sexta-feira, 23 de janeiro de 2015

Gostaria de ser brisa





Tantas vezes…
Tantas vezes desejava eu, ser folha esvoaçante
Matizada de sorrisos,
Pulando de anseio em anseio
Por vales verdejantes de felicidade;
Outras tantas vezes gostaria de ser brisa,
Brisa suave, quente de verão
Que afagasse rostos frios e tristes
Dando-lhes o calor da alegria!

Quiméricos  e utopicos desejos
Que se soltam de mim
Como mariposas inquietas,
Cujos voos esbarram na fria realidade
Deste mundo insensível
E terrivelmente sofrido!

Fustiga-me dolorosamente
O insucesso do meu querer,
Afundado em águas profundas do mar
Da minha incapacidade!

Resta-me sonhar um outro mundo,
Mais solidário, mais humanizado
Porque este…
Este está totalmente perdido

José Carlos Moutinho

segunda-feira, 19 de janeiro de 2015

Amavas-me calada





Com o manto do luar
Cubro a minha paixão,
Só a ti amor, quero mostrar
A minha grande emoção
Por tanto te desejar.

Talvez p’la madrugada
Eu seja mais ousado
Te diga minha amada,
Quanto estou apaixonado
E contigo ir de mão dada.

Mas tu também me queres
E eu nem o imaginava,
Complicadas mulheres,
Amavas-me calada
Sem nada me dizeres.

José Carlos Moutinho

sexta-feira, 16 de janeiro de 2015

Oníricos devaneios





Abraço os meus pensamentos com enlevo,
Todavia, alguns frios e tristes,
Escusam-se ao meu abraço,
Ausentam-se dos meus anseios,
Sorrio-lhes na tentativa vã de se modificarem,
Porém, eles simplesmente me ignoram!

Não desisto da minha coragem
Em enfrentar a contrariedade,
Aperto mais ao meu peito
Os pensamentos que me sorriem,
E sinto o meu coração murmurar-me
Palavras de estimulo,
Numa delicada compensação
pelos que se calavam
indiferentes ao meu desejo de paz,
Com ternura, os pensamentos alegres
Aconchegam-se na minha alma!

Liberto-me desta espécie de letargia
Que invadiu a minha essência…
Pela janela aberta,
Penetram os raios de um sol esplendoroso
Despertando-me para a realidade da vida
Que está para além dos devaneios oníricos!

José Carlos Moutinho

terça-feira, 13 de janeiro de 2015

Tu me disseste fadista





Ai se eu fosse poeta
faria a mais bela canção,
com flor em cada letra
do jardim do meu coração
p’ra minha amada secreta.


Fadista, eu não sei escrever,
outro deves encontrar,
tenho pena podes crer
mesmo assim eu vou tentar
pode até acontecer.


Um dia eu me aventurei
nem me saí muito mal,
era um fado em que falei
de amor, coisa natural
e com coragem cantei.


Bem sei que foi uma só vez
tu me disseste, fadista
com alguma rispidez
que eu não era letrista
parar era o melhor, talvez.


Claro que fiquei triste,
procurei outro do fado
que visse o que não viste,
me deixasse animado
me dissesse não desiste.


José Carlos Moutinho
“Reserv.dir.de autor”

segunda-feira, 12 de janeiro de 2015

Vem morena





Quando na rua passas toda catita
Sinto pular o meu pobre coração
Que apaixonado por ti, tanto grita
De alegria e profunda emoção.

Porque me ignoras tu, mulher
Ainda que eu diga palavras bonitas,
Fria e altiva, não me olhas sequer
Porque será que tanto me evitas.

Não sei porque te fazes tão cara
Talvez até gostes de mim, mulher,
Eu não sou uma espécie rara
Por favor não me faças sofrer.

Vem a mim, vem linda morena
Porei o mundo e o céu a teus pés,
O meu amor não é coisa pequena,
Não sou marinheiro de muitas marés.

Se algum dia te arrependeres
pode ser que seja tarde demais,
Servirá de lição para aprenderes
Se eu disser que não te quero mais.

José Carlos Moutinho

Entrevista com Planeta Azul, editora de Calemas

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