sábado, 25 de dezembro de 2010

Aconteceu



Coisas na vida acontecem,
Sem que haja plausível explicação...
Muitas vezes, mais parecem
Partidas do nosso coração.

Conhecer-te, foi suave e curioso,
Vieste devagar, sorrindo, encantada...
Numa conversa de tom gostoso,
Mostraste-te uma pessoa educada.

Seria empatia, carinho, amizade,
Ou tudo numa simbiose perfeita...
O que digo em abono da verdade,
Tu para o meu mal, tens a receita...

És doçura, beleza, carinho,
Num misto de encantamento e sedução...
Quero sempre, ter-te bem pertinho,
Vamos juntos vivermos esta emoção.

J.C.Moutinho

sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

Desatino



Envolvo-me nos lençóis da inquietação,
Deitado no leito da ansiedade,
Cubro-me com a penumbra da noite,
Penso em sonhos que nunca foram sonhados,
Ouço sons, sinos de alerta,
Roçam em mim os tecidos do breu,
Imagens que voam,
Em movimentos aleatórios
Enigmáticos,
Pensamentos em desalinho,
Desconexos,
Intranquilidade,
Suores inexplicáveis,
Ânsia, desejo de alguém
Que se ausentou,
Para onde e porquê?
Alma vagueando por lugares remotos
Do desalento, do nada
Angústia de perda,
Sentimentos que se perdem
Por entre os dedos
Como areia,
E a noite continua, serena
Tentando acalmar a minha solidão
Adormeço...
Enfim, descansei!

J.C.Moutinho




quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

Caiem folhas



Sentado no meu carro, junto ao mar,
Vejo as gaivotas esvoaçarem
No seu grasnar rouco;
Observo as árvores semi despidas,
Figuras grotescas,
Tais humanos esfarrapados;
As folhas caiem, em desequilíbrio,
Num zig zag de agonia;
As que ficam nos ramos, oscilam
Trémulas, carentes, saudosas
Das folhas que caíram ao chão;
Céu cinzento, triste
De inverno,
Ciclo de vida...
Por analogia, recordo as pessoas
Esfomeadas, que caiem pelas ruas
Onde vegetam, porque não vivem.
E é Natal!
Interrogo-me ingenuamente
Se as árvores têm Natal
Acho que não!
Estes seres humanos também não!
Divergências entre
Árvores e humanos...
As árvores têm o calor da mãe terra,
Esta gente
Não têm nada
Nem ninguém.

J.C.Moutinho

quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

Foste metáfora



Foste pedra riscada de mim,
Ar que eu respirava,
Foste alento para minha caminhada,
Luz na minha escuridão,
Foste chuva das minhas lágrimas,
Sorriso do meu encantamento,
Abraço na hora do desespero
Foste mulher, companheira,
Amargura, doçura,
Tiveste em ti estrelas
Da alegria,
E relâmpagos de tristeza,
Foste uma tempestade de emoções,
Furacão de amores,
Foste o fogo da minha paixão,
Água fria do meu desencanto,
Podias ter sido a flor
De todas as flores, do jardim
Da minha felicidade,
Tão somente foste
Uma flor que descoloriu,
Foste metáfora
Do nosso sonho.

J.C.Moutinho

terça-feira, 21 de dezembro de 2010

Pintarei a vida



Foste a inspiradora da minha tela,
Pintei-te com as cores da minha ilusão,
Da tela dos meus sonhos,
Retirei toda a paixão,
Cada traço do meu pincel,
Era um momento de alegria

Extasiado admirava a minha obra,
Orgulhoso da minha musa,
Mas tudo tem um fim...
E a tela às primeiras gotas
De uma chuva intemporal,
Foi perdendo as cores
Da paixão, da ilusão e dos sonhos
Tela antes envaidecida,
Pela sua beleza deslumbrante
E apaixonante das cores do amor,
Restou o branco do pano seco
Da frustração.

Obstinado, continuarei a pintar
Em busca da tela perfeita,
Sei que um dia
Terei a minha obra-prima
E pintarei a vida.

J.C.Moutinho

Assim é a vida



São pensamentos diversos,
Neste mundo de loucas ilusões,
Suportemos os momentos adversos
E encaremos com vigor as desilusões.

Se tudo fosse belo e brilhante,
A vida seria um esplendor,
Mas a realidade é frustrante,
Tanta gente vive na dor.

Um dia tudo mudará para melhor,
A bondade será uma constante,
Podemos ter e sentir o amor,
De uma maneira mais vibrante,

Se assim não acontecer,
Só nos resta lutar pela razão,
Porque todos iremos morrer,
E será o fim da presunção.

J.C.Moutinho

Entrevista com Planeta Azul, editora de Calemas

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