domingo, 15 de maio de 2011

Nas veias da paixão




Delicio-me no embalo do teu suspiro;
A tua respiração em mim, como brisa
Acaricia-me e me acalma;
Envolvo-me nos teus braços
E deixo-me apertado no teu peito,
Escuto as batidas do teu coração,
Como latejar da vida,
Nas veias da paixão;
Vejo-me espelhado
No lago azul dos teus olhos;
Os teus cabelos, sedosos
Afagam-me o corpo sedento de ti!
Enrosco-me mais, na concavidade
Do teu corpo esguio e quente
E sinto-me em outra galáxia,
Perdido nas palavras caladas,
Que os teus olhos me falam;
O teu beijo como desejo inventado,
Deixa-me em absoluta volúpia;
Soltam-se sorrisos, ouvem-se ais
É o êxtase em delírios sensuais.

José Carlos Moutinho


O céu a lua e sol, desapontados




O céu, e a lua a iluminar
Pousavam sobre os roseirais
Descansavam do seu fardo
Pelo que viam em baixo, na terra,
Sentiam-se cansados
Especialmente o céu, no imenso firmamento
Que tudo observava, estava desapontado
Com a injustiça e incompreensão;
A lua, que se esforçava por enviar o luar
Para que as pessoas pudessem ver-se sorrir,
Não conseguia esse objectivo;
As gentes não sorriam, agrediam-se.
Não se amavam, odiavam-se.
As estrelas piscavam sem descanso
Para sinalizar o caminho do bem, sem resultado.
Até o sol, que ainda estava no outro lado da terra,
Escondido, observando esta aflição do céu, da lua
E o esforço das estrelas,
Se sentia triste, desfocado, sem brilho
Por não conseguir aquecer os corações das gentes!
E os quatro reunidos, combinaram
Dar mais uma oportunidade ao mundo
E aos humanos,
Apresentando mais estrelas, o céu
A lua com um luar mais brilhante
E o Sol viria com todo o seu calor e amor
Para regenerar as gentes.

José Carlos Moutinho

sexta-feira, 13 de maio de 2011

Tamanho do meu sentir




Agarro este silêncio invisível que me cerca
Como fantasma dos meus pensamentos em ti;
Abro os braços na busca do teu afecto em mim,
Encontro o nada, neste espaço vazio,
Mas cheio de silêncio, que me sufoca,
Somente aliviado pelo perfume que me inebria,
Das magnólias de que tanto gostavas
E que eu te oferecia nos momentos especiais
Do nosso enlevo e paixão,
De tantos momentos vividos;
Agora, na minha quietude
Resta-me escutar o chilrear desafinado dos pardais
Nos telhados da minha solidão,
Numa agonia que me entorpece o sentir!
Lá longe, tocam os sinos
Num repicar arrepiante,
Qual prenúncio da partida de alguém,
Que me faz lembrar que existe o Além;
Mas aqui, a vida tem a paz e a beleza
Do tamanho do meu sentir
E as cores e os cheiros do meu viver.

José Carlos Moutinho

Vergonha da humanidade




Escurece o dia, surge a noite;
O sol esconde-se, pelo seu ciclo
Ou por vergonha da humanidade;
Da penumbra nascem as ervas daninhas,
Voam os abutres da vida,
Na busca da carniça humana!
Mundo tresloucado, que voa na maldade
E na predação dos incautos.
É um salve-se quem puder,
Numa turbulência desatinada,
De mentes malignas, voando sobre o bem!
São as nuvens negras da perfídia,
Que obstruem a passagem da luz da lua
Que purificaria o ambiente putrefacto
Desta terra impura por seres indignos,
Que nem animais merecem ser chamados,
Porque ofendem os verdadeiros animais!
Felizmente nesta tresloucada parafernália,
Nem tudo é negativo;
As nuvens brancas da esperança
Veem translúcidas, na sua alvura
De algodão de pureza
Cobrir-nos como coroa divina;
Alerta-nos, para a beleza que nos cerca,
Fazendo-nos esquecer as amarguras,
Das desilusões e frustrações,
Desta vida passageira,
Que voa vertiginosamente,
Sem que os energúmenos da vida,
Se apercebam da sua imbecilidade.

José Carlos Moutinho

terça-feira, 10 de maio de 2011

Paixões perdidas




Com a mente nas saudades,
Entro no desatino de mim;
Visto-me da visão dos sonhos
E levo-me na ilusão da fantasia;
Emoções sentidas no tempo das cores,
Perdidas nas tempestades dos desamores;
Tento revivê-las, no desejo da mutação,
Mas os escombros das desilusões
Tornam o monte, em montanha!
Olho em meu redor
E só vejo quatro paredes
Frias de sentimentos, esquecidos
Na voragem das horas!
Sorrio-me na frustração
Dos momentos de desencanto,
Porque tudo poderia ser diferente,
Se o orgulho e a vaidade,
Não fossem frutos do egoísmo,
Que tornaram frio, o calor
Que existia em meu redor,
Dentro das quatro paredes!
Só me resta sorrir na tristeza
Das paixões perdidas.

José Carlos Moutinho

Entrevista com Planeta Azul, editora de Calemas

Ver esta publicação no Instagram

Live Planeta Azul Editora

Uma publicação partilhada por Planeta Azul Editora (@planetazuleditora) a