domingo, 12 de janeiro de 2014

As minhas palavras



Eu gostaria de fazer soltar as palavras
Como mariposas coloridas,
E libertá-las nos ventos da esperança,
Impulsionadas por asas de confiança,
Chegassem aos quatro cantos do mundo,
Esta mensagem de fraternidade!

Que as minhas palavras,
Se fizessem canoas de papiro
E se aconchegassem nas maresias
Dos mares da fraternidade!

E...Que as minhas palavras,
Se soltassem nos céus da liberdade,
Se abraçassem a nuvens de sonhos,
E sob o luar se transformassem em realidade!

Ah...como eu gostaria
Que as minhas palavras
Brotadas do meu sentir
Se fizessem sol,
Que aquecesse os corpos frios
Dos despojados,
E que do ar, fizessem alimento
Que mitigasse a fome dos carentes
Deste triste mundo!

Mas as minhas palavras silenciosas,
Não têm a força
Do meu pensamento,
Esmorecem-se na inquietude do meu anseio
E metamorfoseiam-se em sonho finito.

José Carlos Moutinho.

quarta-feira, 8 de janeiro de 2014

Sons da memória



Nos sons que me murmuram palavras de amor
Trazidas pelas lembranças dos meus silêncios,
Revivo os momentos de ilusão e de sonhos
Que me embalaram pelas brisas do tempo,
Em simbiose de desilusões e alguma dor.

Mas os sons que agora me chegam
Na brandura dos anos passados,
Abraçam-me e suavemente me beijam,
Na poesia cantada de amores amados.

Serão melodias de beijos trocados,
Ou quiçá, simples desejos sonhados,
Que a rebeldia da juventude inventava
E que o luar ausente tanto enredava.

Mas a força da minha mente imperiosa
Teima em trazer na saudade que atormenta
Os abraços que se perderam em tarde fogosa,
E que agora deixam a minha alma sedenta.

Na quietude da minha desejosa solidão,
Aconchego-me nas minhas memórias,
Trago à minha mente com emoção,
As minhas velhas e doces histórias.

José Carlos Moutinho.

terça-feira, 7 de janeiro de 2014

Sonhar Metáforas




Desejaria vestir-me de metáforas,
Se a minha essência
Tivesse o dom de as inventar,
E eu pudesse engalanar-me
Nos dias em que a poesia
Me acordasse,
Pela caricia das quimeras,
E me fizesse soltar estrofes
De simples versos,
Ou me despertasse a alma,
Para quadras rimadas
De amores emparelhados,
Onde as paixões se cruzassem,
Nos sonetos das primaveras
Da minha vida apaixonada!

E...Na melodia das palavras
Que subitamente
Se fizessem poemas,
Exaltaria o amor
Vivido em tempos
Do outro meu tempo,
Extasiar-me-ia com as paixões
De amores porvir!

Acariciava as metáforas,
Com enlevo e força do meu sentir,
Deleitar-me-ia com o colorido
Da metamorfose dos meus anseios,
Faria com que todos, que me lessem,
Sonhassem na doçura das utopias.

José Carlos Moutinho

sábado, 4 de janeiro de 2014

Viver na esperança



Voam os dias, morrem as noites,
Nascem alvoradas, despontam sois,
Aguardam-se tardes do depois
Nesta vida de tantos açoites!

Esperança será última a morrer
Nesta correria pelo tempo,
Almejando esta batalha vencer,
Sorrindo e cantando sem lamento!

Porque viver é tão complicado,
Se fosse possível a rendição
De lutar com destino marcado...

Venceremos porém, com coragem,
Trazendo alegria no coração,
Ternura n’alma, como mensagem...

 José Carlos Moutinho

Utopias



Voa no tempo, por céus de sonhos,
Fecunda os desejos do amanhã,
Aconchega-se nas metáforas do querer
Com a coragem de um verdadeiro titã!

Seus pensamentos são pétalas delicadas
Que esvoaçam do florescer da sua paixão,
Deleita-se pela ânsia que o invade
No amplexo imaginado
Que o faz transbordar de emoção!

Sorri ao sorriso que o fascina,
Enleva-se no brilho dos olhos que o fitam
E emudece no êxtase que o domina!

Caminha afoito de coração alegre,
Por entre gotas de chuva
Que acariciam sua alma,
Da saudade que o persegue!

Por entre as brumas da inquietude,
Sopram brisas de alento e afecto
Que repudiam o pensamento da finitude!

O arco iris tece cores de encanto,
Que em harmonia com a luz do sol,
Afasta tristezas e ais de pranto!

Das nuvens que abraçam esta ilusão,
Despontam cintilantes, estrelas guias
Que o levam para porto de abrigo,
Onde coabitam a felicidade e a paixão.

José Carlos Moutinho.

sexta-feira, 3 de janeiro de 2014

Navego-me em emoções



Navego-me numa torrente de sensações,
Por rios de deslumbramento,
Acaricio as folhas de suspiros
Que margeiam o caudal das minhas emoções,
Deslizo voluptuosamente
Pelas águas cálidas da minha paixão,
E no ondular dos meus pensamentos,
Deixo-me afagar pela saudade
Que me leva à foz dos meus anseios,
Onde nas areias douradas
Espera o meu amor,
Com o seu belo sorriso
Cintilante como o sol,
Centelhas estelares
Soltam-se dos seus olhos,
Como guias do meu caminho,
E dos seus braços
Farei meu porto de abrigo
Aonde me aconchegarei
Para todo o sempre,
Na fusão de uma louca paixão
Com ardor de profundo amor.

José Carlos Moutinho.

quinta-feira, 2 de janeiro de 2014

Apocalipse



Uivam os ventos,
Choram os céus,
Afoga-se o chão
Nas lágrimas do mundo!

Tremem de frio as pedras solitárias,
Escurecidas pelo tempo implacável,
Soluçam, doridas, as flores
Ausentes de cores
Desfalecidas de perfumes!

Gritam as aves, num estertor aflitivo,
Gemem as árvores
A perda das suas folhas
Caducas e indiferentes à sua dor!

Escureceram-se os luares,
Apagou-se a lua,
O sol foi ofuscado pelo breu
Que tomou a terra!

Falésias agitam-se na violência das ondas
Do mar transtornado!

Ouvem-se soluços
Entre as fragas dos sentidos,
Corre gente sem rumo
Num atropelo perturbante...

Agito-me assustado, no meu leito,
Desperto...
Deste sonho apocalítico

 José Carlos Moutinho

Entrevista com Planeta Azul, editora de Calemas

Ver esta publicação no Instagram

Live Planeta Azul Editora

Uma publicação partilhada por Planeta Azul Editora (@planetazuleditora) a