terça-feira, 9 de outubro de 2012

Aquela mulher, o meu amor





Sento-me nas escadas do meu pensamento
e deixo-me levar pelos caminhos do além,
recordo momentos bons que ficaram cá dentro
do meu peito, na saudade deixada por alguém!

São lembranças que invadem a minha alma,
gostaria de a ter em meus braços novamente,
tudo faz parte do passado, que não acalma
a minha dor, neste tortuoso sofrimento!

Quisera que o tempo parasse totalmente
e me devolvesse aquela mulher amada...
Serão ilusões que me passam pela mente!

Oh...Deus dos amores faz esquecer esta dor,
que me deixa a alma assim tão castigada,
traz de volta aquela mulher, o meu grand’amor!

José Carlos Moutinho

Ilusões





Caminhava eu por caminhos estranhos,
buscando felicidade ou quimera,
mesmo encontrando escombros tamanhos,
acabei por entrar na estratosfera.

Vou na ilusão do meu querer e sentir,
espero que algo assim aconteça,
não quero ficar aqui a carpir dores,
basta de tantas complicações na cabeça.

Acredito que o Universo conspira
a meu favor, nesta minha triste vida...
Porque já nem a minha alma suspira,

E por esta minha caminhada sen fim,
levo-me nesta vontade que castiga,
a fé diz, que encontrarei meu jardim!

José Carlos Moutinho

domingo, 7 de outubro de 2012

Doce divagar





Mas porque correm tão céleres as horas
se a minha alma se inquieta com a ausência dela?
Acalmem-se minutos, na dor da minha saudade,
parem um pouco e tragam-me a minha amada,
que se faz longe no meu pensamento!

Extasio-me com o seu sorriso,
que em memória, penetra o meu ser
e se aconchega no meu coração!

Vagueio-me por campos de solidão,
onde oscilam as flores da minha nostalgia,
pelo sopro da brisa,
que me invade o desejo
de a ter nos meus braços!

Quero-a no meu porto de abrigo
e ser a âncora da sua felicidade!

Vem mulher do meu sonhar,
afaga o meu sentir,
deixemos a ilusão!

Naveguemos por mares de sorrisos,
sulcaremos as ondas de emoções exaltadas,
beijemos o sol que nos aquece a paixão
e acordemos nos braços da alvorada,
no despertar da realidade.

José Carlos Moutinho

sexta-feira, 5 de outubro de 2012

Angola da minha saudade





Oh...Terra da minha saudade,
dos caminhos perdidos na lonjura
do meu viajar, entre gigantescas árvores
de copas verdes, esvoaçando ao vento seco,
de um clima quente, como o calor da alma
de suas gentes!
Oh...Terra de chão vermelho
cor do sangue da vida,
que me levava em fascínio por savanas
de encantos matizados,
salpicadas por imbondeiros místicos,
enriquecidas pelos animais selvagens!
Oh...Terra de mil cores,
dos morros de salalé,
obras prodigiosas da natureza!
Quero voltar a ver o equilíbrio das pirogas
a navegarem nos rios caudalosos,
deslumbrar-me na riqueza da fauna piscícola!
Oh...Terra da minha saudade
da alvorada do sol da paixão
e do encanto do luar do amor,
quero voltar a mergulhar nas águas do teu mar
quente de sentidos despertos,
aquecer a minha alma,
nas areias douradas das tuas praias!
Ouvir o batuque nas noites de luar
e o choro do kissange, clamando pela volta do seu amor!
Quero voltar a percorrer os musseques da minha infância,
sentir-me novamente o jovem de inocentes pensamentos,
que lá se tornaram maduros!
Terra de muitas terras
de muito chão, imensa distância,
que se vai perdendo na lonjura do tempo
e ficando cada vez mais presente na minha saudade.

José Carlos Moutinho

Rebuscar na memória





Que me perdoem os céticos da nostalgia,
mas hoje, aqui e agora apetece-me simplesmente
recuar no tempo...
E, da memória, rebuscar velhas lembranças
que me são queridas!!
Bem sei que o que passou, passou,
pouco me importa essa filosofia de vida,
interessa-me sim e porque me satisfaz a alma,
sentir-me no tempo da puberdade,
de inocentes vontades,
mas simultaneamente ardorosas,
na veemência do desejo e da paixão
e deixar-me vaguear pelos caminhos
da minha adolescência, quiçá, retraída...

Cerro os olhos e levo-me pelas tardes serenas
das matinées  domingueiras,
e vejo a imagem daquela garota linda,
de cabelos pretos, tez morena,
doce olhar que me incendiava o coração
com o brilho dos seus negros olhos,
e me embevecia na contemplação do seu caminhar,
plena da graça da mais bela gazela!

De repente, a minha alma contrai-se
pela tristeza que a envolve,
na lembrança do beijo  que não surgiu,
nem do abraço que se fez tímido,
pela coragem entorpecida...

E do amor que rapidamente nascia,
se tornou vertiginosamente moribundo,
pela ausência de um querer destemido,
amordaçado pela inibição da vontade,
num paradoxal querer e não poder!

José Carlos Moutinho

Entrevista com Planeta Azul, editora de Calemas

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