terça-feira, 15 de janeiro de 2019

Tem calma ó tempo


Não corras tanto, ó tempo,
porque corres tão depressa
se nem sequer és vento
que te incomode ou aborreça

Peço-te que deslizes devagar
assim não causas dissabor,
há gente que precisa de amar
sentir a felicidade do amor

Por isso, pensa bem ó tempo,
a criança tem de ser criança
o idoso deseja mais alento,
não esqueças esta lembrança

Corre devagar, cautelosamente,
dá mais tempo ao nosso tempo,
se o fizeres, tudo será diferente
talvez haja mais discernimento

José Carlos Moutinho
15/1/19

Decreto-Lei, nº 63/85
dos direitos do autor

segunda-feira, 14 de janeiro de 2019

Deslumbramento

Folhas e pétalas voam
pelos ares do contentamento,
mas, pelo negro chão ecoam
vozes surdas de desfalecimento

Alvas nuvens dançam um bailado
tendo como fundo o azul do firmamento,
lá bem do alto o sol fica espantado
ao observar meu deslumbramento

José Carlos Moutinho
14/1/19

Decreto-Lei, nº 63/85
dos direitos do autor

sábado, 12 de janeiro de 2019

As ruas


As ruas, simplesmente, sorriam-me
quando por elas eu passava,
murmuravam e diziam-me
crê, nós somos a tua jornada

Fiquei sensibilizado, é natural
senti que a minha caminhada
não era passagem ocasional
por esta cidade tão enregelada

Continuei meu percurso devagar
agora, com emoção, suavemente,
magoar a calçada com meu pisar
confesso, não queria, francamente

E as ruas olhavam-me a sorrir
estendendo a meus pés, alcatifa
complacentes com o meu sentir,
senti-me importante, como um califa

José Carlos Moutinho
12/1/19

Decreto-Lei, nº 63/85
dos direitos do autor

sexta-feira, 11 de janeiro de 2019

Mulheres

...
Olhavas para o lado
quando eu te perguntei
a razão do teu olhar cansado...
disseste que ao chegar não te beijei
e eu fiquei assim tão admirado
que de imediato dois beijos te dei
respondeste: agora é escusado
parado a olhar para ti, fiquei...
mulheres tornam o fácil, complicado

José Carlos Moutinho
11/1/19

Poesia minha dita por Isabel Branco

No início da minha caminhada pelo mundo das palavras escritas, fui honrado com esta gravação feita por Isabel Branco para a RDP Internacional. (Momentos bons que nos fazem recuar no tempo...)

quinta-feira, 10 de janeiro de 2019

Vivem na minha memória


Quem és felicidade?

Em jeito de letra musical

*****

Pelo caminho da ilusão
vai a felicidade,
procura algum coração
que diga a verdade.

Não é fácil ela bem sabe,
é teimosa e insiste,
mas com muita lealdade
jura que não desiste.

Ai, ai, felicidade
és um sonho perdido,
tens cor de raridade,
perfume de castigo.

Respiras utopia
sonhas eternidade,
escreves poesia,
quem és felicidade?

Refrão
Ai, felicidade, felicidade que és tão desejada
Por vezes, és estrela pra não seres encontrada

José Carlos Moutinho

Decreto-Lei, nº 63/85
dos direitos do autor

quarta-feira, 9 de janeiro de 2019

Vivem na minha memória

Sou o tempo que a minha memória guarda
viajei na lonjura dos sentimentos
continuo a viajar na certeza da minha finitude,

Por vezes, chama-me a saudade,
que, embora serena, me arde o peito
fazendo-me respirar o ar cansado da nostalgia!

Abraçado pela melancolia,
sento-me nas margens da minha maresia,
encho os meus olhos com a luz do horizonte
e levo-me a navegar no mar das recordações!

Esmoreço calmamente o meu desassossego,
relembrando o marulhar das águas quentes
daquele longínquo mar,
onde tantas e tantas vezes mergulhei ilusões,
nadei em sonhos que se desfaziam em espuma
na areia da praia da minha ansiedade!

A lonjura do tempo acampou em mim,
mas só os sonhos e as ilusões vivem na minha memória.

José Carlos Moutinho

Decreto-Lei, nº 63/85
dos direitos do autor

terça-feira, 8 de janeiro de 2019

Dança no Tempo

Dança no tempo


Sentei-me agora mesmo
na quimera do tempo,
olho a rua vazia de emoções
através da vidraça embaciada
da minha janela,
de onde posso ver o mundo,
pequeno mundo que me cerca…
senti o frio da tarde cinzenta e lacrimosa
que invadiu o meu sentir
deixando-me desconfortável e pensativo!

Melancolicamente
deixo o meu olhar vaguear
pelos verdes campos, onde árvores se agitam
ondulando elegantes ao vento…

Serenamente fecho os olhos,
imagino uma fascinante dança da natureza
e com os ramos faço passes de magia,
numa coreografia inventada no momento
em que o tango é o estilo que me apraz…

Outros ramos se juntam no salão
do meu sentir,
num rodopiar silencioso para o comum mortal,
mas… para mim,
tem toda uma sonoridade fantástica
e os passes de dança seguem-se num frenesim
de encantamento,
até que abro os olhos…

E quando o meu olhar volta a vaguear pelo ocaso,
somente vejo a chuva cair,
ininterrupta,
que me faz retornar à realidade
e do meu sonho, despertar…

Levanto-me da quimera do tempo,
onde estive instalado
e fecho a janela,
cuja vidraça está, ainda mais, embaciada.

José Carlos Moutinho

Decreto-Lei, nº 63/85
dos direitos do autor

segunda-feira, 7 de janeiro de 2019

Aldeia do Paraíso - Angola

...
Caminhando firme e confiante, 

segue o meu romance primeiro de ficção, 
onde a vida feliz de algumas pessoas, 
pode, de repente, transformar-se em tristeza.

Peçam-me, se vos interessar. Ofereço-vos a minha gratidão!

domingo, 6 de janeiro de 2019

Asas da memória


Sinto uma força dentro de mim
que, involuntariamente,
me leva a voar nas asas da memória
num doce bailado pelo passado,
ao encontro dos momentos
das minhas ilusões
tantas vezes feitas emoções
que se fizeram ausentes
pela corrida implacável do tempo!

Deixo-me voar, solto, livre, feliz
pelos céus dos meus sentimentos,
faço longas distâncias
sobre o mar, vales e montanhas,
mergulho em voo picado
até onde me permite a queda livre
da minha memória!

Cansado, mas realizado
com a emoção a vibrar dentro do meu peito,
volto serenamente a mim,
num cerimonial silencioso, guardo as asas,
no baú das minhas recordações,
para poder, se possível, voltar a utilizá-las
nos meus futuros voos.

José Carlos Moutinho

Decreto-Lei, nº 63/85
dos direitos do autor

sábado, 5 de janeiro de 2019

Pergunta ou desencanto

Por onde andarão os tais amigos,
aqueles por quem eu era abraçado,
talvez andem por aí, perdidos
ou achem que devo ser castigado

Porquê tanta coisa mudou, entretanto,
francamente, não sei responder,
sei que sinto profundo desencanto
que não me impedirá, porém, de viver

Se por alguma razão, motivo houver
que me digam com frontalidade
para que eu possa calmamente rever
minha atitude em relação à amizade

Talvez eu tenha andado enganado
ao longo do meu percurso literário,
quando ter os amigos ao meu lado
eu pensasse não ser caso arbitrário

A vida é um mundo de ensinamentos,
temos opção de aprender ou ignorar
os sinais recebidos dos sentimentos
e escolhermos os que podemos abraçar

José Carlos Moutinho
5/1/19

sexta-feira, 4 de janeiro de 2019

Simplesmente!

...
Os anos passam. Fazemos análise em retrospectiva e lembramo-nos de coisas boas e menos boas. Pedimos que o novo ano traga alegria, saúde, felicidade e amor. Todavia, tudo isso, muitos de nós já obtivemos mas já esquecemos, ansiamos com tenaz esperança pelos projectos vindouros, desprezando os passados. É curiosa a ânsia humana que, insatisfeita com o que tem, por vezes, graciosamente, quer mais e mais, mas talvez se esqueça de dar. A vida é feita de partilha e se nessa partilha existe somente egoísmo, ignorando o abraço de quem esteve a seu lado em determinado momento da vida, jamais se chegará a atingir o cume da realização como ser, supostamente mais inteligente.
Viva 2019! Sejamos simplesmente gente, porque arrogância, vaidade e maldade existe de mais!
Abraço-vos...
José Carlos Moutinho

terça-feira, 1 de janeiro de 2019

Reflexão (1º poema de 2019)


Mais um ano passou,
outro, com cara lavada chegou...
e daí, o que irá mudar?

Certamente pouco ou nada,
porque a terra continua o seu giro
indiferente aos humanos
que nela se digladiam
se maltratam e se insultam!

Só nos resta continuar a sentir esperança
de que eventualmente algo mudará
e que os corações se deixem envolver,
simplesmente, pela paz, amizade
e, se possível, pelo amor...

se tudo isso acontecer
então o Novo ano que chegou,
será diferente, presenteando-nos
com algo de novo e importante!

José Carlos Moutinho
1/12/19

Decreto-Lei, nº 63/85
dos direitos do autor

Entrevista com Planeta Azul, editora de Calemas

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