sábado, 27 de julho de 2019

Os meus livros

A minha fortuna conseguida em 10 anos de teimosia, resiliência e uma montanha de sonhos...que, paradoxalmente, antes de o serem, já se realizavam em em finais de 2010.

Em jeito de parábola


Em jeito de parábola

Quisera eu que o tempo parasse, para comigo conversar um pouquinho, pois pedir-lhe-ia eu com todo o respeito e consideração que não corresse tão rapidamente, porque, --continuaria eu a dizer-lhe--, que poderia cansar-se e, qualquer pessoa ou até mesmo o tempo tão poderoso, ficaria extenuado, sem necessidade, porque afinal, viver mais serenamente sem tanta correria faria bem à saúde dos humanos e, quiçá, à do próprio tempo.
O tempo realmente parou por segundos, olhou-me fixamente, e disse-me com toda a sua altivez que eu, para ele, não tinha a importância que eu pensava dar-me, porque, --continuou o tempo--, como eu, havia muito mais gente a pedir o mesmo e ele, tempo, não tinha a força suficiente para, por ele só, conseguir andar mais devagar, porque não dependia dele, mas sim de todos nós.
Fiquei admirado a olhar para o tempo e ele voltou, desta vez, sorrindo a dizer-me que se nos preocupássemos com coisas mais importantes e ignorássemos as fúteis, o nosso tempo seria mais feliz e duradouro.
O tempo continuou o seu caminho. Restou-me ficar a olhar o tempo que partia e a pensar que eu já perdia, inutilmente, o meu tempo, parado, sem nada fazer.

José Carlos Moutinho
27/7/19

sexta-feira, 26 de julho de 2019

Sol e mar da minha saudade (Áudio)


Em modo reflectivo

Quem realmente não me conhece,
diz que tenho mau feitio,
talvez, se revejam na minha pessoa,
porém, os que, minimamente, me conhecem,
tornam-se meus amigos,
será, talvez, porque gostam
da humildade e sinceridade...

A vida tornar-se-ia um tormento
se me incomodassem os juízos arbitrários,
de quem, certamente, precisará de ser julgado!

Assim, sorrindo, caminho indiferente,
todavia, resiliente pelas estradas
marginadas por preconceitos e vaidades!

E porque a vida é feita de momentos,
em estágio passageiro...
porque devo eu importar-me com futilidades,
quando a vida me oferece tantas maravilhas!?

José Carlos Moutinho
26/7/19

quinta-feira, 25 de julho de 2019

Inquietude maldita

Ai, esta inquietude que me sufoca
e me afunda num negro e profundo mar,
ofereço-a a quem a desejar, em troca
por alguém que me saiba acalmar,

Se ninguém houver que se ofereça,
talvez esta angústia me faça sucumbir,
pois este sofrimento não me interessa
prefiro, serenamente, deste mundo partir

José Carlos Moutinho
25/7/19

terça-feira, 23 de julho de 2019

RUI MONIZ SOLTO OS VENTOS

Versos

Estes versos que eu invento
não são meus nem de ninguém
serão, talvez, suspiros do vento
do meu profundo sentir, também,

Se os versos não vestem poesia,
é natural, isso pertence aos poetas,
escrevo, quiçá, por simples teimosia
sem me afectar as coisas incertas,

Posso inventar coisas estranhas
que, de metáforas, são chamadas,
serão certamente simples manhas
para que as quadras sejam apreciadas

E assim com as palavras eu caminho
pelas folhas de papel ou do monitor,
crio pequenas estrofes, com carinho
para quem as ler sentir que há amor

José Carlos Moutinho
23/7/19

segunda-feira, 22 de julho de 2019

A revolta

Um dia, quem sabe,
e antes que a finitude me chame,
eu consiga arranjar aquela cunha
que me torne conhecido
no meio em que tento envolver-me,
há já uns bons anos,
numa luta árdua e constante,

sei que na TV não vou conseguir emprego
pois existe uma selecção muito elitista,
muito menos na rádio,
porque a minha voz é inadequada,
nos jornais creio, também, ser complicado
não serei um grande criador de acontecimentos,

então, acredito que só a tal cunha
ou aquela mãozinha milagrosa
me possa empurrar para a ribalta
do teatro dos sortudos,
projectando o meu trabalho
um nadinha mais longe,

um dia, certamente,
partirei deste meu tempo que vai escasseando,
desiludido com este mundo literário,
por não ter chegado pertinho
da meta dos meus anseios,

claro que sei tantos outros
sentem a mesma displicência
porque somos considerados menores
ou coisa nenhuma,

mas cada um que lute como puder
eu, assumo que luto tenazmente,
porque, talvez, com um pouquinho de presunção,
admito que eu não escreva mal
e que merecia um lugar ao sol,

alguns há, que, sei lá, por sorte, estão ao sol
e certamente estariam melhor na sombra,
digo eu, que sou menor
e sem o brilho dos conhecidos,

não, não sou um coitadinho,
nem uma vítima a lamentar-se,
sou a revolta contra a desigualdade
de oportunidades que existe neste
país de brandos costumes,
em que só alguns comem tudo
e outros não comem nada…

José Carlos Moutinho
22/7/19
 
Ao abrigo do Decreto-lei nº 63/85
dos direitos de autor

Eu, no "Mar de Letras" RTP África

Quem quiser conhecer-me um pouquinho, mostro-me como sou, na entrevista que dei no programa "Mar de Letras" da RTP-África

domingo, 21 de julho de 2019

Calo o vento

...
Calo o vento que por mim passa
para lhe dizer que estou aqui,
mas o vento simplesmente me abraça,
e fui eu que calei tudo o que senti

José Carlos Moutinho
21/7/19

sábado, 20 de julho de 2019

Todos os meus livros


Cada livro meu tornado público, leva um pouco de mim e principalmente carrega o meu sentir que desejo seja captado por quem o lê. Há em cada um, uma emoção diferente no momento em que ele se solta da minha paixão para as mãos dos leitores.

Um outro tempo

Era um tempo de novidade, talvez,
a actual anarquia de editoras inexistia,
temas eram seleccionados com sensatez,
mas o presente enlouqueceu a poesia,

era um tempo de curiosidade e abraços,
e as amizades até podiam acontecer,
hoje, com tantos livros e leitores escassos,
certamente todos nós ficámos a perder,

nesta grande confusão, até inimizades
nasceram, sei lá, dos berços da inveja
que castrou algumas velhas afinidades,
resta-me pedir a Deus que os proteja,

porque é a última a morrer, esperança
que ainda tenho para ver tudo acertado,
é sabido, da tempestade vem a bonança
para se poder navegar em mar sossegado!

José Carlos Moutinho
20/7/19

sexta-feira, 19 de julho de 2019

Ai, como eu quisera (Áudio)


Ai, como eu quisera



Quisera eu transformar palavras em abraços
e de tempestades em suaves brisas,

quisera eu calar vozes agressivas
e torná-las silêncios harmoniosos,
converter em oásis de amizade
desertos de hipocrisia,

quisera eu acalmar inquietudes
no perfume da maresia,
e agitadas noites de revolta
em alvoradas de serenidade,

quisera eu moldar o gume
da provocação
em perfumada pétala,

quisera eu...
ai, como eu quisera...
modificar o mundo
e inventar humanidade
nos seres humanos

José Carlos Moutinho
19/7/19

Ao abrigo do Decreto-lei nº 63/85
dos direitos de autor

Entrevista com Planeta Azul, editora de Calemas

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