quarta-feira, 9 de março de 2016

Escuta, morena






Escuta o que eu te digo morena,
Não te faças assim tão esquisita,
a vida é curta, não vale a pena
teres esse jeito que só irrita.

Encara o teu viver com alegria
E serás de certeza mais feliz,
O sorriso é a força da simpatia,
Não empines tanto o teu lindo nariz.

Se aceitares estes meus conselhos
terás a prova nos teus espelhos,
esperarei o resultado final…

Assim penso eu de maneira frontal,
vaidade não leva a nenhum lugar
pois o importante é saber amar…

José Carlos Moutinho

domingo, 6 de março de 2016

Sei lá




Sei lá por que faço versos,
alguns com rima, outros em desatino...

Sei lá a razão desta minha loucura
se me entrego às palavras como um servo
e me deixo levar por elas
pelos caminhos das ilusões
e de tantas fantasias,
que chegam a confundir-me
na minha essência
e me faz perguntar-me quem sou,
se poeta, fingidor ou louco,
simplesmente nada,
ou tenha de tudo um pouco...

Sei lá por sonho acordado
para passar para o papel
o que a minha mente inventa
e me força a desenhar em poemas,
que nem sei se, serão poemas
ou meras conjunções de letras,
formando jardins de quimeras
ou floridas e inocentes intenções
de fazer poesia…

Sei lá, por que me interrogo assim
e duvido do que eu sinto,
ou sinto o que penso duvidar,
mas que em boa verdade,
vivo com emoção
esta doce sensação que me faz
ser o que eu sou.

José Carlos Moutinho

sábado, 5 de março de 2016

Pó do tempo



Mexi nos papeis, remexi o pó,
saltaram memórias,
esconderam-se saudades,
Recuei no tempo
que vivi em outro tempo
e que este meu tempo de agora,
se me tem escusado de, com tempo,
recordar o outro tempo já vivido!

Os papeis amarelados
enroscados de emoções
repletos de bons momentos,
desnudam-se agora, no meio do pó
que o tempo inventou
e que a distância jamais olvidou!

Mexo e volto a remexer
lembranças que pensava perdidas,
mas que no meio do desalinho,
se expõem como imagens vivas
de um tempo já fenecido,
que nunca mais voltará,
só restando afinal,
as saudades
e o pó, manto protector
do tempo, que o criou.

José Carlos Moutinho

quarta-feira, 2 de março de 2016

Amor, paradoxal sentimento





Olhai as pedras da calçada,
Como elas brilham com o reflexo do sol,
Reparai no sorriso das rosas,
Que marginam as ruas;
Sintam o veludo do chão que pisais,
Vede como tudo se conjuga numa beleza infinita;
Agarrai o algodão das nuvens,
Aspirai o perfume da brisa,
Riam-se com o ridículo dos momentos!

Chorai com o sofrimento,
Condoam-se com os desfavorecidos,
Mas não os abandoneis, não os desprezeis,
Não os olheis com desdém, eles são-vos iguais,
E também têm direito ao brilho da calçada,
Ao sorriso das rosas,
E ao veludo do chão!
Assim como merecem
Segurar nas suas mãos calejadas,
O algodão das nuvens
E sentirem o cheiro perfumado da brisa!

Este mundo é pequeno,
E simultâneamente enorme, onde cabemos todos
Desde que haja harmonia,
Entendimento, partilha, justiça e amor,
Muito amor…
Não o amor carnal que é instinto natural…
…Mas sim, amor na verdadeira acepção da palavra
Que floresce no que se toca com a suavidade da carícia,
Está na doce palavra murmurada na bruma da tristeza
E no abraço na noite de invernia do infortúnio!

O amor, ai o amor…substantivo de quatro letras
Tão pequeno e tão belo…
Porém, tão vilipendiado, tão ignorado e…tão desejado!

A solidariedade é um jardim do amor,
De onde as flores se fazem desapego da materialidade
E suas pétalas perfumam os desprotegidos da sorte…

O amor é dor que sente a dor do semelhante!

O amor é a vida,
pode ser tudo e pode ser nada…
Será paixão, dor, dádiva, ilusão, vida e morte.

José Carlos Moutinho

terça-feira, 1 de março de 2016

Naquela tarde





Naquela tarde eu senti
que meu olhar te ofuscava,
sentias-te afagada,
foi o que eu logo percebi
ao ver-te animada.

Gostei da sensação
doce que em mim se colou,
ficou no meu coração
um sentir que me beijou,
numa grande excitação.

Agarrei tua mão quente
talvez pela ansiedade,
ou por que tua alma sente
que eu sou a outra metade,
do teu desejo ardente.

No abraço que me deste
com enorme tremura
calou o que antes disseste,
tinhas em ti a ternura
com que teu amor se veste.

José Carlos Moutinho

Entrevista com Planeta Azul, editora de Calemas

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