sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

Vai 2011, que venha 2012



Corre, 2011, porque já vais tarde,
Dizem muitos, para quem foste impiedoso,
Para mim, amigo, passaste, sem alarde
E fizeste-me mais esperançoso.

Fico com saudade, não quero que vás,
Mas é esta a lei do tempo,
Por mim, ficarias comigo e em paz,
Em tua vida, só me deste alento.

O que para uns é negativo e triste.
Para outros é alegria e satisfação.
É assim este ciclo do tempo que persiste.
Que nos anima a alma e sorri ao coração.

Amigo 2011, de ti fico com saudades.
Fizeste de mim poeta e escritor.
Bem sei que não devo ficar com vaidades.
Pois nem eu me considero merecedor.

Como não foste muito bom para tantos.
Pois perderam empregos, carro e lar.
Sou solidário com os que estão em prantos.
Que o 2012 venha forte, para nos ajudar.

José Carlos Moutinho
30/12/11


quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

Paixão apagada




Sinto frio na minha alma,
O calor do sol esmorece em mim,
O meu corpo adormece-se no seu sentir!
As tuas mãos que me acariciam estão frias,
Gelo de ausência em ti,
O teu corpo fundido no meu
Congelou as nossas emoções;
O vibrar antes estremecido em nós,
Desfaleceu os nossos sentimentos,
O teu perfume perdeu a fragrância
Que me extasiava,
Os teus beijos, antes fogo, são mortiços,
Deixaste a chama se extinguir;
Aquele brilho dos teus olhos,
Que me deslumbrava
E encadeava os meus sentidos,
Apagou-se na escuridão do teu querer;
Os teus cabelos negros selvagens,
Envolviam-me na ânsia de te abraçar,
Perturbam-me agora no seu agitar;
Porque não estás em mim,
Nem eu estou em ti,
Estamos ausentes, em nós...
Distantes na paixão apagada.

José Carlos Moutinho

Contrastes




Chão duro, frio e vermelho
Como sangue, mesclado de suores cansados,
Do dia-a-dia de agruras vividas;
De sois escurecidos por nuvens negras
De mínguas!
E a cada passo, esbarram na baça
Realidade trôpega em que vivem;
Foge-lhes o chão dos seus pés descalços,
Na tremura da fome que os sufoca;
Deambulam perdidos, em desorientação mental;
Os olhos desorbitados,
Pelo contraste com as faces esquálidas;
São figuras fantasmagóricas,
Perderam a sua humanidade!
Têm como companheiros, insetos
Que os acossam e lhes infligem maior sofrimento;
São almas penadas, neste mundo desvairado
De simbiótico contraste,
Entre a abundância e a carência,
Entre o rosto que sorri
E o sorriso sem rosto.

José Carlos Moutinho

terça-feira, 27 de dezembro de 2011

Humanidade desconhecida




Caem lágrimas caladas de olhos sofridos,
Em chuva de mágoas afogadas,
Por esse mar de amores vividos!

No crepúsculo que adormece a noite,
Surge a esperança na aurora,
Que desperta no novo dia!

Amarguras esquecidas,
No tempo que se esvai nas horas
E as memórias se alegram, em novas
Viagens pelas emoções,
Gritadas por corações alentados,
Nas almas carentes de afago!

Mutações difíceis, algumas,
Suaves outras, neste cosmos desvairado,
Onde convivem naturalmente,
Amor e ódio,
Alegria e tristeza,
Solidariedade e desprezo!

Quando as emoções exacerbadas
Se tornam polos opostos,
Tudo pode acontecer,
Nesta humanidade desconhecida.

José Carlos Moutinho

quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

Adeus Outono, Sê bem-vindo Inverno!

O chão atapetado e colorido Obtido da paleta matizada, Das tuas folhas caducas, Desmaia-se no frio, que vai surgindo Soprado pelos ventos do norte, No solstício de Inverno; Deixaste as árvores nuas, de braços vazios, Perdeste a beleza que emoldurava, As alamedas da vida; Transformaste-te em outra estação, Neste curso do tempo imparável! Outono, de nostálgicos encantos, Partiste num dia ensolarado, Numa despedida derradeira, Mantendo a tua dignidade, Numa temperatura acolhedora; Cumpriste a tua missão, Cedeste o lugar a outro tempo, Neste tempo que nos devora! Até breve, Outono Esperamos encontrar-te por aí, Pelos caminhos da saudade, Não te esqueças de nos trazeres A tua simpática nostalgia E tenta chegar harmonioso, Como foste este ano! Que sejas bem-vindo Inverno, Faz por seres benévolo, Que a tua passagem por nós, seja suave Como a delicadeza da tua alva neve, Que cristalina, nos embeleza os dias, Não sejas violento. José Carlos Moutinho

quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

Mundo desigual

Invento-me nestes dias de frio, Tento ter a alma descomprometida, Mas a realidade é um desafio, O que eu sinto é uma agonia. Gente perdida, sem teto, nem rumo, Deambulam por escarpas de pobreza, Buscam com esperança o aprumo E só encontram a vil avareza. Mundo este tão cruel e desigual, Mão que se estende pedindo pão, É olhada com desdém, como animal. O sol nasce, apagado para quantos? Uns com conforto, outros, solidão, Muitos com alegria, dor para tantos! José Carlos Moutinho

Entrevista com Planeta Azul, editora de Calemas

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