quinta-feira, 29 de agosto de 2013
Amar
Quando se ama tudo se transforma,
na mente do apaixonado(a) tudo é belo,
mesmo que julguem fora de norma,
o mais importante é o sentir singelo.
Por mim, eu penso e digo sem me cansar,
que viver e sentir um verdadeiro amor,
é como voar em emoções sem parar
pelas caricias da volúpia em doce torpor.
Aos que, amor nunca sentiram, de verdade,
não sabem como é o encanto da vida,
amar é ser brisa, que abraça a felicidade,
é ser onda no mar da paixão incontida.
Falar de amor é sentir o fogo do vulcão,
que invade o mais profundo do nosso ser,
é ignorar o fútil e soltar a alma e o coração
sorrir sem razão, cantar, é o sublime viver.
José Carlos Moutinho
quarta-feira, 28 de agosto de 2013
Aquela mulher, o meu amor
Sento-me nas escadas do meu pensamento
e deixo-me levar pelos caminhos do além,
recordo momentos que ficaram cá dentro
do meu peito, na saudade deixada por alguém!
São boas lembranças que invadem minh’ alma,,
gostaria de a ter em meus braços novamente,
tudo faz parte do passado, que não acalma
minha dor, neste tortuoso sofrimento!
Quisera que o tempo parasse totalmente
e me devolvesse aquela mulher amada...
Serão ilusões que me passam pela mente!
Oh...Deus dos amores faz esquecer esta dor,
que me deixa a alma assim tão castigada,
traz de volta aquela mulher, peço por favor!
José Carlos Moutinho
terça-feira, 27 de agosto de 2013
Dança
A menina dança?
Era no tempo do cavalheirismo,
quando o homem se dirigia à dama,
para a convidar a dançar;
Tudo com muito respeito,
sempre na expectativa do olhar da menina,
a condescender na dança que vinha!
belos tempos,
que os jovens de hoje nem imaginam!
Agora é correria em loucos atropelos,
Música estridente,
Sem a beleza do compasso do bolero!
Quero o tempo
em que tomava a menina nos braços
e a levava enlevado pelo salão,
orgulhoso do meu mérito,
de ter uma linda jovem junto do meu peito;
Hoje, nem se tocam
e se isso acontece é em colisão quase fatal!
Dança de encantar, na valsa que nos embalava,
no slow, que nos fazia deslizar na pista do amor,
e na graciosidade mais acelerada do rock
ou até no calor do merengue...
Saudades do tango,
que nos fazia rodopiar airosamente
A menina dança?
José Carlos Moutinho
segunda-feira, 26 de agosto de 2013
Ilusão
Quantas vezes, por estes caminhos da vida
encontramos veredas e escombros,
quando somos levados na ilusão sentida,
doce prazer de sermos levados em ombros.
Sempre me deixei embalar pelo coração,
tive momentos tristes, outros de felicidade,
em todos eles depositei grande ilusão,
porque sempre acreditei na sinceridade.
O tempo passa, morrem as horas nos dias,
as emoções vão esmorecendo nas noites,
as nossas almas perdem-se em utopias,
onde a paixão e a ilusão são como açoites.
José Carlos Moutinho
2012
domingo, 25 de agosto de 2013
Garota dos meus encantos
Garota, mulher da minha vida,
Tu ao apareceres no meu caminho,
Transformaste-me por completo,
Deixei de ser solitário triste
E acabrunhado no meu cantinho de tristeza,
Para me transformar num ser iluminado
Pelo brilho dos teus lindos olhos verdes
Que me encantam e abençoam,
É no teu sorriso que me deixo enlevar
Pelo prazer que inunda de paixão o meu coração!
Ai, garota dos meus encantos
Este amor que me transborda o coração
E me inunda alma, penetra tão fundo em mim,
Que tu te transformaste na minha essência!
Viver sem ti, seria como naufragar
Num mar de desilusões e amarguras,
É da tua felicidade, que sobrevive a minha
Na tua alegria está o meu desejo de viver,
Nos dias cinzentos da tua tristeza,
Apaga-se o sol com o meu sofrimento!
Amo-te tão profundamente,
Que só de imaginar perder-te,
Feneço, lenta e antecipadamente!
José Carlos Moutinho
sexta-feira, 23 de agosto de 2013
Metáforas
Sentiria eu muita alegria e total fascínio,
Se conseguisse fazer das simples palavras,
Melodias que ecoassem pelas vielas da vida
E por caminhos margeados por flores,
Impregnadas de fragrâncias de amor!
Que criasse com as palavras que eu escrevo,
Rios, por onde deslizassem nos seus leitos,
Águas cristalinas de felicidade,
E onde em cascatas, mergulhassem,
Os prazeres da paixão
Nos lagos serenos do amor!
Tivesse eu esse dom,
Acreditem que me sentiria um ser diferente,
Talvez imbuído de sentimentos raros,
Onde cada segundo do meu sentir
Fosse eternidade do meu amor!
Que fizesse do bater do meu coração,
Suspiros de desejos incontidos,
Em sintonia com o vibrar do coração
Daquela bela mulher tão amada!
Ah...se as palavras que eu queria inventar
Fossem néctar dos beijos divididos,
Abraços no calor de dois corpos,
Em constante ebulição
De paixão e anseio,
Eu poderia gritar ao mundo,
Que conseguira encontrar a felicidade
Na doçura das palavras
Metaforicamente poéticas.
José Carlos Moutinho
quarta-feira, 21 de agosto de 2013
Palavras soltas
Solto palavras, como
suspiros,
Que se perdem pelos atalhos
das ilusões,
Deambulam por entre sentires
Que se esvoaçam como
colibris,
Entre flores, em busca de
néctares da vida!
Mas estas palavras caladas,
Esmorecem-se pela ausência
dos perfumes
Ressequidos, pelos ventos do
tempo,
E amolecem-se em recantos de
saudade!
...E recordar como estas
mesmas palavras
Tinham a força da alegria,
Conseguiam fazer vibrar
corações
Ansiosos pela doçura, com
que as palavras
Os acariciavam...
Agora neste tempo, tão sem
tempo,
Cansaram-se as palavras,
Que de pálidas cores, vão
fenecendo,
Sem a pujança e o arrojo de
outrora,
Porque nos atalhos por onde
deambulam
Não mais encontram ilusões,
Porque estas, se perderam
nos mesmos atalhos,
Dos caminhos, onde as flores
perderam o néctar,
E a vida foi finita pelos
bicos cerrados dos colibris.
José Carlos Moutinho
terça-feira, 20 de agosto de 2013
Desentendimentos
Se no esvoaçar das aves coloridas
Pelas emoções do amor incontido
Se acinzentam em nuvens de nadas,
Podem desviar o seu rumo ao futuro,
E somente a luz das estrelas
Da esperança, se fará confiança,
E trará novamente o colorido das sensações!
Toldam-se perturbados, os pensamentos,
Nas negras dúvidas que se fazem anseios,
Leva-nos à perda do encanto dos sentimentos,
Na dor que profunda, cerceia os enleios!
Amar na liberdade de cada um, tarefa árdua,
É como viver na ausência da claridade,
Onde a escuridão se torna dura mágoa,
Que leva inexorável à morte da felicidade!
Ah...como tudo é tão complicado nesta vida,
Onde caminhos de pequenos desentendimentos
Se tornam ingremes montanhas, de dor sentida,
Onde somos folhas secas sopradas pelos ventos!
José Carlos Moutinho.
sábado, 17 de agosto de 2013
Desejo
Ah...como desejei encontrar no meu correio
uma bela mensagem que me falasse do teu amor,
que me dissesse que serás minha amada, sem receio
de que o amanhã, possa trazer algum dissabor.
Que jamais me trocarias, e fosses minha para sempre,
ainda que as circunstâncias sejam bastante adversas,
mesmo que as carências te forcem a desejo premente,
nunca trocaríamos os nossos caminhos e travessas.
Bem sei que são fantasias, ilusões e quimeras,
seres humanos têm defeitos, virtudes e desamores,
o desejo de hoje é perdido pela ânsia das esperas,
até um "eterno" amor, se perde entre outros ardores.
Dirás que sou um sonhador, irrealista e ultrapassado,
é o meu modo de viver, e de ser como pessoa que ama,
para mim, amar é ser egoísta, no desejo de ser amado,
não fazendo porém, da paixão e do amor, um drama.
Com o meu carinho e amor, deixo esta informação:
conhecer-te, foi algo que me deu (dá) muita felicidade,
quando estou contigo é alegria é amor, é louca paixão,
perder-te, acredita, meu amor, seria uma fatalidade.
José Carlos Moutinho
quinta-feira, 15 de agosto de 2013
Desistir de mim
Este silêncio que me murmura palavras caladas,
leva-me em pensamentos solitários em mim
para além do meu horizonte!
Perco-me na visão das folhas secas
que caem das árvores esmorecidas pelo tempo,
Vejo naquelas folhas cansadas
as vontades que de mim se esvaíram,
Tropeço neste meu caminhar
Pelo deserto do meu viver!
Quiçá aquela miragem que tremula lá longe
seja a fonte da água da vida,
escondida no oásis improvável do meu sentir!
Vagueio desorientado sob o calor
que impiedosamente me esgota o futuro,
em arritmia desordenada de esperança,
que se amolece nas areias escaldantes
e me faz render à dura realidade
do desistir de mim.
José Carlos Moutinho
quarta-feira, 14 de agosto de 2013
Melodias sensuais
Quero inventar melodias das palavras,
Que aconchego no papel branco do meu sentir,
Cantadas ao ritmo apaixonado do meu coração;
Farei delas, sons ímpares, jamais escutados,
Que só a minha amada conseguirá senti-los!
Em cada palavra sonharei uma cor iluminada,
De cada cor, criarei nota musical nunca tocada;
Quando todas as palavras se unirem
E na simbiose das cores com as notas,
Ouvir-se-ão os mais belos cantos de amor
Nas vozes cristalinas dos anjos,
Que ecoarão pelos céus da felicidade,
Acariciados por nuvens azuladas de emoções
E beijados pelo avermelhado sol da paixão,
Em total êxtase, onde flutuará o prazer
Da volúpia, nos acordes transformados
Em delirante clímax...
Acalmam-se os corpos suados
Pela dança sôfrega dos desejos,
Entrelaçados pelo ritmo acelerado
Dos corações;
Relaxam languidamente do delírio
Dos momentos de doce loucura,
Onde a razão cedeu o lugar
Ao prazer dos sentidos,
Nos corpos cansados,
Mas plenamente saciados.
José Carlos Moutinho.
terça-feira, 13 de agosto de 2013
Minha entrevista com Shirley Cavalcante
Jornalista Shirley M. Cavalcante (SMC)
entrevista escritor José Carlos Moutinho
José Carlos Moutinho nasceu no Sobralinho, Vila Franca de Xira, em Junho
de 1944.
Com 13 anos partiu para Angola, aonde concluiu os seus estudos
secundários.
Em 1973, saiu de Angola, para o Brasil, de onde veio definitivamente
para Portugal em 1980. Foi Delegado de Informação Médica. Nos últimos anos,
Empresário na área da restauração. Está aposentado. É membro dos “Confrades da
poesia”, “Horizontes da Poesia”, “Luso-Poemas”, “Varanda das Estrelícias”, “Academia
Virtual Sala dos poetas e escritores”- Brasil
É presença regular em vários locais de tertúlias poéticas:
É membro da ACLAL (Academia de letras e
artes plásticas lusófonas)
O seu blog de poemas:
“Não deixem de ler e apoiar a literatura, sem vós,
a nossa mensagem em forma de palavras poéticas, não passará, e sem a literatura, em especial a poesia, o
mundo será menos culto e menos sensível aos sentires da alma.”
Boa Leitura!
PARA VISIONAREM A ENTREVISTA COMPLETA, CLIQUEM NUM DOS LINKS ABAIXO.
Pense Fora da Caixa
http://penseforadacaixa.com/entrevista-jornalista-shirley-m-cavalcante-smc-entrevista-escritor-jose-carlos-moutinho/
Portal Conexão http://portalconexaopb.com/jornalista-shirley-m-cavalcante-smc-entrevista-escritor-jose-carlos-moutinho-2/
Liberarti http://www.liberarti.com/schede.cfm?id=2982&escritor_jose_carlos_moutinho_e_destaque_no_divulga_escritor
Solar de Poetas http://solardepoetas.blogspot.com.br/p/cantinho-da-admi.html
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Solar de Poetas http://solardepoetas.blogspot.com.br/p/cantinho-da-admi.html
Do pensar ao realizar
Por vezes penso que conseguirei escrever algo
De tão diferente, que deixarei todos fascinados,
Pois as palavras que irei aconchegar na folha branca,
Do imaginário papel virtual do computador,
Serão tão sublimes,
Que jamais algum poeta as conseguirá imitar!
Começo a tarefa de captar as ondas das ideias
Que antes navegavam pela minha mente
E colocá-las nas areias serenas,
Acariciadas por alvas espumas,
Aonde se farão poemas!
Ah...mas o que em pensamento era óbvio,
Pela facilidade com que deslizavam
Em palavras de encantamento,
Tornava-se um árduo trabalho, transpô-las
Com toda a sua beleza, para a realidade da escrita!
Estranho paradoxo entre o pensar e o fazer,
Entre a mente e a mão que escreve,
Era tão fácil, e eu tinha absoluta certeza
De fazer o mais belo poema,
Que ninguém mais conseguiria fazer,
Todavia, não consegui mais
Do que estas simples e insignificantes palavras,
Sem qualquer valor poético!
Sinto-me frustrado!
Quero descobrir um modo
De fazer do pensamento,
Palavra escrita e definitiva,
Que não me perca pelos mares do esquecimento
E que as palavras em poesia, não naufraguem,
Antes de atingirem o porto do meu querer,
Em fazer um belo poema.
José Carlos Moutinho.
segunda-feira, 12 de agosto de 2013
Sofrimentos
Os dias passam indiferentes à sua dor,
que atormenta, sem piedade a alma, e fere
Profundamente, o seu coração sem pudor,
São castigos infligidos a quem não os quer.
Pergunto-me da razão de tanto sofrimento,
Porquê o azul tão belo dos céus, não abraça
Quem neste mundo, nasceu para padecimento
E somente têm na vida a tristeza como traça.
Revolto-me, no silêncio das palavras mudas,
Que me dominam a voz e me calam o grito
De raiva, para o despertar de orelhas surdas,
De gentes com alma, de amor tão restrito.
Quisera eu, que esta causa não fosse perdida
E que neste mundo de desalentos e vaidades,
Força Divina consagrasse com paixão sentida,
Os que vivem com a desdita das adversidades.
Talvez um dia, mude o destino das nossas vidas,
As dores e sofrimentos acabem, como milagre,
Haja profusão de alegria e felicidade incontidas,
Com dignidade se viva antes que a vida acabe.
José Carlos Moutinho.
sexta-feira, 9 de agosto de 2013
Mulher encantos
Mulher de traços finos e bela, com singeleza
O fascínio do seu rosto encantava de certeza,
Ai...o seu sorriso que tanto me cativava,
Nos seus olhos o brilho do mar, cintilava,
Tinha no seu porte a majestade de rainha,
Prometi-me que um dia, ela seria minha.
Conheci-a por um acaso desses do destino,
Nossos olhares se cruzaram, num dia matutino,
Creio que a centelha se acendeu nessa hora!
Nada mais foi igual em nosso modo de estar,
Quiçá, sem sabermos nascia o verbo amar,
Que nos levaria em afectos diferentes de outrora.
Fortemente nascia impetuoso e profundo, o amor,
Nossos corações vibravam com um outro ardor,
Era no abraço que nos unia, que tudo se transformava,
Beijos que se faziam lava pelo fogo das nossas bocas,
Os nossos corpos agitavam-se em ebulições loucas,
Eramos metamorfose do prazer na razão desatinada.
Mudança total em dois seres antes desconhecidos,
Entrega de corpo e alma, em sentimentos incontidos,
Será assim, talvez a loucura do amor com paixão!
Hoje vivem em permanente felicidade e harmonia,
Os seus pensamentos, são constantes em sintonia,
Mistérios sem resposta sobre as coisas do coração.
Só o tempo poderá garantir ou não, esta felicidade,
Com respeito e tolerância poderá tornar-se eternidade,
Embora as pessoas, problemas, adorem inventar
Com um pouco de boa vontade e cedência sem orgulho
O entendimento é possível, sem arrufos nem barulho,
E as alvoradas da vida, sejam eternas em doce amar.
José Carlos Moutinho
quinta-feira, 8 de agosto de 2013
Minha menina, mulher
Porque será que me chora a alma deste jeito
talvez seja pela ausência da mulher amada,
e pela carência doce de um simples beijo
que a minha alma se sente tão amargurada.
Quando a vejo, vibra excitado o meu coração,
fico na expectativa do que possa acontecer,
aperta-se-me o peito, dorido, por tanta emoção,
espero ansiosamente o que ela me quer dizer.
Fascina-me olhá-la no seu elegante caminhar,
dos seus lindos olhos absorvo o brilho da paixão,
talvez seja total comprovação do que é amar,
ou talvez eu ainda viva no mundo da ilusão.
Entro em terna volúpia quando a vejo sorrir,
é como sentir em mim, o sol em doce afago,
do seu rosto recebo o colorido de belo florir,
levo-me pelo surreal onde as mágoas eu apago
José Carlos Moutinho.
terça-feira, 6 de agosto de 2013
Juro que tentei sorrir
Tento
sorrir...
Garanto-vos
que faço um esforço para o fazer, mas os meus lábios contraem-se num esgar de suplício.
Mentalizo-me
fortemente, para me concentrar de que devo sorrir, porém, é tarefa inútil,
difícil, quase impossível.
Confesso-vos
que não entendo a razão, se até achei engraçado o que acabei de ver:
Um
sujeito maltratava uma senhora, só porque ela lhe deu um encontrão ao
desequilibrar-se, quando descia uma escada. Era mal-educado, numa autêntica
cena de violência em filme de péssima qualidade!
Eu
deveria sorrir perante tanta perfeição representativa, mas não, não conseguia.
E
mais à frente uma outra situação hilariante, e nada de me fazer sorrir.
Então
não é que na confusão do trânsito, um Xico esperto, ultrapassou outro, de forma
perigosa, quase roçando a frente do carro ultrapassado
e
em seguida, não satisfeito com a proeza heroica de exímio condutor
automobilístico, chamou-o de azelha e burro, ainda vociferando mais uns
adjectivos simpáticos: És um nabo, pareces uma lesma, andas a dormir!
Era
cena para eu me rir ou não?
Comecei
a preocupar-me se eu estaria insano, ou o que eu via não era suficientemente
cómico, para me rir?
Desisti
de me animar e alegrar-me com tão belas cenas e convenci-me de que eu estava
mesmo perturbado, não era normal, eu não rir a bandeiras despregadas, perante
os actos, tão hilariantes e demonstrativos do bom humor e educação cívica dos
intervenientes!
Eu
era de outro mundo, sem dúvida e fiquei-me por ali, sem rir, com cara de poucos
amigos, por não achar graça ao que era engraçado.
José
Carlos Moutinho
domingo, 4 de agosto de 2013
Realidade ou utopia
Quero arrancar do meu peito
as folhas secas das ilusões perecidas
nos estios das vontades perdidas!
Quero que nova brisa
acaricie o meu sentir e me liberte
Dos galhos retorcidos das tardes doentias!
Farei do meu coração sorridente,
esperança de um advir colorido
que me traga pétalas
de realidades, sem fantasias,
que faça das desilusões, aves
migratórias, voadas para desertos desnudados
pelos ventos sem retorno!
Gritarei bem alto,
abraçado pela solidão das falésias,
escutando o marulhar do mar imenso,
que me sussurra palavras perfumadas de maresia,
Receberei de alma aberta e sensível
Os raios reflectidos no dorso alvo
Das ondas, que em doce coreografia
Se vêm espreguiçar nas areias!
Quero fazer-me um ser diferente,
de sentimentos raros,
em profunda harmonia com a felicidade,
Esquecerei utopias e quimeras,
farei da vida,
o que a vida quiser fazer de mim.
José Carlos Moutinho
sábado, 3 de agosto de 2013
Felicidade
Dos dias cinzentos, vieram tardes solarengas,
Da alegria antes mortiça e cansada,
retornou a felicidade e a esperança,
Da tempestade dos sentimentos inquietados
ressurgiu a bonança da paixão latente,
Das flores que iam secando
pelos ventos confusos da mente,
desabrocharam belíssimas pétalas de encantos
em impressionante simbiose de cores e cheiros,
Do sorriso fechado pela tristeza da decisão,
Acendeu-se na sua plenitude a luz do amor,
Dos olhos cansados, esmorecidos
pela dúvida comportamental,
fez-se alvorada cintilante
que se reflectia num rosto antes fatigado,
agora, em pleno fulgor de incontida alegria!
Perdem-se momentos únicos
por caprichos ou preconceitos,
Pensa-se que se vive eternamente
e desperdiçam-se instantes de felicidade,
Porque a felicidade são esses instantes
e na perda de cada um,
agoniza lentamente o coração!
E...Meu Deus...
Quando essas perdas são exageradas,
simplesmente fenece a alma!
Deixa-se de viver
e passa-se a vegetar,
O amor é alavanca que tudo movimenta,
É a essência da vida.
José Carlos Moutinho.
sexta-feira, 2 de agosto de 2013
Cansado
Estou cansado!
Nem sei do que é que eu estou cansado,
Só sei que estou cansado de estar cansado!
Estou cansado das lamúrias do vento,
Da falta do sorriso do sol que se esconde,
Da ausência do luar azul, que lamento!
Estou cansado das críticas
De quem pensa que tudo sabe,
Canso-me em agradar e já não me acalma,
Ser apelidado de arrogante e presunçoso,
De querer mostrar o que me vai na alma
E acharem que o faço por ser vaidoso!
Confesso-me cansado...
De estar cada vez mais cansado,
Receio que este meu cansaço
Me leve a um outro cansaço eternidade,
De não acreditar que exista mais humildade,
Que a amizade esteja moribunda,
Ou sepultada em terra infecunda!
Ai, Meu Deus, como eu estou cansado...
Caminho exausto por caminhos sem fim
Sem forças, desisto, totalmente esgotado!
Só de imaginar já me sinto cansado
Se o amanhã me irá cansar ainda mais,
Assusta-me adivinhar
Se não estarei eu tão cansado,
Que insistir em viver neste mundo de tantos ais
Valha o cansaço de realmente continuar.
José Carlos Moutinho
quinta-feira, 1 de agosto de 2013
Contrariedades
Porque corre tão depressa o tempo
que se escusa no querer do nosso tempo,
Porquê as horas parecem minutos
quando a felicidade é nossa companheira,
E os minutos são eternos
na lentidão das nossas dores!
Luar de azul sereno
que pode abraçar a alegria
como acolher o choro da tristeza,
Sol que brilhante e escaldante
é incapaz de aquecer corações
sofridos pelo gelo da indiferença!
Chuva que cai suavemente,
em gotas que se misturam com lágrimas
e deslizam geladas por rostos cansados!
Ruas em bulício que abafam prantos,
Flores perfumadas e coloridas,
inúteis em dar às vidas sem vida
aromas e cores!
Chão duro, de asfalto negro
cor da morte da esperança
no caminhar da injusta desigualdade!
Céus de matizes celestiais
que a todos quer iluminar,
mas as tardes cinzentas
a tantos tenta contrariar.
José Carlos Moutinho
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Entrevista com Planeta Azul, editora de Calemas
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