domingo, 11 de setembro de 2011

Emoções




O silêncio envolve-me entre as paredes
Deste quarto, em penumbra;
Sufoco-me no meu sentir,
As mágoas do passado,
Deixo-te esmorecer em mim,
Dispo-me do transe em que vivo.

Vagueio por este meu caminho,
Ao encontro do ocaso, que brilha no horizonte
E levo-me nas vagas azuis,
De libertação deste mar,
Que me inundou a alma
E nas areias refrescantes desta praia,
Onde sonhei e vivi um grande amor,
Descansarei e entrarei em mim.

Perder-me-ei em meditação,
Reformulando o certo e o errado,
Deixar-me-ei invadir por nova emoção,
Por um novo sentir,
Que me faça esquecer o passado
E me leve nas asas da fantasia,
Novamente e sempre.

José Carlos Moutinho

sábado, 10 de setembro de 2011

O tempo na sua corrida




O tempo bate-me no peito,
Com a velocidade dos segundos,
Que os minutos trazem com o vento,
Numa corrida desenfreada das horas,
Sem paragens, nem descansos
E que tudo leva…
Com o girar dos ponteiros,
Vai-se reduzindo
A nossa esperança do futuro,
Esmorece a lembrança das paixões
E emoções vividas;
Desfalecem as ilusões sentidas,
Vontades que se esfumam,
Na mente do corpo que se revolta,
Com a fraqueza dos seus músculos,
Que cedem ao peso dos anos;
Olha-se em frente, sem se ver
Porque os olhos não alcançam,
Cansados pelas agruras da vida;
Anda-se devagar,
Porque já se correu demasiado;
O ritmo é marcado em contraponto
Com o tempo que sempre nos marcou.

José Carlos Moutinho

quarta-feira, 7 de setembro de 2011

Imagens quiméricas




Abraçados de rostos colados,
Sentados nas roliças pedras,
Desgastadas pelos abraços do tempo,
Os pés beijados pelas águas,
Que deslizam suaves, como nuvens
Daquele rio submisso;
Sentimo-nos acariciados pela brisa,
Que carinhosamente nos sussurra;
O murmúrio da corrente,
Como melodia de enfeitiçar,
Eleva-nos bem alto na suavidade
Dos pensamentos
E voamos…
Voamos, por montanhas e vales
E chegamos ao topo do Céu,
Somos recebidos por anjos,
Num belo salão,
Iluminado por estrelas cintilantes,
Em total esplendor de glória!
Será real, será quimera?
É certamente a ilusão,
De corações palpitantes,
Que se deixaram hipnotizar,
Pela serenidade da natureza.

José Carlos Moutinho

domingo, 4 de setembro de 2011

O grito que me estrangula






Levo-me neste silêncio sem cor,
Que sufoca o sentir da minha alma,
Vou em busca de pétalas de amor,
Por aí, por esses jardins sem fim!
Quero soltar o grito, encurralado,
Nas artérias do meu peito,
Que me estrangula,
E gritar à lua, que me ilumine;
Suplicar às estrelas que me guiem,
Nesta estrada de escuro chão,
Quero agarrar o vento,
Segurar-me nas suas asas
E voar, como condor altaneiro
E Abraçar o mundo….
No meu olhar pela planície de belas flores,
Surges-me em total deslumbramento,
Sinto-te em mim,
No teu suspirar;
No teu sorriso tenho o teu beijo,
O teu abraço é sentido na brisa,
Que me toca e me seduz.
E o grito estrangulado no meu peito,
Solta-se impetuoso, vibrante,
Cantando:
Eu te amo, meu amor.

José Carlos Moutinho

sábado, 3 de setembro de 2011

Tu e eu...




Sorris-me, no raio de luz
Que atravessa a nuvem alva,
Aninhada no beijo das flores do campo!
Os teus braços entrelaçados nos meus,
Num novelo de pétalas de rosa,
Formando uma taça de doce néctar.

Nos meus lábios, o agridoce dos teus beijos,
Mistos de mel e sal deste mar que nos abarca
E nos cobre, nas ondas da sua magnitude,
De delicadas sensações.

Vens na subtileza do teu caminhar,
Hipnotizar-me com o teu perfume
De essências mil, de raras fragrâncias,
Que me perturbam no respirar de ti!

Sinto-te em mim,
Nos nossos corpos em junção,
No teu sussurrar,
Que me invade a alma
E se acomoda bem no seu âmago;
Desfaleço no prazer do teu sorriso,
Feito beijo…
E nas palavras que me tomam o coração,
Inalo-te na mais profunda essência de ti.
Somos a exaltação do amor.

José Carlos Moutinho

sexta-feira, 2 de setembro de 2011

Busca do sossego




Levo-me nos pensamentos vazios,
No vento que se perde no nada,
Em busca da consciência perdida,
Nos momentos dilacerados pela ausência,
E dos suspiros que a vida sufocou!

Sinto os gritos desesperados,
Dos ais no meu peito,
Em atroz conflito de sentimentos,
Que o tempo fez desfalecer,
Na voragem louca das horas!

A alma chora os sonhos perdidos,
Em noites de breu sufocante,
Pelas dúvidas de insónias perenes,
Atravessadas pelos dias nublados,
Nas incertezas do amor que desbotava,
Na luz do dia que adviria!

Solta-se a raiva na luta por nova aurora,
Porque o desatino é constante,
Incógnitas horas virão de desalento,
Sem cessar esta busca de sossego,
Por este mar salgado e frio do Infinito.

José Carlos Moutinho

Entrevista com Planeta Azul, editora de Calemas

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