terça-feira, 16 de dezembro de 2014

Sem abrigo





O frio mordia-lhe a pele,
o vento açoitava-lhe o corpo
e arrastava os lençois de cartão,
a chuva impiedosa ensopava-lhe a alma!
Era muito triste a sina dele,
o destino prostava-o como morto,
sem dói, em total e desesperada desilusão
numa vida miserável impelindo-o a forçosa calma!

Mundo este, de desvarios e desilusões
que o arrastava pelos ventos do nada,
onde jamais encontraria o futuro
que para ele nunca existiu,
porque a luz do seu nascer
condenou-o a uma peregrinação
por caminhos de pedras agrestes,
obstáculos ao seu inexistente porvir.

José Carlos Moutinho

domingo, 14 de dezembro de 2014

Mãe querida (Fado)



Mãe, minha querida mãe
És a mais bela estrela
Que lá do alto me alumia,
Foste sempre singela
No amor que em ti havia.

Por vezes, querida mãe,
Queria ter o teu abraço
E um doce beijo também,
Mas sei que lá no espaço
Cuidas de mim muito bem.

Do teu terno sorriso
Tenho imensa saudade,
Teu rosto era bondade
Reflexo de um coração
Com muito amor e emoção.

Quando da vida eu partir
Guarda no céu, um lugar,
Porque te quero contar
O que o tempo não deixou
E a juventude calou.

José Carlos Moutinho
*Reserv.dir.autorais*

sexta-feira, 12 de dezembro de 2014

Fado é fado (Fado)



O fado é da madragoa
ou da castiça Alfama,
será mesmo de lisboa
ou da mouraria que se ama
onde não se canta à toa?

Sem alma não há fado
Seja aqui, ali ou acolá,
Será em qualquer lado,
No sul, norte ou por cá,
Tem de ser bem cantado.

Fado não tem morada
Ri, chora, ama e canta,
Gosta de sardinhada
E vinho p’la garganta
Até de madrugada.

Fado é fado e mais nada,
É canção de paixão e amor,
É tristeza cantada
É o desejo com fervor,
Fado é fado e mais nada.

José Carlos Moutinho
*Reserv.direitos autorais*

Azul do teu olhar (Fado)





Não sei porque choras tu
Se podes ser feliz,
Talvez escondas no baú
O que teu olhar não me diz,
Por ser segredo ou tabu.

Sorri, doce morena
Com o azul do teu olhar,
Tens beleza serena
Também sabes encantar
Como a bela acuçena.

Tuas mãos de terna seda
São núvens de carícia,
Que meu coração enreda
Com o teu ar de malícia
Que tua boca segreda.

É uma loucura o teu olhar
Azul da cor do meu mar
Navego na tua maresia
Esta paixão em doce orgia

José Carlos Moutinho
*Reserv.dir.autorais*

quinta-feira, 11 de dezembro de 2014

Lisboa querida (Fado)





Lisboa que és tão cantada
Mostra a luz da cidade,
Diz-me porque és tão amada
Minha eterna saudade
Que p’lo Tejo é beijada.

Tens um encanto especial
Nas tuas sete colinas,
És cidade sem igual
Deste nosso Portugal
No teu olhar de menina.

Gosto de estar contigo
Minha querida Lisboa,
Andar pelas ruas à toa,
Sentir teu sol amigo
No teu abraço eu revivo.

José Carlos Moutinho
Reserv.dir.autorais

quarta-feira, 10 de dezembro de 2014

Porque teimas tu (Fado)



Porque teimas tu, mulher
Se eu já te disse tudo,
assim ninguem te quer
nem tuas mãos de veludo
farão de ti outra mulher.

Tens de mudar querida
Ser doce e carinhosa
E não tão convencida,
Porque a vida é gostosa
Simples de ser vivida.

Se um dia, mulher, pensares
Em tudo o que eu te digo
De que é melhor mudares,
Tua vida fará sentido
Andes por onde andares.

Estarei aqui à tua espera
Para te dar o meu amor,
Minha paixão é sincera
Quero-te com muito ardor
Minha doce quimera.

José Carlos Moutinho
*Reserv.dir.autorais*

terça-feira, 9 de dezembro de 2014

Vem abraçar-me (Fado)


Nesta tarde tão fria
Deste inverno gelado,
O que eu mais desejaria
Era ter-te ao meu lado
E dizer-te o que eu faria.

Sem ti, meu amor morrerei
De dor e melancolia,
Juro que tudo farei
Para te amar dia após dia,
Todo o meu amor te darei.

Vem, vem dar-me teu abraço
Aperta-me ao teu peito,
Garanto que te faço
Rainha do meu leito
E dona do meu espaço.

Sob o manto do luar
Soltamos nossa paixão,
Ouvindo as ondas do mar
Rolamos com emoção
Nas areias do nosso amar.

José Carlos Moutinho
*Reserv.direitos autorais*

segunda-feira, 8 de dezembro de 2014

Para ti, que me lês





Sou servo das palavras
que se aconchegam no alvo papel
inerte sobre a mesa!

São letras após letras
embaladas por enredo coreográfico
de emoções e desejos,
que dançam docemente em estrofes
vestidas de pétalas de versos,
em ritmo de metáforas
abraçadas a afectuosas rimas,
ou no livre rodopiar
pela pista do poema inventado!

…E as palavras que se escusavam
tornam-se atrevidas,
sorrindo em ousada volúpia
e acariciadas pelas minhas mãos,
deixam-se inebriar por perfume de êxtase!

Já não são minhas estas palavras
que de mim se soltaram rebeldes
e se entregaram a ti…

Sim….
Tu que agora me lês,
escuta aquelas letras
emaranhadas em poesia
pois elas são tuas…

Faz delas o teu sentir
serão tudo que tu quiseres…
podem ser o desabafo da tua alma
ou a ânsia de um amor desejado,
mas jamais serão minhas…
Perdia-as exactamente no instante
em que fizeste delas o teu querer
e pensaste teu, este poema
criado especialmente para ti.

José Carlos Moutinho

quinta-feira, 4 de dezembro de 2014

Gosto de afectos





Pelas margens do meu rio de ilusão
Nascem flores de sonhos por sonhar,
Crescem fantasias de doce paixão
Poesia para a minha alma cantar.

Sou sonhador e não me envergonho
Gosto de afectos e bons abraços
A ter carinho jamais me oponho,
A qualquer pessoa eu estendo meus braços.

Assim é meu modo de viver e amar
Com amizade alegria e sorriso,
Pelo rio abaixo no meu navegar…

Tenho a certeza que deste jeito
Se eu algum dia alcançar o paraiso
todos dirão que fui bom sujeito.

José Carlos Moutinho

Entrevista com Planeta Azul, editora de Calemas

Ver esta publicação no Instagram

Live Planeta Azul Editora

Uma publicação partilhada por Planeta Azul Editora (@planetazuleditora) a