segunda-feira, 2 de outubro de 2017

Que esperas?

Que esperas de mim
se não me franqueias as portas da tua vida?

Podes até abrir as janelas,
mas eu não voo,
não tenho asas nem garras de gavião!

Se me sorrires,
ainda que mantenhas as portas fechadas,
eu sorrirei para ti
e abrirei as janelas do meu coração,
porque essas, estão sempre abertas
ninguém precisa de asas!

Basta um sorriso espontâneo,
fundamentalmente sincero,
e entrarás na minha vida
pela porta principal,
que sempre esteve e estará aberta
aos caminhantes da verdade!

Se não trouxeres, porém, a alma imbuída de sinceridade,
peço que te afastes da minha porta,
pois ela não está habituada a sombras negras,
sempre esteve iluminada pelo sol da vida

José Carlos Moutinho

terça-feira, 26 de setembro de 2017

Eu vou contigo

Eu vou contigo




Meu velho amigo, das terras sem fim
se um dia lá voltares,
eu vou contigo…

Quero voltar a escutar
o som melancólico do batuque,
deixar o meu olhar perder-se na lonjura
do tempo que me sorriu,
e sentir o perfume da terra tropical!

Quando fores, amigo
eu vou contigo…

Quero voltar a mergulhar e pescar
nas águas profundas da ponta da Ilha,
quero retornar ao Mussulo
e aspirar maresia com aroma de coco,
quero, amigo,
despertar com o sol matizado do alvorecer
e adormecer quando o entardecer se despedir
abraçado ao esplendor do pôr-do-sol!

Não te esqueças, amigo, se fores
eu vou contigo…

Quero voltar a pisar o chão
dos caminhos que me acolheram na juventude,
quero sentir todos os perfumes
daquela terra de feitiços,
quero pensar as histórias da minha vida
à sombra daquela velha mulembeira,
e sorrir às múcuas
suspensas dos braços despidos dos imbondeiros,
quero voltar a saborear
maboque, loengo, pitanga, mamão, manga
e tantos outros de indescritível prazer!

Então, amigo, até à nossa partida,
sabes que eu irei contigo…

Se não fores, meu velho amigo,
irei eu, 
levarei como bagagem
a alma cheia de saudade
e o coração a palpitar de ansiedade

José Carlos Moutinho


Tantas vezes


Tantas vezes
se me comprime o peito,
não de dor
mas de desilusão,
tento respirar profundamente
e espantar o fantasma que o oprime,
porém, quando consigo livrar-me daquela,
logo aparece outra e...outra dor
numa eterna teimosia
 


José Carlos Moutinho

Metamorfose


No silêncio das folhas que serenamente se vão matizando
pressentem-se os murmúrios do tempo
que silenciosamente os metamorfoseia
em doces melodias...
As tardes sonolentas pelo Estio
vão cedendo caminho à frescura Outonal
e num abraço afectuoso e simbiótico
confraternizam os dias,
que o nosso tempo nos oferece
para contemplação
e, talvez, deslumbramento


José Carlos Moutinho

quarta-feira, 13 de setembro de 2017

Simples desabafo, sem querer melindrar




...
Saber ler poesia
e entender o seu conteúdo,
parece-me ser, para alguns, uma grande confusão!

Comentam, como se o poema
fosse a dor de quem o escreveu,
dizem, até carinhosamente, que tudo passará,
que o amanhã será melhor,
e as mágoas irão desaparecer!

Estou confuso,
sinto-me navegador de um mar
que não é o meu,
flutuo sobre ondas da incompreensão,
ou, talvez da excessiva sensibilidade
com que as águas chegam à minha praia
e se infiltram nas minhas areias!

Na minha maneira simples de analisar a poesia,
entendo que esta, é uma escrita livre, sensível,
que tem a capacidade de se desnudar de preconceitos,
e, vestir-se de dores, paixões, tristezas, felicidade e amores,
e de tudo que o poeta entenda que pode fazer parte da sua imaginação!

A poesia não é, quanto a mim, o desnudar de alma do autor, que, pode inventar, quem e o que quiser, para pintar o poema.

José Carlos Moutinho

SER FADISTA

sábado, 9 de setembro de 2017

Arrepio

...
Um arrepio que me perpassa a pele
como se nela escorregasse a brisa...
abro os olhos e sinto os teus dedos
que deslizam suavemente, tais pétalas
que me vão perfumando os sentidos
e me entregam a uma doce letargia
volto a cerrar os olhos e...
sinto-te apenas


José Carlos Moutinho​

Politiquices

Apetece-me rir, perante o que se passa, diariamente nos canais de televisão. Políticos que se atacam. Que o Governo faz uma política errada, que não aproveita o que já foi feito, que destrói em vez de construir. Depois, olho para as informações dadas por Instituições, creio, dignas de crédito a dizerem que a economia está em crescendo que o desemprego está diminuindo. Enfim, cada vez mais desconsidero o valor dos políticos, não da política, que é necessária, alinhada com a democracia. Esta gente, seja de que partido for, pensam neles, no seu apogeu, na sua glória. O povo é mera circunstância que só serve para os colocar lá no topo da vaidade e da incompetência.
Por favor políticos deste país, tenham mais dignidade e reconheçam o mérito dos que se encontram no governo. Respeitem-se e respeitem a inteligência do povo.
Sabemos o que fizeram antes e de pouco adianta agora acusarem os presentes no poder. Este meu pensamento e opinião diz respeito à oposição que todos fazem a quem governa. SÓ QUE, NÃO DEVEM ESQUECER O QUE FIZERAM QUANDO LÁ ESTIVERAM. Estou farto de pertencer a um país, que amo, e que é tão desprezado. Portugal merece mais consideração e respeito. Deveria ser governado por gente que o ame e não por gente que se quer governar.


José Carlos Moutinho

Mundo louco

...
Ah...mundo que andas tão louco
acalma essa tua fúria desvairada
traz-nos a paz, sossega um pouco,
não deixes tanta gente desanimada
nem faças do inteligente um bacoco,
permite-nos uma vida mais descansada


José Carlos Moutinho

Passagem


...
Pela efemeridade que é a nossa passagem
por este caminho terreno,
há que aproveitar os céleres momentos
que nos são oferecidos
a cada dia da nossa existência!
Se pensarmos que o ontem já vai longe
e que o amanhã, está logo aí,
o hoje terá que ser vivido com toda a verdade e emoção,
sem pruridos de preconceitos e vaidades,
porque esses "defeitos"
só têm valor e só servem aos próprios,
os outros, olham essas atitudes com displicência e risos

José Carlos Moutinho

Entrevista com Planeta Azul, editora de Calemas

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