quarta-feira, 9 de maio de 2018

Não te iludas


...
Jamais te iludas, amiga ou amigo
que sempre estiveste lá na hora certa,
mas se pensas que o teu sentir é sentido
enganas-te quando sentes tua presença deserta

A vida é assim feita de espantos e enganos
vamos sempre aprendendo, o que parece não é,
deixemos, a água correr pelo leito dos profanos
fiquemos serenos vendo-a passar, sem perder a fé

José Carlos Moutinho


terça-feira, 8 de maio de 2018

Caminhos do tempo

...
Tenho percorrido os caminhos do tempo
e encontrado obstáculos e dissabores,
segui sempre em frente sem lamento
atravessando desertos e campos de flores...
porém, para mim, que viver é passatempo,
deparo com a simbiose de cinismos e amores
que nascem e morrem a todo o momento,
enquanto escrevo este meu apontamento

José Carlos Moutinho

segunda-feira, 7 de maio de 2018

Não tenhas pressa, ó tempo

Só te peço, por favor, ó tempo
que, comigo, não tenhas tanta pressa,
não penses que eu sou como o vento
que por ti passa e jamais regressa

Deixa-me caminhar por esta estrada
por mais algum tempo, com alegria
e também com boa saúde confirmada
para eu ter tempo de sonhar utopia

Sabes que não é muito o que eu te peço,
quero em vida ver meu sonho realizado
que o meu romance tenha algum sucesso,
ficção, em que nunca tal havia pensado

Dirás, talvez, que é ambição desmedida,
sei do que esta minha vida me consignou,
navegar nesta onda literária tão sacudida
é inquietude do mar, que nunca se navegou

José Carlos Moutinho
7/5/18

Como uma miragem

...
Levo-me no voo de uma gaivota
que, de asas abertas busca o infinito
pelo horizonte de alguma terra remota
onde o sonhar consegue ser mais bonito

E se a gaivota pelo caminho se perder
agarrar-me-ei a qualquer onda que me entenda
e no cintilar do sol, irei aonde o destino quiser
será lugar, talvez, onde a alegria me transcenda

José Carlos Moutinho

sábado, 5 de maio de 2018

Com as palavras eu gosto


Sim...com as palavras, eu gosto
de imaginar outros e belos mundos,
digo com toda a certeza e até aposto
que são da minha vontade, oriundos

Com as palavras, quadras eu não fazia,
de repente deu-me o desejo de as criar,
dizem que é pobre este tipo de poesia
como rico não sou faço dela o meu par

Importante ter conteúdo assaz assertivo
para que a mensagem seja entendida,
pois, se isso não acontecer é um castigo
para quem as ler, que ficará arrependida

José Carlos Moutinho

quarta-feira, 2 de maio de 2018

Momentos de Desalento

QUANDO EU FOR SAUDADE

Como vendaval

...
E continuas a inventar palavras
que me ecoam como vendaval,
quando sorris, lembras-me tardes doentias,
melhor seria calares-te
talvez o teu silêncio me falasse do teu pensar
e eu pudesse entender-te

José Carlos Moutinho


Porquê?

...
Porque me correm rios pelos olhos
se as minhas margens secaram com a estiagem?
Porque há lagos no meu olhar
se o deserto os secou?
Porque me chora a alma
se as lágrimas se exauriram na saudade?
Porque se enrugaram as minhas mãos
se elas ainda têm carícias para oferecer?
Porque corre tão veloz o tempo
se eu tenho todo o tempo do mundo?

Se alguém souber que responda!

José Carlos Moutinho

Por ironia

...
Das minhas mãos juvenis
voavam sonhos em asas de utopia,
nas palavras escritas havia um sentir tão feliz
mas que, jamais, admiti pensar que florisse poesia...
o tempo, senhor da vontade, percorre longos carris,
troca-nos viagens, modifica-nos anseios, talvez por ironia

José Carlos Moutinho

terça-feira, 1 de maio de 2018

Olhava a lonjura

...
Eu olhava a lonjura
tentando encontrar-te...
o meu olhar perdia-se no horizonte
e eu não te via...
Frustrado, olhei em meu redor
e o meu coração sorriu ao ver-te,
não eras lonjura
mas sim, presença,
com a singeleza
do cintilar dos teus olhos

José Carlos Moutinho

Entrevista com Planeta Azul, editora de Calemas

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