sexta-feira, 5 de agosto de 2016

Sou marinheiro





Sou marinheiro do mar da vida
capitão do navio onde me navego,
já fui timoneiro em maré atrevida,
hoje sou a memória que carrego!

Galguei ondas venci muitas tempestades,
agora o meu mar é a minha acalmia,
faço das minhas águas, amizades
com maresias escrevo poesia!

E quando o vendaval me fustiga
planto brisa em poemas silenciosos
do sol faço rimas de dias radiosos…

Se o tempo, as saudades não mitiga
penso-me marinheiro novamente
e fundeio a nostalgia calmamente…

José Carlos Moutinho

segunda-feira, 1 de agosto de 2016

Somos uma passagem





Na aragem fresca daquela tarde
a ilusão vagabunda do tempo
que talvez a saudade guarde,
chegava serena, sem lamento!

A vida é uma louca correria,
perdem-se valores materiais
mas nunca se perderá a alegria
realizando os nossos ideais!

O melhor da vida são os amores
e embora alguns se pintem de dores
há sempre uma esperança de melhor…

Porque de passagem aqui estamos
nossa glória é o que conquistamos
com tenacidade honra e muito amor…

José Carlos Moutinho

quarta-feira, 27 de julho de 2016

Ela voltará







A nostalgia é a minha parceira
nas infindáveis noites de inverno,
tento esquecer de alguma maneira
o saudosismo dorido e eterno!

Lá fora o vento sopra, assustador
parece que bate na janela,
será talvez o som da minha dor
ou quem sabe o bater da mão dela…

Fui ver para assim ter a certeza
abri a janela, aumentou a tristeza,
o que batia era o meu pensamento…

Continuei a ouvir o vento bater
que parecia querer-me dizer
ela voltará a qualquer momento!

José Carlos Moutinho

quarta-feira, 13 de julho de 2016

Afundou-se no mar





Não...Agora que nos voltámos a ver
não te deixes levar pelas emoções,
essas fazem parte do passado,
foram sopradas pela incompreensão
numa tarde cansada…
levadas pelas águas do rio
que haviam acariciado o teu corpo
numa manhã acordada...

O amor enfraquecido pelo tempo
afundou-se no mar…
o mesmo mar
que ainda hoje beija as areias
onde inventámos sonhos

José Carlos Moutinho

quarta-feira, 6 de julho de 2016

O Fado é feitiço





Se ouço cantar o fado
deixo-me embalar,
fecho os olhos, calado
p’ra minha alma viajar
na proa do vento alado

O trinar da guitarra
entra em mim docemente
como o som da cigarra,
ao meu coração ardente
com emoção se agarra

Há no fado um feitiço
que não sei bem explicar,
seja vadio ou castiço
ao ouvi-lo em qualquer lugar
mais eu acredito nisso

Refrão

O fado é nacional
é do povo e mais nada,
é cantiga sem igual
com paixão, cantada

José Carlos Moutinho

Entrevista com Planeta Azul, editora de Calemas

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