domingo, 4 de agosto de 2013

Realidade ou utopia



Quero arrancar do meu peito
as folhas secas das ilusões perecidas
nos estios das vontades perdidas!

Quero que nova brisa
acaricie o meu sentir e me liberte
Dos galhos retorcidos das tardes doentias!

Farei do meu coração sorridente,
esperança de um advir colorido
que me traga pétalas
de realidades, sem fantasias,
que faça das desilusões, aves
migratórias, voadas para desertos desnudados
pelos ventos sem retorno!

Gritarei bem alto,
abraçado pela solidão das falésias,
escutando o marulhar do mar imenso,
que me sussurra palavras perfumadas de maresia,
Receberei de alma aberta e sensível
Os raios reflectidos no dorso alvo
Das ondas, que em doce coreografia
Se vêm espreguiçar nas areias!

Quero fazer-me um ser diferente,
de sentimentos raros,
em profunda harmonia com a felicidade,
Esquecerei utopias e quimeras,
farei da vida,
o que a vida quiser fazer de mim.

José Carlos Moutinho

sábado, 3 de agosto de 2013

Felicidade



Dos dias cinzentos, vieram tardes solarengas,
Da alegria antes mortiça e cansada,
retornou a felicidade e a esperança,
Da tempestade dos sentimentos inquietados
ressurgiu a bonança da paixão latente,
Das flores que iam secando
pelos ventos confusos da mente,
desabrocharam belíssimas pétalas de encantos
em impressionante simbiose de cores e cheiros,
Do sorriso fechado pela tristeza da decisão,
Acendeu-se na sua plenitude a luz do amor,
Dos olhos cansados, esmorecidos
pela dúvida comportamental,
fez-se alvorada cintilante
que se reflectia num rosto antes fatigado,
agora, em pleno fulgor de incontida alegria!

Perdem-se momentos únicos
por caprichos ou preconceitos,
Pensa-se que se vive eternamente
e desperdiçam-se instantes de felicidade,
Porque a felicidade são esses instantes
e na perda de cada um,
agoniza lentamente o coração!
E...Meu Deus...
Quando essas perdas são exageradas,
simplesmente fenece a alma!

Deixa-se de viver
e passa-se a vegetar,
O amor é alavanca que tudo movimenta,
É a essência da vida.

José Carlos Moutinho.

sexta-feira, 2 de agosto de 2013

Cansado






Estou cansado!
Nem sei do que é que eu estou cansado,
Só sei que estou cansado de estar cansado!
Estou cansado das lamúrias do vento,
Da falta do sorriso do sol que se esconde,
Da ausência do luar azul, que lamento!

Estou cansado das críticas
De quem pensa que tudo sabe,
Canso-me em agradar e já não me acalma,
Ser apelidado de arrogante e presunçoso,
De querer mostrar o que me vai na alma
E acharem que o faço por ser vaidoso!
Confesso-me cansado...
De estar cada vez mais cansado,
Receio que este meu cansaço
Me leve a um outro cansaço eternidade,
De não acreditar que exista mais humildade,
Que a amizade esteja moribunda,
Ou sepultada em terra infecunda!

Ai, Meu Deus, como eu estou cansado...
Caminho exausto por caminhos sem fim
Sem forças, desisto, totalmente esgotado!

Só de imaginar já me sinto cansado
Se o amanhã me irá cansar ainda mais,
Assusta-me adivinhar
Se não estarei eu tão cansado,
Que insistir em viver neste mundo de tantos ais
Valha o cansaço de realmente continuar.

 José Carlos Moutinho

quinta-feira, 1 de agosto de 2013

Contrariedades



Porque corre tão depressa o tempo
que se escusa no querer do nosso tempo,
Porquê as horas parecem minutos
quando a felicidade é nossa companheira,
E os minutos são eternos
na lentidão das nossas dores!

Luar de azul sereno
que pode abraçar a alegria
como acolher o choro da tristeza,
Sol que brilhante e escaldante
é incapaz de aquecer corações
sofridos pelo gelo da indiferença!

Chuva que cai suavemente,
em gotas que se misturam com lágrimas
e deslizam geladas por rostos cansados!

Ruas em bulício que abafam prantos,
Flores perfumadas e coloridas,
inúteis em dar às vidas sem vida
aromas e cores!

Chão duro, de asfalto negro
cor da morte da esperança
no caminhar da injusta desigualdade!

Céus de matizes celestiais
que a todos quer iluminar,
mas as tardes cinzentas
a tantos tenta contrariar.

 José Carlos Moutinho

quarta-feira, 31 de julho de 2013

Se poeta eu fosse...



...Gostaria dizer ao mundo
quão importante és tu para mim,
faria só para ti, canções de rara beleza
que emocionassem as estrelas,
com versos que exaltassem a minha paixão
e soltá-las ao vento,
para que cruzassem oceanos e mares
e encantassem os incrédulos
dizendo-lhes que o amor existe e está em nós!

Ah...como eu gostaria, dizer-te
em palavras por inventar,
quanto o meu coração vibra,
só de olhar o teu sorriso fascinante,
Mas falta-me inspiração,
as palavras emudecem
na minha boca, ávida da tua,
no ardor que me ruboriza o rosto,
por tanta paixão e volúpia!

Fico-me pelo silêncio que só tu sabes ouvir,
porque é o segredar da minha alma
em devaneio do amor em nós.

 José Carlos Moutinho

Enfarte



Dizem os poetas, alguns nem todos
que ardor no peito pode ser de paixão,
penso que serão palavras de engodos,
na verdade não têm nenhuma razão.

São poéticas as palavras com ardor,
porque no enlevo do sentimento
elas rimam docemente com amor,
mas dolorosas quando há sofrimento.

Quando na aflição causada pelo ardor,
nos faz pensar na fragilidade da vida,
não é certamente por sentirmos calor,
antes será por terrível dor incontida.

Momentos que nos assustam com pavor,
suores que nos alagam e nos anulam,
tensão arterial em queda, puro terror,
somos nada, só os corações é que pulam.

Naquele instante, pensamos no que somos,
entregamo-nos ao Divino e seja o que for,
esquecemos as vaidades do que fomos,
só queremos que jamais volte aquele ardor.

Tudo passa, voltam as vaidades, esquecemos
o que antes, na dor, nos fazia pensar, apavorados,
que a vida é efémera e facilmente a perdemos,
mas somos humanos, que se pensam eternizados.

José Carlos Moutinho.

terça-feira, 30 de julho de 2013

Amor em exaltação




Rugem trovões, caem raios e coriscos,
mas o teu amor a tua luz são o meu caminho,
contigo enfrentarei todos e quaisquer riscos,
mesmo que atalhos me façam andar devagarinho.

O teu sorriso, com o teu abraço, são meu afago,
em ti encontro o meu porto de abrigo, sereno,
a tua imagem está presente nunca a apago,
porque tu és o meu chão, o meu doce terreno.

Abraçar-te e estar em ti, quão sublime prazer,
quisera que o tempo parasse à nossa volta,
só tu e eu em total delicia do nosso querer,
na volúpia do nosso desejo e paixão à solta.

E que o mundo gire louco, sem desatino,
porque o nosso amor a tudo isso se alheia,
encontrámos na harmonia o nosso destino,
viveremos com o doce mel da nossa colmeia.

Coisas simples da vida se fazem importantes,
se a compreensão e o amor estão presentes,
a alegria e felicidade fazem-se exultantes,
nestes pequenos sentires de saudáveis mentes.

José Carlos Moutinho

Entrevista com Planeta Azul, editora de Calemas

Ver esta publicação no Instagram

Live Planeta Azul Editora

Uma publicação partilhada por Planeta Azul Editora (@planetazuleditora) a