terça-feira, 28 de maio de 2013

Saudade em noite de breu



Seus olhos veem estrelas ou anjos na noite de breu,
pensamentos que se perdem em caminhos de fantasia,
serão anjos que ela vê, porque não há estrelas no céu,
ou talvez a saudade que do seu amor, sua alma sentia.

Sentada na falésia, passeia o seu olhar sobre o mar,
busca a ilusão do seu sentir, ao navegar na escuridão,
ouve murmúrios do mar ou talvez seu coração a chorar
pela ausência do seu amado, que lhe traz muita solidão.

Suspira ao sentir o abraço do manto da noite escura,
sente-se acariciada pela brisa que lhe sussurra docemente,
os seus lábios tremem no desejo de incontida secura
pela ânsia de abraçar o seu amado, que longe, está presente.

A noite faz-se companheira dos ais de nostalgia
nas horas que se arrastam lentas
em compasso com o coração acalentado no seu peito,
escaldante de amor
A maresia é alento para enfrentar os minutos cansados
da ausência do seu amor que tarda,
a felicidade será completa no encontro que se fará.

 José Carlos Moutinho

segunda-feira, 27 de maio de 2013

Sensações



Sente na pele um ardor de ilusões,
talvez despedida das folhas secas da sua melancolia,
ou quiçá, o pólen emanado pelo querer da amada
que lhe efervesce a alma!

Rarefaz-se o ar que lhe contrai o peito
na ânsia silenciosa, murmurada
pelo seu coração palpitante
que canta melodias de paixão!

Serenas nuvens brancas de amor
sobrevoam-lhe os pensamentos
dilatam-se as saudades
que de tanto amar se fazem dor!

Suspiros que despertam o seu sentir,
levam-no ao desalento
pela ausência da mulher amada
que inebriava com seu perfume
e pela carência do toque
aveludado das suas mãos
e do néctar que a sua boca oferecia
nas noites de paixão
iluminadas pelo luar do prazer!

 José Carlos Moutinho

quinta-feira, 23 de maio de 2013

Ansiedade



Tenta resistir em todos os instantes
àquele pensar desatinado
que o persegue silencioso

A saudade sobrepõe-se à sua vontade,
deixa-o levar pela emoção
de a querer perto de si

Ele sabe que ela o pensa com ardor,
a distância ausenta-os
no tempo vazio que se faz dor

Sente saudades dos seus cálidos beijos
abraços ternos de paixão e amor,
nostalgia fustigada pelos seus desejos
murmúrios delirantes, doce sabor

A sua mente inquieta-se
em pensamentos dispersos
na incerteza dos dias vindouros

Que o amor não esmoreça no tempo
dos dias opacos da ausência,
e os pensamentos não se façam lonjura.

 José Carlos Moutinho

segunda-feira, 20 de maio de 2013

Este amor




O amor é suave brisa,
que penetra pelas frinchas
desliza silencioso e instala-se!

Gera à sua volta uma onda de energia
que se propaga, pelo corpo,
em sublime deleite!

Chega à mente, de onde comanda,
ou descomanda os sentidos
e se perde na ausência da razão,
levado pelo ímpeto do desejo...
O amor é tão estranho,
transcendente e sublime, que dói!

Como esta dor que me corrói o peito
pela tua ausência,
na saudade do som melodioso da tua voz
quando me cantavas palavras de amor
e pelo brilho estelar dos teus olhos!

O amor é alegria, ilusão, quimera e felicidade
é dor que confunde o discernimento
e navega em águas de desvarios!

O amor, ai o amor...
é calor sem chama, sem fumo
queima como vulcão em lava ardente,
quisera que este sentir
fosse em ti, o reflexo de mim.

 José Carlos Moutinho

sexta-feira, 17 de maio de 2013

Era uma miragem




Não sei porque o vento teima em soprar
para longe, os meus pensamentos...
Finco-me neste chão que me sorri
agarro-me às minhas memórias
e repudio este estio ventoso;
Não quero perder a imagem
da minha amada
refletida na copa da azinheira
frondosa, do querer da minha mente,
ela que docemente me contempla
com os seus belos olhos cintilantes
incandescentes de paixão!
Esqueço a eólica teimosia,
levo-me nos murmúrios
da brisa aconchegante
até junto da árvore
onde está o meu amor,
quero tocar-lhe
estendo os braços
acaricio as folhas
imaginando os seus dedos delicados,
estremeço na aspereza dos ramos!
Abro os olhos, confuso,
era somente a ilusão de uma miragem.

José Carlos Moutinho

quarta-feira, 15 de maio de 2013

ANGOLA



O calor abrasador das tardes tropicais
penetra e dilata os poros
acariciados pelo pó denso e vermelho
de sangue do chão profícuo
daquela terra de mistérios e encantos!

A brisa húmida acaricia os corpos
que se fazem riachos
nas gotas escorridas de suor
que se colam às roupas!

Florestas de árvores gigantescas
que refrescam com a acalmia da serenidade
o enorme, mítico e grotesco imbondeiro
de castiçais de múcuas!

Estradas de terra batida
chamadas de picadas,
onde o pó se transforma em nuvens diáfanas!

Chuvadas intempestivas e diluvianas
que inesperadamente desabam
e tornam os céus
acinzentados pela tenebrosa tempestade
que tão de repente surge,
como os céus de imediato, são contemplados
com as cores maravilhosas do arco íris!

É África na sua pujança e fascínio,
são os cheiros que nos cativam e penetram a alma,
cores mirabolantes inimagináveis...
É o pôr do sol único, de tons impossíveis!

É Angola, de chão duro agreste
da pobreza sofrida
e é o chão suave, fértil
da riqueza obtida!

É Angola da minha saudade,
da minha juventude e das minhas paixões
É esta Angola plantada no meu coração
aconchegada na minha alma, que eu canto.

José Carlos Moutinho
2013/5

domingo, 12 de maio de 2013

Amar é sublimação



Amar é estar em constante ebulição,
é um sentir silencioso
que exalta a mente
Amar é sorrir a tudo e todos,
dizer palavras sem sentido,
achar belo o feio
é compreensão, tolerância e harmonia
doce loucura nas emoções
amolecer nos braços da amada
extasiar-se no beijo,
envolver-se em simples olhar!

Amar é perder o discernimento da razão
quando a intranquilidade se faz presente
na dúvida imaginada de infidelidade
dor sofrida quase sempre sem sentido!

Amar é desatino que leva ao desespero
chorado em falésias de tristeza,
é caminhar pelos céus da felicidade
e flutuar em nuvens de sonhos,
inventar quimeras
e abraçar utopias
Amar é sublimação.

 José Carlos Moutinho

Entrevista com Planeta Azul, editora de Calemas

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