quarta-feira, 13 de julho de 2016

Afundou-se no mar





Não...Agora que nos voltámos a ver
não te deixes levar pelas emoções,
essas fazem parte do passado,
foram sopradas pela incompreensão
numa tarde cansada…
levadas pelas águas do rio
que haviam acariciado o teu corpo
numa manhã acordada...

O amor enfraquecido pelo tempo
afundou-se no mar…
o mesmo mar
que ainda hoje beija as areias
onde inventámos sonhos

José Carlos Moutinho

quarta-feira, 6 de julho de 2016

O Fado é feitiço





Se ouço cantar o fado
deixo-me embalar,
fecho os olhos, calado
p’ra minha alma viajar
na proa do vento alado

O trinar da guitarra
entra em mim docemente
como o som da cigarra,
ao meu coração ardente
com emoção se agarra

Há no fado um feitiço
que não sei bem explicar,
seja vadio ou castiço
ao ouvi-lo em qualquer lugar
mais eu acredito nisso

Refrão

O fado é nacional
é do povo e mais nada,
é cantiga sem igual
com paixão, cantada

José Carlos Moutinho

segunda-feira, 4 de julho de 2016

Omar dá, o mar leva





O mar dá, o mar leva é uma verdade
qual será a razão deste mistério…
talvez seja pela bondade
ou p’ra dizer que não é cemitério!

Esse gigante de força incrível
tem tudo que se possa imaginar
desde a serenidade possivel
até à brutalidade de matar!

É a grandeza fantástica do mar
que tantas vezes me leva a sonhar,
quando a minha alma deseja a acalmia…

Porém, também sua ira me apavora,
então afasto-me, respeito a sua hora
e volto a admirá-lo num outro dia!

José Carlos Moutinho

terça-feira, 28 de junho de 2016

Nas asas do pensamento





Voam nas asas do pensamento
as minhas palavras, silenciosas,
perfumadas p’los beijos do vento
e coloridas por belas rosas!

As palavras vão navegando os céus,
buscando talvez, a ilusão ou a razão
e vão-se enfeitando com lindos véus
para que o encontro tenha mais emoção!

Se as palavras que por aqui eu mando
se perderem, que voltem cantando
p’ra sossegar o meu pensamento…

Se a sorte não me bafejou agora
talvez o destino me dê outra hora,
e acabe de vez este tormento.

José Carlos Moutinho

segunda-feira, 27 de junho de 2016

Será defeito ou virtude

 
 
Eu queria um só beijo teu, amor,
um que fosse escaldante de paixão,
dar-te-ia o meu respirar e uma flor
para guardares em teu coração!
Mas se além do beijo me desses mais,
farias de mim o homem mais feliz,
juro-te que faria de ti meu cais
meu mar, meu sol tudo que sempre quis!
Ai, ai este amor louco e desatinado
faz de mim vento perdido por aí,
vibra em mim o que jamais eu senti…
Sou um coração pelo amor, minado
que me deixa em total inquietude,
talvez por defeito ou por virtude…
José Carlos Moutinho

Tempo do tempo





Nas voltas do tempo, faz-se o tempo
que vira e volta muda este tempo
sem que nós consigamos pará-lo
sendo assim, só nos resta aceitá-lo!

Podemos pensar que o enganamos,
porém, os enganados somos nós,
há que viver a vida e o que amamos
antes que o tempo tire nossa voz!

Se levarmos as coisas a brincar
os efeitos serão bons como amar
pensem bem no que vos digo, amigos…

Porque o tempo nos dá pouco tempo,
a cantar teremos mais alento,
se os tempos forem bem vividos.

José Carlos Moutinho

Entrevista com Planeta Azul, editora de Calemas

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