sexta-feira, 20 de julho de 2018

Leitores…e amigos




Quem edita um livro, acredito que, tal como eu, o faz com grande expectativa e emoção para que obtenha bons resultados, apesar de sabermos que é muito complicado neste meio demasiadamente inflacionado e até anarquizado. Mas, frustrante é não nos darem o benefício da dúvida, adquirindo o que escrevemos. É nessa aquisição que se encontra bem instalado o nosso sucesso, de nada adianta desejarem que o tenhamos, por simpatia, embora, obviamente seja agradável, mas não nos leva a lado algum. Leiam-nos e depois critiquem ou elogiem se acham que o escritor os merece.
Sei que é um risco este texto, posso até, ser mais prejudicado que beneficiado, mas, francamente, cheguei a um ponto, depois de 10 livros editados e, sinceramente, com bastante sucesso, para quem é pequeno, que já nem penso tanto nas consequências negativas, penso sim é que em cada livro que eu edite tenha mais qualidade. Não sou jovem e o tempo já corre ao contrário dos meus anseios.
Leiam-me, já nem falo em livros de poesia, mas sim, nesta minha nova faceta em prosa, na forma de romance.

Dia do amigo (!?)

Dizem que hoje é dia do amigo
pense-se bem no seu sentido,
amigo é mais que simples abraço
quando o tempo se faz escasso

Amigo é estar no momento certo
junto daquele(a) que dele precisar,
não é o que diz ficar sempre por perto
e depois fazer-se esquecido e faltar

Amigo não pode ser palavra vã
nem característica de falsidade,
é hoje, jamais guardar para amanhã
a prova da verdadeira amizade...

José Carlos Moutinho
20/7/18

quinta-feira, 19 de julho de 2018

A voz

...
Tivesse eu a voz do rouxinol
e cantaria para ti
as mais belas canções de amor,
sequer tenho do canário
o som do cântico apaixonado,
assim silencio o meu sentir
nas palavras que se escusam
da minha voz
que vibram, porém, no meu peito
como o chilrear inquieto do colibri

José Carlos Moutinho

Modo de pensar

Para alguns, editar um livro é o desejo de um sonho, que fica realizado nesse único livro.
Para outros, um livro é a gota de água que se deve multiplicar criando um oceano de anseios, para que as palavras naveguem por horizontes desconhecidos

quarta-feira, 18 de julho de 2018

Sonhos

...
Quantas vezes
ai, quantas
me deixo levar
nas ondas do meu pensamento
pelas marés agitadas...
e quando penso ter chegado ao fim
da inquieta viagem,
desperto de um sonho
tão agitado como a maré
que me levara e trouxera
ao porto da minha utopia

José Carlos Moutinho

Grande Madiba.

...
100 anos. Faz hoje 100 anos que nasceu uma estrela. Uma estrela negra, com o coração iluminado pela generosidade. Nasceu o homem que mudaria um país e talvez algumas consciências empedernidas.Tinha a pele negra, mas a sua alma tinha as cores da humanidade.
Quero aqui prestar a minha homenagem à sua memória, curvando-me respeitosamente, perante este homem que já partiu deste mundo de vaidades e com diferenças de todo o género. Um homem resiliente, inteligente, com uma capacidade de discernir, como poucos. O homem que sempre desejou o perdão e que mesmo prisioneiro durante um terço de sua vida, soube aplicar esse perdão aos que haviam sido seus carrascos, que o haviam isolado do mundo e principalmente de sua família. Separaram-no de tudo, mas jamais conseguiram separar a sua capacidade de lutar pela Liberdade até ao seu último dia de vida.
Grande homem, negro, como se, numa missão divina, este homem viesse dizer ao mundo que as raças não se distinguem pela cor da pele, pois a humanidade só tem uma raça, seja de que cor, branca, amarela, vermelha ou preta. somos todos iguais.
Viverás Eternamente, grande Madiba. Obrigado pela lição que deste a todos nós, sobre o que é a generosidade, bondade, democracia e essencialmente o perdão!

José Carlos Moutinho
18/7/18

terça-feira, 17 de julho de 2018

Clamavam

...
As tardes clamavam acalmia,
as brisas murmuravam melodias
abraçadas a doce letargia
vestidas de coloridas utopias...
que se deixavam levar suavemente
pelo esmorecer fatigado do sol
ao encontro dos braços da noite
que, serena e delicadamente
ia sendo iluminada pelo luar
que se reflectia soberano
sobre a humanidade desalentada

José Carlos Moutinho

domingo, 15 de julho de 2018

Se ouvisses

...
Gostava que ouvisses o que te digo
e não me olhasses assim de lado,
uma resposta é merecida a um amigo
a não ser que não seja considerado

Já algumas vezes te tenho falado
e tu displicente finges não me ouvir,
talvez um dia te sintas necessitado
de amparo quando te sentires cair

José Carlos Moutinho

sexta-feira, 13 de julho de 2018

Queria ó vento


Queria ter-te agarrado ó vento
naqueles imensos momentos
em que tu sopravas quietude,
não te segurei, por displicência,
agora de nada adianta eu prender-te,
porque tu mesmo, mudaste,
andas agitado,
sopras para todos os lados
como se estivesses tu, também, inquieto
como eu, desassossegado e descontente
com o voar das emoções
transformadas em aluviões
que tudo inundam e destroem

José Carlos Moutinho

quarta-feira, 11 de julho de 2018

Estamos juntos



Vi-a tão inquieta como a folha seca
que se agitava, ameaçando cair da árvore
que sombreava o banco do jardim
onde ela estava sentada...
nervosa, revirando e apertando as mãos
numa agitação preocupante
para mim, que a observava...

ela ignorava-me, aliás, alheava-se
de tudo que a rodeava,
suspirava angustiada
em suspiros que pareciam vir
do mais profundo da sua alma…

as lágrimas tais cascatas
deslizavam pelo seu belo rosto,
senti-me confrangido,
porque estaria assim aquela jovem tão linda…
querendo responder a mim mesmo
dirigi-me a ela, sentando-me a seu lado
perguntei-lhe o motivo de tanta aflição
como resposta obtive um convulsivo pranto!

Fiquei ainda mais perturbado,
ofereci-lhe o meu lenço para suster a torrente
que lhe brotava dos olhos,
ela agarrou-me a mão
dizendo que perdera o grande amor de sua vida
e que também queria perder a sua…

sem saber o que fazer
deixei-me abraçado a ela
perdi a noção do tempo…

Estamos juntos!

José Carlos Moutinho

terça-feira, 10 de julho de 2018

Asa de pensamento

...
Quero segredar-te um voo
de asa do meu pensamento
para que saibas que eu sou
a fome da qual tu és alimento...
para que acredites aqui estou
juntinho de ti com sentimento
de quem o teu amor renovou
e que garanto como documento

José Carlos Moutinho


segunda-feira, 9 de julho de 2018

Um abraço teu

...
Hoje queria somente um abraço teu,
mas não daqueles abraços mofos
que costumas distribuir por aí...
se realmente tens sentimento
e absoluta sinceridade
para o tal abraço me dares,
chamar-te-ei amigo

José Carlos Moutinho

domingo, 8 de julho de 2018

A tua realidade


Para ti que me lês e te sentes nada,
tenta simplesmente fazer como eu
seguir com dignidade pela estrada
que te leve a um lugar que é só teu...


Não invejes o que ao teu lado é sucesso,
pensa se ele não terá feito por isso,
não te deixes levar por esse processo
de nada fazeres porque seres remisso 


Talvez até, melhor que eu, possas ser,
é só tentares usar a tua capacidade,
se porventura contigo não acontecer
aceita com resignação a tua realidade


José Carlos Moutinho

sábado, 7 de julho de 2018

...
Há dias vazios de tudo, cheios de nadas
há noites claras de insónias adormecidas
há cavalgantes sentires de almas aladas
há alegrias e tristezas em dores sofridas

José Carlos Moutinho

Tem dias

...
Tem dias que olho lá longe o horizonte
e só vejo bruma de um tempo esquecido,
é como sentir a triste imagem de seca fonte
que inexorável, me deixa de coração partido

José Carlos Moutinho

Se eu...

...
Se eu pudesse falar com o vento
quando ele por mim passa apressado
talvez eu lhe apresentasse requerimento
para deixar este mundo mais descansado,
mas o vento ignora-me e passa correndo,
o que me leva a pensar se ele não estará
também, como nós, a seu jeito sofrendo
sem realmente saber como tudo acabará

José Carlos Moutinho

quarta-feira, 4 de julho de 2018

Segredava paixão

Tinhas pele sedosa como pêssego
e perfume doce da juventude,
tinhas sorriso de sol
e palavras de brisa,
a tua voz aveludada
fazia-me voar em pensamentos...

tinhas a carícia nas tuas mãos
e encantamento no abraço,
o teu beijo era murmúrio do tempo
que me segredava paixão...

o teu corpo colado ao meu
era vulcão que nos incendiava
e nos transformava
em magma alucinante

José Carlos Moutinho

sexta-feira, 29 de junho de 2018

Tempo mediado

Já não sei

Passa longe, brisa

Ai, esta brisa que vem de longe
e me inquieta...
traz com ela recordações,
traz o perfume daquele mar
que eu não quero lembrar...
porque cada carícia dessa brisa
faz renascer dentro do meu peito
um mundo colorido e fenecido,
que jamais retornará, mas
que me provoca esta inquietude
que dói em cada imagem...
por isso, brisa, passa longe de mim
porque o longe que eu vivi
pereceu no tempo que se foi
 
José Carlos Moutinho

quinta-feira, 28 de junho de 2018

Caminheiro

Sou caminheiro de ilusões
artífice de sentimentos,
conquistador de corações
com alegria, sem fingimentos

Digam o que disserem
sou o que acima vos disse,
mas se acaso não quiserem
perguntem à minha prima Alice

Sou e sempre fui desta maneira,
por vezes até exageradamente,
sou virado para a brincadeira
tento, porém, ser muito prudente
 
José Carlos Moutinho

Entrevista com Planeta Azul, editora de Calemas

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