domingo, 15 de dezembro de 2013

Viver na esperança


Voam os dias, morrem as noites,
Nascem alvoradas, despontam sois,
Aguardam-se tardes do depois
Nesta vida de tantos açoites!

Esperança será última a morrer
Nesta correria pelo tempo,
Almejando esta batalha vencer,
Sorrindo e cantando sem lamento!

Porque viver é tão complicado,
Se fosse possível a rendição
De lutar com destino marcado...

Venceremos porém, com coragem,
Trazendo alegria no coração,
Ternura n’alma, como mensagem...

 José Carlos Moutinho

quarta-feira, 11 de dezembro de 2013

O espelho



Olho o espelho, que na minha frente me olha
E não vejo nada, absolutamente nada,
Ou melhor...
Vejo uma luz mortiça,
A luz que me tem iluminado
Ao longo da minha vida
Que agora se esvanece
No crepúsculo da minha existência!

Volto a olhar fixamente o espelho
Frio, impávido,
Que insiste em me mostrar o nada de mim,
Tento sorrir para o iludir,
Desejando que ele me mostre o meu rosto,
Mas ele simplesmente
Mantem sua postura arrogante
E indiferente e continua a mostrar-me nada,
Que me perturba,
Deixando-me a pensar se na verdade
Eu sou alguém,
Ou não passo de nada!

Grito para o reflexo negativo de mim,
Quero sair dali
E gritar a minha revolta,
Porque o espelho me acha nada,
Sinto a minha alma calar fundo
As palavras que profiro desalentado
Pela minha frustração
De um viver triste,
Pelas longas noites de trevas
Que as tardes ensolaradas
Não conseguiram iluminar!

Desisto, resignado de olhar o espelho.

José Carlos Moutinho.

terça-feira, 10 de dezembro de 2013

Memória



Insistem os caminhos da vida,
Que o passado se perca na memória,
Mas basta uma emoção sentida,
Para se reviver toda a história.

Se sinto saudades e nostalgia,
Não tenho dilema em as acolher,
Porque na memória está a alegria,
Que me faz o outro tempo reviver.

E assim por aí vou abraçando o luar,
Nas noites escuras de melancolia,
Quero ter na memória o recordar,
Das minhas paixões, ilusão e fantasia.
   
Sou obstinado e por isso não desisto,
Sei que sou saudosista, e na memória
Quero manter recordações, e persisto,
Pois acredito que conseguirei a vitória.

E com as palavras, vamos brincando,
Pois temos a memória como razão
E com o afago do sol vamos cantando,
Extravasando toda a nossa emoção.

 José Carlos Moutinho

sexta-feira, 6 de dezembro de 2013

Se adivinhasse pensamentos



Se eu conseguisse adivinhar pensamentos,
fugiria das mentiras e das maldades,
escolheria os de belos sentimentos
abominaria os donos das vaidades.

Ah...Se fosse possível controlar mentes
faria deste, um mundo bem diferente,
onde todos pudessem estar presentes,
com amizade, amor puro e transparente.

Porém, o ser humano é bem complicado,
nasce sem defeitos, que o tempo altera
e o caracter, tantas vezes deturpado...

Assim se vai vivendo na paz ou guerra,
como não mando quem o amor não tolera
meu grande desejo é jogado por terra...

José Carlos Moutinho

quarta-feira, 4 de dezembro de 2013

Sol que escureci



A tormenta que me assolou a mente
Levou a inspiração da minha alma,
Quedo-me silencioso
Na angústia do advir!

Anseio pela brisa serena da primavera
Que me traga o colorido das flores
Da esperança
E o perfume da minha acalmia!

Com o chilrear das aves
Aguardo melodias
Que me embalem o coração
E me enlevem
Ao ritmo suave dos sons!

Este desassossego
Que invade as minhas entranhas
Domina-me a vontade
E me faz cair num abismo
De escuridão!

A minha vida foi anoitecida
Pelo sol que eu encobri
Num fim de tarde desatinado!

Restam-me os vendavais
Que me despertem
Deste fenecimento de mim!

 José Carlos Moutinho

terça-feira, 3 de dezembro de 2013

Penso-me vagabundo



Penso-me um alegre vagabundo
Deambulando por areias douradas,
Em paraísos perdidos por esse mundo
Entre palmeiras e águas amansadas,
Navegar em mares de sonhos e utopias,
Sentir a brisa afagar o rosto com ternura,
Aspirar as fragrâncias das maresias
Sentir o amor em escaldante e absoluta loucura.

José Carlos Moutinho.

domingo, 1 de dezembro de 2013

O sol dos teus olhos






O Sol brilha, em teus belos olhos,
que deixa a minha alma feliz,
não fossem tantos os escolhos
diria que tenho tudo que quis.

De coração ao alto és minha alegria,
contigo voo em pensamento por aí,
leveza do meu querer, que não sentia,
sabes agora que minha paixão vem daí.

Quisera ter-te como luz da minh,alma,
porque o sol que brilha em teus olhos
é encanto que na saudade me acalma...

Que nunca percas esse brilho cintilante,
ignora os caminhos escuros de abrolhos,
estarei para ti, de coração vibrante!

José Carlos Moutinho

(Soneto imperfeito)

Entrevista com Planeta Azul, editora de Calemas

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