revivo os momentos de ilusão e de sonhos
Que me embalaram pelas brisas do tempo,
Em simbiose de desilusões e alguma dor.

Mas os sons que agora me chegam
Na brandura dos anos passados,
Abraçam-me e suavemente me beijam,
Na poesia cantada de amores amados.

Serão melodias de beijos trocados,
Ou quiçá, simples desejos sonhados,
Que a rebeldia da juventude inventava
E que o luar ausente tanto enredava.

Mas a força da minha mente imperiosa
Teima em trazer na saudade que atormenta
Os abraços que se perderam em tarde fogosa,
E que agora deixam a minha alma sedenta.

Na quietude da minha desejosa solidão,
Aconchego-me nas minhas memórias,
Trago à minha mente com emoção,
As minhas velhas e doces histórias.

José Carlos Moutinho.

terça-feira, 7 de janeiro de 2014

Sonhar Metáforas




Desejaria vestir-me de metáforas,
Se a minha essência
Tivesse o dom de as inventar,
E eu pudesse engalanar-me
Nos dias em que a poesia
Me acordasse,
Pela caricia das quimeras,
E me fizesse soltar estrofes
De simples versos,
Ou me despertasse a alma,
Para quadras rimadas
De amores emparelhados,
Onde as paixões se cruzassem,
Nos sonetos das primaveras
Da minha vida apaixonada!

E...Na melodia das palavras
Que subitamente
Se fizessem poemas,
Exaltaria o amor
Vivido em tempos
Do outro meu tempo,
Extasiar-me-ia com as paixões
De amores porvir!

Acariciava as metáforas,
Com enlevo e força do meu sentir,
Deleitar-me-ia com o colorido
Da metamorfose dos meus anseios,
Faria com que todos, que me lessem,
Sonhassem na doçura das utopias.

José Carlos Moutinho

sábado, 4 de janeiro de 2014

Viver na esperança



Voam os dias, morrem as noites,
Nascem alvoradas, despontam sois,
Aguardam-se tardes do depois
Nesta vida de tantos açoites!

Esperança será última a morrer
Nesta correria pelo tempo,
Almejando esta batalha vencer,
Sorrindo e cantando sem lamento!

Porque viver é tão complicado,
Se fosse possível a rendição
De lutar com destino marcado...

Venceremos porém, com coragem,
Trazendo alegria no coração,
Ternura n’alma, como mensagem...

 José Carlos Moutinho

Utopias



Voa no tempo, por céus de sonhos,
Fecunda os desejos do amanhã,
Aconchega-se nas metáforas do querer
Com a coragem de um verdadeiro titã!

Seus pensamentos são pétalas delicadas
Que esvoaçam do florescer da sua paixão,
Deleita-se pela ânsia que o invade
No amplexo imaginado
Que o faz transbordar de emoção!

Sorri ao sorriso que o fascina,
Enleva-se no brilho dos olhos que o fitam
E emudece no êxtase que o domina!

Caminha afoito de coração alegre,
Por entre gotas de chuva
Que acariciam sua alma,
Da saudade que o persegue!

Por entre as brumas da inquietude,
Sopram brisas de alento e afecto
Que repudiam o pensamento da finitude!

O arco iris tece cores de encanto,
Que em harmonia com a luz do sol,
Afasta tristezas e ais de pranto!

Das nuvens que abraçam esta ilusão,
Despontam cintilantes, estrelas guias
Que o levam para porto de abrigo,
Onde coabitam a felicidade e a paixão.

José Carlos Moutinho.

sexta-feira, 3 de janeiro de 2014

Navego-me em emoções



Navego-me numa torrente de sensações,
Por rios de deslumbramento,
Acaricio as folhas de suspiros
Que margeiam o caudal das minhas emoções,
Deslizo voluptuosamente
Pelas águas cálidas da minha paixão,
E no ondular dos meus pensamentos,
Deixo-me afagar pela saudade
Que me leva à foz dos meus anseios,
Onde nas areias douradas
Espera o meu amor,
Com o seu belo sorriso
Cintilante como o sol,
Centelhas estelares
Soltam-se dos seus olhos,
Como guias do meu caminho,
E dos seus braços
Farei meu porto de abrigo
Aonde me aconchegarei
Para todo o sempre,
Na fusão de uma louca paixão
Com ardor de profundo amor.

José Carlos Moutinho.

quinta-feira, 2 de janeiro de 2014

Apocalipse



Uivam os ventos,
Choram os céus,
Afoga-se o chão
Nas lágrimas do mundo!

Tremem de frio as pedras solitárias,
Escurecidas pelo tempo implacável,
Soluçam, doridas, as flores
Ausentes de cores
Desfalecidas de perfumes!

Gritam as aves, num estertor aflitivo,
Gemem as árvores
A perda das suas folhas
Caducas e indiferentes à sua dor!

Escureceram-se os luares,
Apagou-se a lua,
O sol foi ofuscado pelo breu
Que tomou a terra!

Falésias agitam-se na violência das ondas
Do mar transtornado!

Ouvem-se soluços
Entre as fragas dos sentidos,
Corre gente sem rumo
Num atropelo perturbante...

Agito-me assustado, no meu leito,
Desperto...
Deste sonho apocalítico

 José Carlos Moutinho

domingo, 29 de dezembro de 2013

Memórias de mim



Acaricio as pétalas das minhas memórias,
Aspiro as fragrâncias dos belos momentos,
Sorrio para os sorrisos que me chegam,
Encanto-me com os olhares trocados!

E as flores do jardim do meu tempo
Exalam lembranças coloridas do meu sentir,
As cores da saudade foram acentuadas
Pelas Primaveras da minha vida!

E no silêncio do meu pensar
Ouço o murmurar de vozes do meu enlevo,
Que em certos instantes me enfeitiçaram,
E que agora, na finitude das ilusões
Deixaram de ecoar no meu coração!

Pelo tempo que se escoa de mim,
São estas pequenas recordações
Que se agarram ao meu querer viver,
E me fazem sonhar um futuro risonho
Semelhante ao florido passado.

 José Carlos Moutinho

sábado, 28 de dezembro de 2013

Abraço que me envolve



Já se vê neve lá longe nos montes,
O frio entranha-se no corpo,
Congela os pensamentos,
Arrefece as memórias!

Sopram os ventos, uivantes
A fúria dos sonhos desfeitos,
Levados nas dores das desilusões!

Acariciada pelos flocos esvoaçantes,
A alvura da neve
Tece mantas de lã, em filigranas
De beleza estonteante,
Mas o frio entranha-se no corpo,
E os pensamentos
Continuam hibernados
Nas saudades do verão,
Que se foi, nas areias douradas
Da praia da minha felicidade!

Aconchego-me em mim,
Fecho os olhos, suspiro,
Imagino os beijos que derretem
O frio deste tempo que me abraça,
E aqueço a minha alma
No abraço que me envolve,
Como lava incandescente de prazer
O corpo esbelto, escaldante de paixão.

José Carlos Moutinho.

quinta-feira, 26 de dezembro de 2013

Ele sorria



Absorto nos seus pensamentos,
Sentado naquele banco vermelho do jardim
Florido por belas orquídeas e rosas,
Ele sorria...
Estava só, mas sorria!
Para quem sorriria ele assim tão feliz,
Talvez para a amada distante fisicamente,
Mas presente nos seus pensamentos!

E ele sorria...
Numa expressão enlevada,
E deixava que a imagem dela,
Como feixe de luz,
Invadisse a sua mente,
Beijasse o seu coração
E se aconchegasse na sua alma!

Indiferente a tudo e todos
Ele continuava a sorrir
Em êxtase,
Fascinado com o seu sentir!

No seu silêncio
Ausente do mundo,
Sua essência, vivia momentos
De empolgante felicidade.

E ele sorria...

José Carlos Moutinho

domingo, 22 de dezembro de 2013

No ocaso do meu sentir



O ocaso afasta-se nos braços do entardecer,
E por entre as nuvens alvas,
Na simbiose dos tons vermelhos e laranja,
Que resistem à chegada da noite,
Sorriem as estrelas,
Por entre suspiros do luar
Que se aproxima docemente,
Cobrindo com seu azulado manto
A acalmia do silêncio
Dos meus pensamentos!

Penso nela...
Naquela mulher
Que me faz sonhar despertado,
E me transporta em devaneio
Por lugares que se inventarão
Pela magia do amor!

Sinto o sabor do néctar
Dos seus escaldantes e sôfregos beijos,
Aconchego-me no seu abraço,
E o calor que se solta do seu corpo
Incandesce a minha essência,
Bate acelerado o seu coração
Junto do meu peito,
Numa sincronia fundida no prazer!

Sinto-a em mim,
Extasiado por uma languidez
Que me toma os sentidos,
Levo-me em volúpia,
Por sensações
Onde a razão se perde nas emoções.

 José Carlos Moutinho

A fé que move montanhas



Ser evangelista, católico ou Baptista
É indiferente e irrelevante;
Ser ateu, crente ou descrente,
Pouco ou nada quer dizer.
A crença está em cada um,
Ou não está em ninguém;
Quando surge algum mal,
A alma voa mais alto,
Na busca da esperança no além,
A fé que ninguém tem, está presente!
E que fé, que fenómeno é esse?
A que se diz que move montanhas,
Fé em algo que se desconhece,
Que não se vê, ou até se vê;
Dizem que a fé é a luz dos sentidos,
Que Deus está por trás dessa luz;
Os descrentes dizem: a física tudo explica,
Cientistas, intelectuais, que é metafísica!
Na hora da verdade, a fé
Ah…essa fé, em nada e em tudo,
Que os leva ao fim do mundo
E fazem mover as tais montanhas,
Metaforicamente falando,
Surge em todos os corações
E invade as almas dos incrédulos,
Crentes e descrentes,
Religiosos e agnósticos,
Na busca da salvação.
É a tal fé, a das montanhas!

José Carlos Moutinho

quinta-feira, 19 de dezembro de 2013

Alvura da eternidade



Suspiros incontidos, ais reprimidos,
Torrente de águas choradas
Afogam o silêncio da noite,
E emergem em lágrimas
De dores sofridas!

Deste mundo de desatinos
Que não lhe sorri,
Faz-se premente a sua partida
Do desassossego que o inquieta!

Se o procurarem,
Não se espantem
Se não o encontrarem,
Deve andar por aí,
Vagueando por entre nuvens!

Acreditem que o encontrarão um dia,
Ou ele vos encontrará
Pelas noites que certamente
Se farão cálidas
Na pureza dos sentimentos,
Onde se oferecem sorrisos e harmonia
Com a serenidade do paraíso,
Na alvura da eternidade.

 José Carlos Moutinho

terça-feira, 17 de dezembro de 2013

Angústia



Naquele silêncio profundo,
Envolvido por uma melancolia exasperante
Vagueavam os seus pensamentos em desvario
Submergindo em abismo de tristeza!

O ar rarefeito e irrespirável
Dilatava-lhe o peito
Numa angústia inquietante
Que lhe sustava o bater do coração,
Soluçava-lhe a alma impotente,
Estremecia a cada suspiro,
Sufocava na ausência
De palavras de aconchego
Que o fizessem soltar-se das amarras
Que o tolhiam implacavelmente!

Em cada movimento dos seus pensamentos
Mais se afundava naquela agonia
Da incerteza do seu futuro,
Suspirava indefeso
Sem a mão que o sustivesse
Na queda que o precipitava
Cada vez mais e mais
Para o fundo de si mesmo.

 José Carlos Moutinho

segunda-feira, 16 de dezembro de 2013

Alguém me diz...



Alguém me diz...
Porque se recusam as folhas
Que esvoaçam por mim
Em me acariciarem a alma?

Porque sopra o vento
Com tão agitada violência
E me ensurdece o pensamento?

Porque o sol se esconde
Do meu sentir
E se escurece em mim?

Porque o brilho do mar
Perdeu a luminosidade
Que me fascinava?

Alguém me diz...
Porque a maresia
Que antes me inebriava
E me adormecia
Nas areias douradas da praia
Agora tem o azedume
Da minha nostalgia?

Porque o luar de estrelas cintilantes
Onde me deixava apaixonar
Se apagou
No breu da minha melancolia?

Alguém me diz...
Porque feneceu o meu sorriso
E se apagou a chama
Que do meu vulcão brotava
Em lava incandescente
E que agora se congelou?

Alguém me diz...

José Carlos Moutinho.

domingo, 15 de dezembro de 2013

Viver na esperança


Voam os dias, morrem as noites,
Nascem alvoradas, despontam sois,
Aguardam-se tardes do depois
Nesta vida de tantos açoites!

Esperança será última a morrer
Nesta correria pelo tempo,
Almejando esta batalha vencer,
Sorrindo e cantando sem lamento!

Porque viver é tão complicado,
Se fosse possível a rendição
De lutar com destino marcado...

Venceremos porém, com coragem,
Trazendo alegria no coração,
Ternura n’alma, como mensagem...

 José Carlos Moutinho

quarta-feira, 11 de dezembro de 2013

O espelho



Olho o espelho, que na minha frente me olha
E não vejo nada, absolutamente nada,
Ou melhor...
Vejo uma luz mortiça,
A luz que me tem iluminado
Ao longo da minha vida
Que agora se esvanece
No crepúsculo da minha existência!

Volto a olhar fixamente o espelho
Frio, impávido,
Que insiste em me mostrar o nada de mim,
Tento sorrir para o iludir,
Desejando que ele me mostre o meu rosto,
Mas ele simplesmente
Mantem sua postura arrogante
E indiferente e continua a mostrar-me nada,
Que me perturba,
Deixando-me a pensar se na verdade
Eu sou alguém,
Ou não passo de nada!

Grito para o reflexo negativo de mim,
Quero sair dali
E gritar a minha revolta,
Porque o espelho me acha nada,
Sinto a minha alma calar fundo
As palavras que profiro desalentado
Pela minha frustração
De um viver triste,
Pelas longas noites de trevas
Que as tardes ensolaradas
Não conseguiram iluminar!

Desisto, resignado de olhar o espelho.

José Carlos Moutinho.

terça-feira, 10 de dezembro de 2013

Memória



Insistem os caminhos da vida,
Que o passado se perca na memória,
Mas basta uma emoção sentida,
Para se reviver toda a história.

Se sinto saudades e nostalgia,
Não tenho dilema em as acolher,
Porque na memória está a alegria,
Que me faz o outro tempo reviver.

E assim por aí vou abraçando o luar,
Nas noites escuras de melancolia,
Quero ter na memória o recordar,
Das minhas paixões, ilusão e fantasia.
   
Sou obstinado e por isso não desisto,
Sei que sou saudosista, e na memória
Quero manter recordações, e persisto,
Pois acredito que conseguirei a vitória.

E com as palavras, vamos brincando,
Pois temos a memória como razão
E com o afago do sol vamos cantando,
Extravasando toda a nossa emoção.

 José Carlos Moutinho

sexta-feira, 6 de dezembro de 2013

Se adivinhasse pensamentos



Se eu conseguisse adivinhar pensamentos,
fugiria das mentiras e das maldades,
escolheria os de belos sentimentos
abominaria os donos das vaidades.

Ah...Se fosse possível controlar mentes
faria deste, um mundo bem diferente,
onde todos pudessem estar presentes,
com amizade, amor puro e transparente.

Porém, o ser humano é bem complicado,
nasce sem defeitos, que o tempo altera
e o caracter, tantas vezes deturpado...

Assim se vai vivendo na paz ou guerra,
como não mando quem o amor não tolera
meu grande desejo é jogado por terra...

José Carlos Moutinho

quarta-feira, 4 de dezembro de 2013

Sol que escureci



A tormenta que me assolou a mente
Levou a inspiração da minha alma,
Quedo-me silencioso
Na angústia do advir!

Anseio pela brisa serena da primavera
Que me traga o colorido das flores
Da esperança
E o perfume da minha acalmia!

Com o chilrear das aves
Aguardo melodias
Que me embalem o coração
E me enlevem
Ao ritmo suave dos sons!

Este desassossego
Que invade as minhas entranhas
Domina-me a vontade
E me faz cair num abismo
De escuridão!

A minha vida foi anoitecida
Pelo sol que eu encobri
Num fim de tarde desatinado!

Restam-me os vendavais
Que me despertem
Deste fenecimento de mim!

 José Carlos Moutinho

terça-feira, 3 de dezembro de 2013

Penso-me vagabundo



Penso-me um alegre vagabundo
Deambulando por areias douradas,
Em paraísos perdidos por esse mundo
Entre palmeiras e águas amansadas,
Navegar em mares de sonhos e utopias,
Sentir a brisa afagar o rosto com ternura,
Aspirar as fragrâncias das maresias
Sentir o amor em escaldante e absoluta loucura.

José Carlos Moutinho.

domingo, 1 de dezembro de 2013

O sol dos teus olhos






O Sol brilha, em teus belos olhos,
que deixa a minha alma feliz,
não fossem tantos os escolhos
diria que tenho tudo que quis.

De coração ao alto és minha alegria,
contigo voo em pensamento por aí,
leveza do meu querer, que não sentia,
sabes agora que minha paixão vem daí.

Quisera ter-te como luz da minh,alma,
porque o sol que brilha em teus olhos
é encanto que na saudade me acalma...

Que nunca percas esse brilho cintilante,
ignora os caminhos escuros de abrolhos,
estarei para ti, de coração vibrante!

José Carlos Moutinho

(Soneto imperfeito)

Entrevista com Planeta Azul, editora de Calemas

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